O Drama de Ésquilo: “Fé de Ésquilo, o aparecimento, estudo, mito, problemas e
origem da tragédia, o coro; o que é trágico? Dor e hybris, hybris e castigo;
Orestéia, dor e conhecimento”.
Ésquilo é considerado o pai do teatro e da tragédia grega, foi
soldado em Maratona e Salamia, por isso a maioria de suas peças são de cunho
militar; fazia questão de dizer que nascera em Eleusis – Ática. Assistiu a
consolidação da democracia no pai.
Nas suas obras são sempre ressaltados a importância do sofrimento, sempre sob o olhar dos deuses, foram escritos em torno de 79 tragédias, as mais importantes foram: Os Persas Sete contra Tebas, As Suplicantes, Prometeu acorrentado, Agamenon, Coéforas e Eumênides.
Nas suas obras são sempre ressaltados a importância do sofrimento, sempre sob o olhar dos deuses, foram escritos em torno de 79 tragédias, as mais importantes foram: Os Persas Sete contra Tebas, As Suplicantes, Prometeu acorrentado, Agamenon, Coéforas e Eumênides.
# 1ª – Para a total compreensão de como as peças de Ésquilo se fundamentavam é preciso entender o drama em seu estado puro, sem ser influenciado pelos meios. (p. 297-208).
# 2ª – O mito na tragédia era representado na sua essência e não superficialmente, o espírito era contagiado pela narrativa do ato, até os mais profundos recantos da alma. (p. 298).
Euripedes |
# 3ª – As lendas eram vistas como tradicionais, Ésquilo e Eurípides foram além, a ponto de a ficção se misturar com a realidade, a criação do teatro já se iniciava no ventre do povo grego, estava crescendo e amadurecendo, solidificando o “abstrato”. (p. 298).
# 4ª – “(...) O germe desta evolução já se encontrava desde o início, quando Ésquilo nos apresenta as figuras dos cantos heróicos as quais freqüentemente não passavam de meros nomes que as suas ações destacavam de um fundo vazio, de acordo com a idéia que deles se formava (...).” (p. 298).
Prometeu |
# 5ª – Preocupado com esse comportamento, Pelasgo que comandava sob as ordens da Assembléia do Povo, pede mais vigor nas decisões tomadas, já em Prometeu Agrilhado, o tirano é moderno e inspirado nas figuras de Armádio e Aristogíton; Agamenon de Ésquilo tem um modo diferente de agir do imaginado por Homero, afinal ele é filho legítimo da religião e ética de Delfos. (p. 298).
Sólon |
# 6ª – “(...) Esta completamente impregnada na crença de Sólon, onde a abundância conduz à hybris e esta a ruína. (...).” Prometeu assume como conselheiro, onde caído em desgraça encontra sua desconfiança e ciúmes e isso reforça sua força em não compartilhar o poder, por que ele queria em segredo ajudar o homem na salvação de seu sofrimento. (p. 298).
Prometeu |
# 7ª – “(...) Na figura de Prometeu misturam-se o político e o sofista, como o prova a repetida designação do herói. (...).” (p. 298).
# 9ª - Prometeu tinha conhecimento geográfico
dos países que estavam perto e até mesmo os mais longínquos. Para Ésquilo isso
era raro e misterioso por despertar o imaginário dos ouvintes. (p. 299).
# 10ª - Mas as
longas enumerações dos países, rios, povos em que vemos Prometeu Agrilhado e
Prometeu Libertado não constituem só um adorno poético, mas caracterizam ao
mesmo tempo uma onisciência do herói. (p. 299).
# 11ª- Nessas
condições o estudo do drama é pujante no que diz respeito ao comportamento dos
protagonistas. (p. 299).
Zeus |
# 12ª- O discurso geográfico caracterizava a figura do personagem “(...) de igual modo os sábios conselhos do velho oceano ao amigo dolorido, para mover o poder de Zeus à compaixão, derivam em grande parte da velha sabedoria expressa nas máximas. (...).” (p. 299P.
As Eumênides |
# 13ª - Um general ordena o exército no caso do assassino da própria mãe em As Eumênides, Orestes apresenta a Areópago uma fonte de conhecimento de maior relevância ao direito atiço relativo aos crimes envolvendo morte, tudo fazendo frente ao contexto da época. (p. 299).
# 14ª - A liturgia do Estado era responsável pelas músicas prósperas, o mito era inatingível e nem a época lírica nem a época épica chegavam até ele, mesmo os que gostariam que tudo mudasse para tirar proveito da situação. Os relatos de Ésquilo sofrem transformações irrelevantes nos relatos e a plasticidade de como o fizeram fora para dar entendimento às mudanças sofridas. (p. 299).
# 15ª - “(...) O que fica dito sobre os personagens e discursos vale também em linhas gerais para a estrutura da tragédia inteira. (...).” A configuração da existência brota no seu íntimo, antes da tragédia o mito não era escolhido poeticamente para representar uma idéia, mas por causa do que ele significava. (p. 299-300).
Aristóteles |
# 17ª - “(...) A
epopéia contava as sagas por elas mesmas. E, mesmo quando as partes mais
recentes das ilíadas são presididas por uma idéia que dominava o conjunto, o
deu domínio não se estendia por igual às diversas partes da epopéia. (...).” A lírica mesmo
mítica sempre se impôs, era a idéia do drama se fazendo presente também nesse
aspecto do destino do homem e a sua construção pertinente, mesmo com todas as
mudanças, calamidades e catástrofes. (p. 300).
# 18ª - Welcker percebeu que as obras de Ésquilo não eram de todas generalizadas, mas compostas por três partes, isso permaneceu por um longo tempo como incerto, “(...) se Ésquilo, fazendo da necessidade da virtude, assim dispôs em torno de um único tema, os três dramas exigidos pelo Estado. (...).” (p. 300).
# 19ª - “(...) Um
dos maiores problemas intrincados nas crenças por Sólon partilhados pelo poeta
foram as transmissões das maldições familiares de pais para filhos e muitas
vezes até aos culpados ou inocente. Assim em Oréstia e nos dramas das famílias
reais de Argivos e tebanos o poeta aplica-se a seguir este destini através de
várias gerações, explorando-a na unidade de uma trilogia. (...).” (p. 300).
# 20ª - A arte de Ésquilo se bem compreendida, deveria partir dessa tri-parte histórico-poética revelando a história do destino, não solitário, mas de um ou mais homem; para o poeta, o problema não estava no homem, pois o destino era encarregado de zelar por ele, e sim no destino carregado de tormentas desde o início, “(...) sob a opressão do dáimon, que pesa sobre a casa inteira. (...);” ele foi o mestre supremo da dramaturgia trágica. (p. 300).
# 21ª - “(...)
Em As Suplicantes, Os Persas, Sete contra Tebas e Agamenon, o leitor é logo
colocado em presença da maldição do destino que paira no ar e ameaça com sua
força irresistível. (...).” (p. 301).
# 22ª - As
forças sobre humanas são os verdadeiros atores, enquanto os homens são meros
coadjuvantes, “(...) às vezes como na passagem final da Oréstia, arrancam a
ação das mãos dos homens e guiam-na até o fim. (...),” o homem se faz presente,
mas na forma que não apareça, só assim, “não aparecendo” é que ele aparece, ele
não pode ser comparado ao desejo reprimido dos escultores que faceavam Olímpia
em suas ordens trágicas. (p. 301).
# 23ª - Nesse contexto os deuses aparecem figurativamente no meio dos homens, mas se comportando conforme a vontade divina. (p. 301).
# 24ª - Ésquilo coloca os deuses e o destino lado a lado, o mito permanece incomparável, pois todos os problemas acontecem sob a alcunha religiosa “(...) tal como Sólon o desenvolve em seus poemas, a partir da epopéia mais recente (...).” O essencial do problema para Sólon era esquadrinhar continuamente o espírito do governo divino aos motivos ocultos. (p. 301).
# 25ª- A culpa
do homem segundo Ésquilo era causada pela desventura da causa essencial aos
problemas, “(...) É nas grandes trilogias, onde se localiza o problema, que na
primeira vez aparecem as idéias que impregnam a tragédia de Ésquilo (...).” (p.
301).
Helena de Troia |
# 26ª- “(...) Na concepção épica, a cegueira, e a arte englobam numa unidade causalidade divina e humana em relação com a desventura: os erros que arrastam o homem a ruína são feitos de uma força daimônica à qual ninguém pode resistir (...).”
Menelau |
Odisséia |
# 28ª - A justiça no mundo dos homens era um fundamento de princípio divino imanente aos homens e qualquer ato cometido contra ela, deveria ser severamente punido e vingado principalmente, partindo desse pressuposto, o homem aumenta sua responsabilidade nos seus atos, se acautelando em relação a grandiosidade da moral divina e consequentemente, alia-se a ela, tornando-se seu guardião. (p. 302).
Homero |
Referencia
JAEGER, Werner. Paidéia, A Formação do Homem Grego. 3ª Edição. São Paulo, Martins Fontes, 1994, PP: 281-314.
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