A história Presente

A história Presente
História na veia

Seguidores

sábado, 14 de agosto de 2010

1968

"A ditadura só conduz ao feio e ao sujo. O brasileiro típico é decente e limpo." Jorge Amado

PARA OUVIR A MÚSICA APERTE O PLAY.



* Rebelião estudantil no Brasil e no mundo:
* O Movimento Feminista:
* Movimento Cultural e Musical no Brasil:
* Fortalecimento do Pensamento de Esquerda e Ideário Socialista:

Rebelião estudantil no Brasil e no mundo.
Os estudantes brasileiros das principais capitais nos anos da ditadura militar que havia se instalado no país no meio da década de 60 tinham um pensamento generalizado que era combater o exército e sua truculência, o país passava por uma grave crise interna como, aliás, quase todos os países da América Latina, não sendo exclusividade nossa, e após vários planos fracassados do governo em tentar reerguer o Brasil, a maioria apresentaram falhas e não conseguiram, então os militares acharam que era hora de dar um basta naquela situação e resolveram mostrar sua força (bélica) através de medo, pavor, opressão e posteriormente as torturas e a morte.



O povo brasileiro em especial os estudantes sabiam muito bem como é ser governados a força, afinal somos uma ex colônia e assim como o restante da nação brasileira, a grande maioria, começaram a se rebelar contra esses ditadores e déspotas que haviam tomado o poder do país de forma truculenta não respeitando nossa democracia e a vontade em geral do povo em si; os estudantes das grandes capitais foram as que mais sofreram com esse golpe militar, pois enfrentavam a fúria de um exército ignorante a paus e pedras enquanto elas partiam para cima com armas e todo o aparato militar de guerra, muitas universidades foram invadidas e isso representava um marco nas instituições democráticas de nosso país e foi esse o ponto culminante da luta esses usurpadores do poder.


Todo soldado é treinado para lutar em uma guerra contra um suposto inimigo, mas quando eles lutam contra o próprio povo, a situação toma rumos inimagináveis como o início da tortura aos estudantes capturados e são notórios os casos acontecidos no país; esse movimento estudantil quase ou nada representava para a classe dominadora do país, pois a elite estava lucrando com esse impasse e tinham tudo a perder, pois eram os patrocinadores econômicos dos militares para a luta em se manter no poder, sem falar dos planos obscuros dos americanos em querer terem um quintal armado na América Latina a seu favor, fornecendo armamentos e treinamentos militares aos “milicos tupiniquins”; os estudantes perceberam que era uma guerra contra um Golias armado também tomaram suas providências nom sentido de começarem a se armar e adquirir treinamento de guerrilha, pois era uma guerra civil, e iniciaram seus movimentos com os grandes mentores da época que opunham se contra o imperialismo americano.


A luta de nossos estudantes foi de fundamental importância para se restabelecer nossa democracia e nos conscientizou de que tudo o que é tomado á força do povo não tem fundamento lógico e isso consequentemente será ruim pata todos, tanto que o exemplo de nossos braços guerreiros estudantis se tornariam a inspiração quase vinte anos depois para tirar do poder outro péssimo exemplo de governante na qual pensava estar brincando de governo com nossa nação. Os estudantes no mundo todo são a voz de que alguma coisa esta errada em seu país ao irem para as ruas e fazerem movimentos de protestos, pela paz, contra as injustiças, contra governos tiranos , eles são os termômetros da democracia do povo e quando isso acontece, é sinal de que a nação esta doente necessita de ajuda, porém essa ajuda parte de si mesmo, ele se auto ajuda e foi o que aconteceu no restante do mundo daquele fatídico ano de 68 no resto do mundo.
Muitas eram as causas e mais ainda o desejo de paz, justiça e igualdade, relembrando quase que uma segunda revolução, só que em vez de ser a francesa, essa era mundial:

no México, encontrava-se numa onda de protesto e contracultura em 1968, surgida com a preparação da XIX Olimpíada, estes acontecimentos tiveram grande alcance junto da juventude mexicana de todas as classes e contribuíram para a construção de uma democracia política.


nos EUA os estudantes lutavam pelos mais diversos ideais, os negros lutavam contra o racismo e pelos direitos civis e a segregação racial, os brancos ricos não queriam ir para a guerra do Vietnã, o governo apavorava a nação com a invasão russa e o povo lutava para que seu país voltasse a ter paz, pois os americanos estavam mergulhados em todo tipo de crise possível no contexto da época.

Todas as grandes universidades de prestigio americano estavam envolvidas com os estudantes e suas causas, universidades tradicionais com a UCLA, MICHIGAN, OXFORD, UNY, em Londres os protestos estudantis britânicos na Escola de Economia de Londres os universitários despertaram para a falta de liberdade de expressão e o Apartheid também mobilizou os alunos, a oposição à guerra como a principal força dominante, embora estes movimentos tenham sido menos radicais e violentos que os americanos.


Finalmente na França onde foi o estopim para o famigerado maio de 1968, onde tudo começou e se alastrou mundo afora com a revolta dos estudantes franceses contra a brutalidade da polícia francesa na repressão onde usaram toda sua força para conter os movimentos estudantís, porém o tiro saiu pela culatra, pois o que parecia ser um foco insignificante na universidade de Nanterre, pois os etudantes só reinvidicavam mais liberdade no campus e tomou proporções gigantescas por causa da violência usada pela polícia, com isso eles obtiveram apoio inclusive da classe operária.


Os estudantes franceses lutavam por mais liberdade e uma reforma social, pois o país era considerado muito conservador por estar sob o jugo dos americanos na luta contra o socialismo e eles estavam cansados de tanto moralismo e queriam ter o mesmo padrão “ americam way ”por isso a revolta se generalizou e tomou tais proporções.



O Movimento Feminista.

O movimento feminista também começou quando as mulheres pararam de ficar com os braços cruzados e foram á luta por mais direitos, pois estavam cansadas de ser tratadas como empregadas e ela perceberam que tinham capacidade e em muito para superar o sexo oposto e foi e que fizeram, na América e nos países europeus elas perceberam que não eram mais uma força braçal, pois na época da guerra elas foram muito úteis na fabricação de material bélico, e agora por quer não serviam mais?



As americanas ficaram famosas pelo ato de queimar seus sutiãs e seus sapatos altos, figuras representativas da fragilidade feminina em praça publica como forma de descontentamento pelo tratamento dado á elas e incorporaram sua luta aos outros movimentos da época na qual reividicavam também o direito ao movimento homossexual, e aos direitos humanos, além de querer mais espaço no mercado de trabalho.


Elas só queriam mais dignidade em suas vidas, direitos iguais e menos desigualdade social, sem contar na revolução sexual que estava despertando toda uma geração em meio aos conflitos de uma guerra e isso era sua maneira de se rebelar contra o sistema; cada geração feminina combatia a sua maneira e em cada país isso ocorreu de maneira semelhantes, porém no seu contexto territorial, no Brasil tivemos o exemplo clássico de Leila Diniz na qual pousou de biquíni na praia, sendo considerado um escândalo na época pela sociedade conservadora e moralista e muitos eram os taboos que rodeavam as mulheres brasileiras como preconceitos religiosos, leis ultrapassadas e mentalidade medíocre e hipócrita.



As mulheres começaram fazer o seu modo de viver e suas vidas e isso foi de grande importância para que as demais mulheres no mundo todo aderissem ao movimento por mais liberdade de expressão e direito de serem felizes. Os movimentos feministas chamaram a atenção publica e conseguiram arrastar uma multidão de pessoas a aderirem as suas causas, até mesmo as instituições conhecidas tradicionalmente por serem machistas começaram a mudar o seu ponto de vista, sob o olhar das mulheres com a Universidades de Yale, nas áreas de Medicina, direito e a Suprema Corte Americana permitiram a entrada delas em suas repartições publicas para trabalhar.


As mulheres estavam cansadas de ser tratadas como escravas de dia e a noite era transformada em escrava sexual onde muitas vezes eram obrigadas a fazer sexo com seus maridos de forma violenta e transformado-as em objeto de prazer, outro grande problema enfrentado por elas eram os maridos que haviam voltado da guerra, trazendo consigo seus traumas e o inimigo imaginário para casa junto da família e sociedade, as filhas da geração pós guerra sentiram na pele o desprezo que suas mães sentiam de seus maridos depressivos e psicóticos e foram crescendo com esse repúdio paralelamente á elas, ao se tornarem mulheres descontaram toda fúria que tinham em si por lembrarem do sofrimento que suas mães passaram e se rebelaram deflagrando em uma verdadeira revolução sexual, onde o ponto máximo era o orgasmo, a liberdade de expressão de seus sentimentos, sua espiritualidade, sua inteligência, e o prazer como forma de homenagear aquelas tantas mulheres que sofreram nas mãos dos maridos também vítimas de um inimigo abstrato, além da crucial importância para o movimento foi ganhar forças, e tornaram-se autônomas, pois elas dependiam dos maridos para tudo, principalmente na parte financeira, faltavam-lhes aprimoramento intelectual e profissional, tornando-as completamente dependente deles.


As transformações acompanharam os movimentos e uma das várias vitórias obtidas foi a pílula anticoncepcional, onde as mulheres deixavam de ser objetos de parir e não ter mais gravidezes indesejadas, sem deixar de ser feminina e frágil; com isso foram garantindo espaço nas vagas de trabalho, pois só teriam filhos se desejassem e passariam a ter um controle maior de sua autonomia para trabalhar e evidentemente isso abriu espaço para elas no mercado onde poderiam escolher com quem sair, se gostariam de fazer sexo sem opressão e todos esses tipos de escolha lhes proporcionavam um prazer antes nunca experimentado e isso abriu caminhos para elas, das pedras para os tribunais onde se desvencilharam de seus maridos machistas colocando um basta em seus casamentos sufocantes. Agora além delas gemeram de alegria com o nascimento de seus filhos nascidos da escolha delas, elas também o fariam de prazer, pois este não se conta, se vive.


A situação dos movimentos femininos da mulher no Brasil não foi diferente quando se trata de liberdade, pois o movimento europeu estava associado ás mudanças culturais, as americanas lutavam por ideais políticos e sociais e ás brasileiras lutavam além da ditadura militar, batalhavam por mais liberdade dentro de suas próprias casas, pois sua jornada era de uma super mulher e seu reconhecimento quase que passava despercebido; a jornada da brasileira era árdua, de dia trabalhava em seus empregos e ao chagar em casa, trabalhavam nos afazeres domésticos e na educação dos filhos e depois disso tinham que dar atenção a seus maridos que em muitos casos só atrapalhavam em vez de ajudar.


Essa situação com o passar do tempo foi minando seus pensamentos e culminaram justamente com a tomada do poder pelos militares onde foi importantíssima a força feminina contra a ditadura, elas lutaram tão bravamente quanto aos homens e foram adquirindo espaço com o passar do tempo tornando-se grandes líderes e guerreiras nas lutas armadas, o resultado até hoje é que mesmo em um patamar abaixo do homem, elas estão dispostas a mostrar para que vierem e possuem capacidade o suficiente para reverter essa situação.


Movimento Cultural e Musical no Brasil.
No Brasil quando falamos em movimentos culturais da década de sessenta, logo nos lembramos dos grandes festivais e do movimento da Tropicália exercidos pelos nossos então jovens músicos daquela época, o contexto do país era dos piores possíveis por causa da Ditadura Militar e consequentemente todos ou a maioria dos movimentos culturais eram contra o poder opressor das massas e isto foi muito bem representado principalmente pela MPB; a tropicália foi um movimento cultural brasileiro no final dos anos sessenta que sofreu influências de correntes artísticas da vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira como o pop rock e o concretismo, misturaram-se vários ritmos já conhecidos da cultura brasileira através de inovações estéticas radicais, nas quais tinham objetivos políticos e sociais, mas principalmente comportamentais inspirados na sociedade. Nos anos seguintes o movimento fortaleceu-se pela música e seus principais representantes foram: Caetano Veloso, Torquato Neto, Gilberto Gil, Os Mutantes e Tom Zé nas artes plásticas tivemos Hélio Oiticica, no cinema Gláuber Rocha e o Cinema Novo, e no teatro José Celso Martinez Corrêa.


O que os jovens queriam era sair das amarras do capitalismo que insistia em nos enfiar garganta abaixo seu modo de viver e todo seu lixo consumista, aqui haviam os movimentos de contracultura e ao mesmo tempo, fugiam da bipolarização através de drogas, principalmente a maconha, esse movimento inicia-se em 1967e durou pouco mais de um ano, ele surgiu da vontade de alguns cantores tinham de sair da rotina que estava nossa musica, não desrespeitando os ritmos já existentes, sendo á Bossa Nova e o Samba os mais expressivos, eles queriam mais liberdade de expressão para criar, criticar tudo numa visão mais estética; apesar do sucesso quando foi lançado, ele sofreu resistência por parte dos estudantes brasileiros que consideravam aquilo uma cópia dos movimentos americanos, porém quem não gostou do estilo foram os militares que passaram a ter uma vigilância maior em torno deles.
Com seu estilo inovador procurou tirar toda a musicalidade possível dos instrumentos e estilos o quanto possível, usando novos versos, letras, e todo o pensamento revolucionário mesmo que disfarçado em poesia; era uma forte crítica á sociedade brasileira elitista da época que desprezava e detestava aquele estilo brega e cafona de musica. Esta era uma maneira deles demonstrarem seu repúdio a ferida aberta na sociedade pelo capitalismo e os militares.


Nossos artistas foram influenciados pelos movimentos da década de trinta por movimentos antropofágicos liderados por Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Anita Malfatti, onde elas eram apreciadas pelas potências da época, onde depois seriam usadas novamente, como uma salada musical, onde a identidade cultural seria não ter identidade, os antropofágicos estavam interessados na cultura erudita que exportavam, enquanto a tropicália incorporava todo tipo de referencial fosse ele erudito ou popular, junto com todos esses elementos não necessariamente populares, a arte pop seria introduzida no país e começaria a fazer parte de nossa cultura.



Outro movimento que influenciou a tropicália foi o concretismo, ou seja, estava associado à idéia da vanguarda negativista, daí o motivo por tratar a poesia das canções como elemento plástico, criando jogos lingüísticos e brincadeiras com as palavras.
Como o movimento cultural estava surgindo aos poucos era normal ser influenciado pelas bandas internacionais da época mais famosa como os Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, e muitas outras grandes bandas existentes até hoje.


Fortalecimento do Pensamento de Esquerda e Ideário Socialista:
A situação política mundial e particularmente latina na década de sessenta fora uma das mais turbulentas dessa época, pois quase todos os países que compunham as Américas estavam em conflitos sócio-políticos por causa da bipolaridade que o planeta se encontrava, de um lado os americanos capitalistas e do outro soviéticos socialistas; a principal meta americana era de não deixar o comunismo se alastrar nas Américas e os socialistas por sua vez combateriam esse gigante imperialista a sua maneira convocando todos os paises simpatizantes da esquerda para o seu sistema. Cuba havia sido isolada do continente pelas barreiras americanas e no continente o governo procurou de todas as formas negociarem com os governos latinos para que se tomassem medidas urgentes para não acontecer essa invasão vermelha, negociando com os militares para ficarem de seu lado e em troca, receberiam todo o apoio logístico e financeiro de que seus países precisariam.


A forma, porém de agir do exército foi desumana e covarde, pois tratavam os opositores como inimigos de guerra e muitas mortes começaram ocorrer com cidadãos civis e pessoas inocentes, esses absurdos com o tempo foram aumentando e a população começou se cansar de ficar apanhando e foi literalmente a luta. A partir desse momento instalou-se a luta armada no Brasil ou á força de esquerda para combater os militares; nunca como nessa época os ideais esquerdistas e marxistas estiverem aflorados em uma população revoltada com o sistema político, relembrando a revolução de 1917 onde o povo lutava contra o governo tirano e opressor com pau e pedras literalmente. O movimento foi tomando corpo e força com a adesão de praticamente toda a sociedade baixa e média, desde os estudantes, aos operários e á vários movimentos que eram contra os “milicos no poder” e partiram para a luta corpo a corpo mesmo estando em desvantagem de armamentos, mas isso também passaria a mudar logo, pois com os partidos opositores ao governo sendo caçados como gado no campo, surgiriam vários líderes de esquerda inspirados nos líderes latino Che Gevarra e nos libertadores latinos da coroa espanhola.


No Brasil a forma como os acontecimentos estavam ocorrendo eram de forma violenta causando um grande número de vítimas, mas esses continuavam lutando bravamente contra as forças armadas da maneira que podiam, recebendo treinamento de guerrilheiros cubanos e latinos capacitados em guerrilha urbana em todas as áreas da sociedade e das cidades; os jovens principalmente os estudantes tinham sede de justiça e mais ainda de vingança desses homens que tanto faziam essa geração sofrer.


Como estavam em desvantagens, praticavam seqüestros contra políticos dos outros países em troca de seus companheiros, atacavam os suspeitos de trabalhar para o governo disfarçadas do famoso “x-9” de maneira violenta e retribuíam toda violência recebida, a esquerda brasileira tinha como representantes líderes estudantis, sindicalistas, movimentos agrários mesmo que fracos, mas todos unidos eram fortes para lutar com esse mal escondido atrás das forças que seriam para proteger e não assassinar seu povo.


Muitas pessoas até hoje estão desaparecidas, outras mortas e muitas convivem com os fantasmas do passado até hoje, mas muito também foi aprendido e fica a mensagem de quando queremos podemos mudar e podemos mudar, basta querermos e sonharmos com isso e a realidade mudará com certeza.

Um comentário:

  1. O ateísmo marxista-leninista (em russo: Марксистско-ленинский атеизм) é uma parte da ampla filosofia marxista-leninista (o tipo de filosofia de Marx encontrada na União Soviética), que rejeita a religião1 2 e depende de um entendimento materialista da Natureza.3 O marxista-leninista defende que a religião é o ópio do povo, no sentido de que ele leva as pessoas a aceitar o sofrimento na Terra, na esperança da recompensa eterna, e por isso que o marxista-leninista promove o ateísmo e defende que a religião deve ser abolida.4 5 O ateísmo marxista-leninista tem suas raízes na filosofia de Ludwig Feuerbach, Georg Wilhelm Friedrich Hegel, Karl Marx e Lenin.6

    ResponderExcluir