Pombal e o povoamento
do Brasil: a criação de vilas.
Tratado de Madri - 1750 |
O reino de
Portugal depois do Tratado de Limites de Madri passou por profundas
transformações nos idos de 1750 no seu reino, o responsável pelas mudanças no
reino luso foi o Conde de Oeiras, mais conhecido como Marquês de Pombal, ele
realizou mudanças nas esferas econômicas, sociais, administrativas, judiciais e
políticas.
Tribunal de Relação do Rio de Janeiro |
Dentre essas
mudanças, algumas merecem destaques como o levantamento cartográfico para as
comissões de limites, a criação do Tribunal da Relação, proibição da exportação
de negros, criou o Tribunal de Relação do Rio de Janeiro além de organizar
capitanias subalternas a do Grão Pará e Maranhão.
Reformas pombalinas |
Outras inovações
foram criadas para dar inicio as reformas pombalinas como a Lei de Liberdade de
comercio e bens individuais aos índios, favorecendo os brancos que se casassem
com as índias, através desse ato, os filhos não poderiam mais ser chamados de
caboclos, conquistando igualdade vassálica. Houve ainda a padronização da
língua portuguesa como oficial a partir daquele momento graças aos ensinos
praticados pelos jesuítas nas áreas da educação, inserindo-os nos cargos
administrativos municipais.
Rio de Janeiro |
Essas inovações se faziam presentes em todos
os segmentos da sociedade portuguesa e a suas colônias, Lisboa era tida como
padrão a ser seguido, isso ocorria com medidas justas na venda de ofícios, e
juntamente com a criação da Junta de Justiça de Guerra, abriram ainda caminhos
terrestres e desenharam os novos trajetos fluviais, bem como a mudança da
capital baiana agora para a cidade do Rio de Janeiro.
Os núcleos
urbanos passaram a ser planejados, com olhar especial para as regiões de São
Paulo e Porto Seguro. Em maio de 1758 ocorreram mudanças ainda também na ordem
das antigas aldeias, agora em vilas ou até mesmo de povoações que se
desmembraram de outras Câmaras e agora seguiam a sua administração econômica,
política e militar dos índios com a premissa de integrá-los a sociedade branca,
com isso, eles cuidariam das terras e as protegeriam, além de povoá-las.
As mudanças se
fizeram presentes em aldeias quer foram reurbanizadas pela presença jesuítica
bem como a criação de outros núcleos habitacionais agora denominados de vilas.
As regiões mais visadas por essas mudanças urbanas foram o Norte e Sul, pois a
situação demandava uma atenção especial por apresentarem maiores dificuldades
administrativas, políticas e econômicas.
Para todos os
locais foram enviados responsáveis para cuidar da observância do cumprimento
desse momento de transição, o Estado da Bahia em particular contou com a
presença dos conselheiros José Mascarenhas Pacheco Pereira Coelho de Melo e
Manuel de Almeida de Vasconcelos Barberino, além de outros notáveis que criaram
o Tribunal do Conselho de Ultramar para supervisionar as ditas vilas criadas.
Marquês de Pombal |
Houve ainda a
necessidade de se reportar os números de aldeias que existiam, qual era a
língua falada, qual a situação dos índios, se eram escravos ou não, como
funcionava o sistema jurídico das terras, as localizações geográficas, até onde
iam esses limites, o que havia depois deles, qual a distancia entre elas,
quantas casas existiam, igrejas, de quantas pessoas era formado o corpo
missionário, quais eram os bens adquiridos, quem eram esses missionários que
atuavam nessas localidades, qual era a renda.
Tinham que
relatar ainda quais eram as autoridades que visitavam esses locais, quais eram
as riquezas naturais, qual era a porcentagem de homens e mulheres, idade, bem
como o clima predominante, os caminhos que levavam até esses locais, se havia a
presença de cartórios, cadeias, como era o sistema agrícola, as estruturas
rurais, postos militares, oficinas mecânicas, quantos falavam português, sabiam
ler e escrever e ser seria possível transforma essa aldeia em vila e
primordialmente se era necessário introduzir pessoas brancas a esses
locais.
Conde Cunha |
Essas vilas eram determinadas pela praça central, com o símbolo do Pelourinho no centro, a disposição da praça obedecia diretamente o padrão imposto pelo rei, existia ainda uma segunda praça com a igreja a ser construída pelo povo. Nas cidades de São Paulo e Porto Seguro, o padrão das casas deveriam seguir o modelo determinado, nas vilas do Piauí e Maranhão, havia ordens para a construção exata do exigido, nada fora disso, somente como o plano traçado fora desenhado. Na região amazônica o traçado deveria ser linear e ruas largas e diretas.
Problemas também
aconteciam com o decorrer dessas implantações, como por exemplo, os índios
fixados nos limites das vilas, acontecia um grande numero de evasão e deserção,
sendo uma constante nesses locais. Nesses locais eram construídas as moradias
dos padres, além de estabelecer as taxas e impostos. Esses novos cargos eram
feitos para dar continuidade ao projeto de expansão, e para isso os índios
foram essências para que desse certo essa nova empreitada, por isso, eles
recebiam pólvora e balas para defender a posição desses locais de inimigos que
pilhavam as aldeias ou vilas agora criadas; os índios agora tinham poderes
antes somente dado aos brancos, podendo tomar decisões de expulsar sujeitos que
considerassem inúteis, vagabundos ou perturbadores da lei.
Mendonça Furtado |
Dentre todas essas inovações, seria natural aparecer problemas frente às mudanças propostas como falte de gente para dar inicio ou continuidade ao projeto de povoar esses lugares, índios “civilizados”, faltava ainda mecânicos, ferramentas de trabalho, materiais de boa qualidade para qualquer tipo de construção. A pobreza era generalizada faltavam recursos, o povo na sua maioria era ignorante, havia dificuldades financeiras, administrativas, jurídicas, os espaços governamentais eram corruptos, o povo vivia sob a égide de boatos, além da própria periculosidade do local e relação a doenças, pestes e outras intempéries naturais.
Era natural o
abandono desses locais quando não davam certo, outros trocavam de núcleos,
reorganizando-se outras localidades, mas outros locais vingavam as condições de
cidade. Cabia aos ouvidores relatar a situação dos locais que se destacaram,
alguns eram citados como povoações que deram certo, essas localidade estavam
dispersas em nas regiões de Mato Grosso, Pará, Sergipe, Ceará, Piauí, São
Paulo, Porto Seguro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Amazonas.
Referências:
FLEXOR, Maria
Helena Ochi. IV Colóquio Luso Brasileiro de História da Arte. Ed. Atlas,
Salvador, 2000. Pp: 559 - 571
Senhor leitor, todas as imagens foram retiradas do site de pesquisa Google, não se sinta ofendido se por ventura, uma das imagens postadas for sua, a intenção do blog é ilustrar didaticamente os textos e não plagiar as imagens. Obrigado pela compreensão. TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RECONHECIDOS.
Mr. reader, all images were taken from the Google search site, do not feel offended if perchance, one of the images posted are your, the blog´s intentions is to illustrate didactically the text and not plagiarize images. Thank you for understanding. ALL RECOGNIZED COPYRIGHT.
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