"A Paz chega aos corações dos homens quando eles percebem a sua unidade com universo, quando eles percebem que ele está realmente em todo o lado está dentro de cada um de nós" Alce Negro.
Aztecas
Os astecas
(1325 até 1521; a forma azteca também é usada) foram uma civilização mesoamericana, pré-colombiana, que floresceu
principalmente entre os séculos XIV e XVI, no território correspondente ao atual México. Na sucessão de povos mesoamericanos
que deram origem a essa civilização destacam-se os toltecas, por suas conquistas
civilizatórias, florescendo entre o século X e o século XII seguidos pelos chichimecas
imediatamente anteriores e praticamente fundadores do Império Asteca com a
queda do Império Tolteca.O
idioma asteca era o nahuatl.Os
astecas foram derrotados e sua civilização destruída pelos conquistadores espanhóis, comandados por Fernando Cortez.
História
A partir dessa base formaram uma aliança
com duas outras cidades – Texcoco e Tlacopán
– contra Atzcapotzalco,
derrotaram-no e continuaram a conquistar outras cidades do vale
durante o século XV, quando
controlavam todo o centro do México como um Império ou Confederação Asteca, cuja base
econômico-política era o modo de produção tributário. No princípio do século XVI, seus domínios se estendiam de
costa a costa, tendo ao norte os desertos e ao sul o
território maia.
Os astecas, que atingiram alto grau de
sofisticação tecnológica e cultural, eram governados por uma monarquia eletiva, e organizavam-se em
diversas classes sociais, tais como nobres, sacerdotes, guerreiros, comerciantes e escravos, além de possuírem uma escrita
pictográfica e dois calendários (astronômico e litúrgico). Ao estudar a cultura asteca, deve-se prestar especial
atenção a três aspectos: a religião, que
demandava sacrifícios humanos
em larga escala, particularmente ao Deus da guerra, Huitzilopochtli; a tecnologia avançada, como a utilização
eficiente das chinampas (ilhas
artificiais construídas no lago, com canais
divisórios) e a vasta rede de comércio e sistema de administração
tributária.
Brasão de armas mexicano mostrando o sinal para a fundação da capital asteca. O império asteca era formado por uma organização estatal que se sobrepôs militarmente a diversos povos e comunidades na Meso-América. Segundo Jorge Luis Ferreira, os astecas possuíam uma superioridade cultural e isso justificaria sua hegemonia política sobre as inúmeras comunidades nestas regiões, o que era argumentado por eles mesmos. No período anterior a sua expansão os astecas estavam no mesmo estágio cultural de seus vizinhos de outras etnias. Por um processo muito específico, numa expansão rápida, passaram a subjugar, dominar e tributar os povos das redondezas, outrora seus iguais. É importante lembrar estes aspectos pelo fato de terem se tornado dominantes por uma expansão militar, e não por uma suposta sofisticação cultural própria e autônoma.
Um guerreiro-jaguar do Codex Magliabecchiano. O jaguar desempenhava um papel cultural na mitologia asteca. Apesar de sacrifícios humanos serem uma prática constante e muito antiga na Mesoamérica, os astecas se destacaram por fazer deles um pilar de sua sociedade e religião. Segundo mitos astecas, sangue humano era necessário ao sol, como alimento, para que o astro pudesse nascer a cada dia. Sacrifícios humanos eram realizados em grande escala; algumas centenas em um dia só não era incomum.
Brasão de armas mexicano mostrando o sinal para a fundação da capital asteca. O império asteca era formado por uma organização estatal que se sobrepôs militarmente a diversos povos e comunidades na Meso-América. Segundo Jorge Luis Ferreira, os astecas possuíam uma superioridade cultural e isso justificaria sua hegemonia política sobre as inúmeras comunidades nestas regiões, o que era argumentado por eles mesmos. No período anterior a sua expansão os astecas estavam no mesmo estágio cultural de seus vizinhos de outras etnias. Por um processo muito específico, numa expansão rápida, passaram a subjugar, dominar e tributar os povos das redondezas, outrora seus iguais. É importante lembrar estes aspectos pelo fato de terem se tornado dominantes por uma expansão militar, e não por uma suposta sofisticação cultural própria e autônoma.
Um guerreiro-jaguar do Codex Magliabecchiano. O jaguar desempenhava um papel cultural na mitologia asteca. Apesar de sacrifícios humanos serem uma prática constante e muito antiga na Mesoamérica, os astecas se destacaram por fazer deles um pilar de sua sociedade e religião. Segundo mitos astecas, sangue humano era necessário ao sol, como alimento, para que o astro pudesse nascer a cada dia. Sacrifícios humanos eram realizados em grande escala; algumas centenas em um dia só não era incomum.
Os corações eram arrancados de vítimas vivas,
e levantados ao céu em honra aos deuses. Os sacrifícios eram conduzidos do alto
de pirâmides para estar perto dos deuses e o
sangue escorria pelos degraus. A economia asteca estava
baseada primordialmente no milho, e as pessoas
acreditavam que as colheitas dependiam de provisão regular de sangue por meio
dos sacrifícios. Durante os tempos de paz, "guerras"
eram realizadas como campeonatos de coragem e de habilidades de guerreiros, e
com o intuito de capturar mais vítimas. Eles lutavam com clavas
de madeira
para mutilar e atordoar, e não matar. Quando lutavam para matar, colocava-se
nas clavas uma lâmina de obsidiana. Sua civilização teve um fim
abrupto com a chegada dos espanhóis no começo do século XVI. Tornaram-se aliados de Cortés em 1519.
O governante asteca Moctezuma II considerou o conquistador espanhol a personificação do Deus Quetzalcóatl, e não soube avaliar o perigo que seu reino corria. Ele recebeu Cortés amigavelmente, mas posteriormente o tlatoani foi tomado como refém. Em 1520 houve uma revolta asteca e Moctezuma II foi assassinado. Seu sucessor, Cuauhtémoc (filho do irmão de Montezuma), o último governante asteca, resistiu aos invasores, mas em 1521 Cortés sitiou Tenochtitlán e subjugou o império. Muitos povos não-astecas, submetidos à Confederação, se uniram aos conquistadores contra os astecas.
O governante asteca Moctezuma II considerou o conquistador espanhol a personificação do Deus Quetzalcóatl, e não soube avaliar o perigo que seu reino corria. Ele recebeu Cortés amigavelmente, mas posteriormente o tlatoani foi tomado como refém. Em 1520 houve uma revolta asteca e Moctezuma II foi assassinado. Seu sucessor, Cuauhtémoc (filho do irmão de Montezuma), o último governante asteca, resistiu aos invasores, mas em 1521 Cortés sitiou Tenochtitlán e subjugou o império. Muitos povos não-astecas, submetidos à Confederação, se uniram aos conquistadores contra os astecas.
A Sociedade - totem
de um guerreiro águia,
que junto com o guerreiro-jaguar, compuseram primordialmente as
elites de guerra do antigo império
asteca. A sociedade asteca era
rigidamente dividida. O grupo social dos pipiltin
(nobreza) era formada pela família real, sacerdotes, chefes de grupos guerreiros —
como os Jaguares e
as Águias — e chefes
dos calpulli. Podiam participar
também alguns plebeus (macehualtin) que tivessem realizado algum ato extraordinário. Tomar chocolate quente (xocoatl) era um privilégio
da nobreza. O resto da população era constituída de lavradores
e artesãos. Havia, também, escravos (tlacotin). Havia, na
ordem, começando do plano mais baixo: Escravos,
maceualli
ou calpulli (membro do clã),
artesãos
e comerciantes,
pochtecas
(grandes comerciantes), sacerdotes,
dignitários civis e militares.
O imperador.
Os imperadores astecas em língua Nahuatl eram chamados Hueyi Tlatoani ("O Grande
Orador"), termo também usado para designar os governantes das altepetl (cidades). Os imperadores
astecas foram os maiores responsáveis tanto pelo crescimento do império, como
para a decadência do mesmo. Ahuizotl, por exemplo,
foi ao mesmo tempo o imperador mais cruel e o responsável pela maior expansão
do império. Já Montezuma II (ou
Moctezuma II), tendo sido um imperador justo e pacifico, foi também fraco em
suas decisões, permitindo que os espanhóis entrassem em
seus domínios, mesmo após a circulação de histórias de que estes teriam
massacrado tribos, abalando fatalmente a solidez de seu império, e finalmente
degenerando na sua extinção. A sucessão dos imperadores astecas não era
hereditária de pai para filho, sendo estes eleitos por um consenso entre os
membros da nobreza.
Montezuma II:
Acamapichitli (1376 - 1395), Huitzilihuitl (1395 - 1417), Chimalpopoca (1417 - 1427), Itzcoatl (1427 - 1440), Montezuma I (1440 - 1469), Axayacatl (1469 - 1481), Tizoc (1481 - 1486), Ahuizotl (1486 - 1502), Montezuma II (1502 - 1520), Cuitlahuac (1520), Cuauhtemoc (1520 - 1520).A religião: eram politeístas (acreditavam em vários deuses) e acreditavam que se o sangue humano não fosse oferecido ao Sol, a engrenagem do mundo deixaria de funcionar.
Huitzilopochtli
ou Tezcatlipoca: o sacrificado era colocado em uma pedra
por quatro sacerdotes, e um quinto sacerdote extraía,
com uma faca, o coração do guerreiro vivo para alimentar seu Deus.
Tlaloc: anualmente eram sacrificadas crianças no cume
da montanha; acreditava-se que quanto mais as crianças chorassem, mais chuva
o Deus proveria. No seu panteão havia centenas de deuses. Os principais eram
vinculados ao ciclo solar e à atividade agrícola. Observações astronômicas e estudo dos calendários faziam parte do conhecimento
dos sacerdotes. O Deus mais venerado era Quetzalcóatl, a serpente emplumada. Os
sacerdotes formavam um poderoso grupo social, encarregado de orientar a educação dos nobres,
fazer previsões e dirigir as cerimônias rituais. A religiosidade asteca incluía a prática de sacrifícios. Segundo o divulgado pelos
conquistadores o derramamento de sangue e a oferenda do coração de animais e de seres humanos eram ritos imprescindíveis
para satisfazer os deuses, contudo se considerarmos a relação da religião com a medicina encontraremos um sem número de
ritos. Há referências a um Deus sem face, invisível e impalpável, desprovido de história mítica
para quem o rei de Texoco,
Nezaucoyoatl,
mandou fazer um templo sem ídolos, apenas uma torre.
Esse rei o definia como "aquele, graças a quem nós vivemos".
A antropologia médica
situa o conhecimento mítico-religioso como forma de racionalidade médica se
este se constitui como um sistema lógico e teoricamente estruturado, que
preencha como condições necessárias e suficientes os seguintes elementos: uma morfologia (concepção anatômica); uma dinâmica vital ("fisiologia"); Um sistema de diagnósticos; Um sistema de intervenções terapêuticas.
Uma morfologia (concepção anatômica);
Uma morfologia (concepção anatômica);
Uma dinâmica
vital ( "fisiologia").
Um sistema de diagnósticos;
Um sistema de intervenções terapêuticas;
Uma doutrina
médica
(cosmologia).
Pelo menos parcialmente, o sistema asteca preenche tais requisitos. Apresenta-se como teoricamente estruturado, com formação específica (o aprendizado das diversas funções da classe sacerdotal), o relativo conhecimento de anatomia (comparado com sistemas etnomédicos de índios dos desertos americanos ou florestas tropicais) em função, talvez, da prática de sacrifícios humanos mas não necessariamente dependente dessa condição. Há evidências que soldavam fraturas e punham talas em ossos quebrados.
A dinâmica vital da relação tonal (tonalli) – nagual (naualli) ou explicações do efeito de plantas medicinais são pouco conhecidos,
contudo o sistema de intervenções terapêuticas através de
plantas medicinais, dietas e ritos
são evidentes. A doutrina médica tradicional por sua vez, também não
é bem conhecida. No sistema diagnóstico encontramos quatro causas básicas:
Introdução de corpo estranho por feitiçaria; Agressões sofridas ao duplo (nagual); Agressões ou perda do tonal;
e influências nefastas de espíritos (ares).
Em relação a esse conjunto de patologias,
os deuses representavam simultaneamente uma categoria de análise de causa e
possibilidade de intervenção por sua intercessão. Tlaloc estava associado aos ares e doenças do frio e ..da pele
(úlceras e lepra)
e hidropsia;
Ciuapipiltin
às convulsões e paralisia; Tlazolteotl
às doenças do amor que inclusive causavam a morte (tlazolmiquiztli ); Ixtlilton curava as crianças; Lume,
ajudava as parturientes; .Xipe Totec era o
responsável pelas oftalmias.
Plantas e técnicas
O tabaco e o incenso vegetal (copalli) estava presente em suas práticas. Seus ticitl (médicos feiticeiros) em nome
dos deuses realizavam ritos de cura com plantas que contém substâncias psicodélicas (Lophophora willamsii ou peiote; Psylocybe
mexicana, Stropharia cubensis
- cogumelos com psilocibina; Ipomoea violacea e Rivea
coribosa - oololiuhqui)
que ensinam a causa das doenças, mostram a presença de tonal (tonalli), e sofrimentos infligidos ao duplo animal ou nagual (naualli)
os casos de enfeitiçamento ou castigo dos deuses. Entre
os remédios mais conhecidos estava a alimentação dos doentes com dietas a base de milho,
passiflora (quanenepilli), o bálsamo do peru, a raiz
de jalapa, a salsaparrilha (iztacpatli / psoralea)
a valeriana entre centenas de outras registradas
em códices escritos dos quais nos sobraram fragmentos.
Cidades históricas: Tenochtitlán, Coatepec,Chapultepec, Itzapalapa, Iztapam, Tlacopán e Coyotepec.
Foram uma civilização mesoamericana, pré-colombiana, que floresceu
principalmente entre os séculos XIV e XVI, no território correspondente ao actual México. Os aztecas foram derrotados e sua civilização
destruída pelos conquistadores espanhóis, comandados por Hernán Cortez. Os aztecas, entre outras
aram o chocolate. O idioma Azteca era o Náhuatl. O controle político do populoso e
fértil vale do México
ficou confuso após 1100. Gradualmente, os aztecas, uma tribo
do norte, assumiram o poder depois de 1200.
Anahuac |
Huitzilopochtli |
No princípio do século XVI, os seus domínios estendiam-se de costa a costa, ao norte os desertos e a sul o território Maia. Os aztecas atingiram alto grau de sofisticação tecnológica e cultural, sendo governados através de uma monarquia electiva, e organizavam-se em diversas classes sociais, tais como nobres, sacerdotes, guerreiros, comerciantes e escravos, além de possuírem uma escrita pictográfica e dois calendários (astronómico e litúrgico). Ao estudar-se a cultura azteca, deve-se prestar especial atenção a três aspectos: a religião, que demandava sacrifícios humanos em larga escala, particularmente ao deus da guerra, Huitzilopochtli.
Mesoamérica |
Os corações eram
arrancados das vítimas vivas, e levantados ao céu em honra dos deuses. Os
sacrifícios eram conduzidos do alto de pirâmides para estar perto dos deuses e o
sangue escorria pelos degraus. Apesar da economia asteca estar baseada
primordialmente no milho, as pessoas acreditavam que as
colheitas dependiam da provisão regular de sangue por meio dos sacrifícios. Eram
politeístas e acreditavam que se o sangue humano não fosse oferecido ao Sol, a
engrenagem do mundo deixaria de funcionar. Durante os tempos de paz, "guerras"
eram realizadas como campeonatos de coragem e de habilidades de guerreiros, e
com o intuito de capturar mais vítimas. Eles lutavam com clavas
de madeira
para mutilar e atordoar, e não matar. Quando lutavam para matar, colocava-se
nas clavas uma lâmina.
A sua civilização teve um fim abrupto com
a chegada dos espanhóis no começo do século XVI. Tornaram-se aliados de Cortés em 1519.
O governante asteca Moctezuma II
considerou o conquistador espanhol a personificação do deus Quetzalcóatl, e não soube avaliar o perigo
que o seu reino corria. Ele recebeu Cortés amigavelmente, mas posteriormente o tlatoani
foi tomado como refém. Em 1520 houve uma revolta
azteca e Moctezuma II foi assassinado. Seu sucessor, Cuauhtémoc, o último governante azteca,
resistiu aos invasores, mas em 1521 Cortés sitiou
Tenochtitlán e subjugou o império. Muitos povos não-aztecas, submetidos à
Confederação, uniram-se aos conquistadores contra os Aztecas.
Tenochtitlán |
Os astecas desenvolveram muito as técnicas agrícolas, construindo obras
de drenagem e as chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam milho,
pimenta, tomate, cacau etc. As sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como
moedas por este povo. O artesanato a era riquíssimo, destacando-se a confecção
de tecidos, objetos de ouro e prata e artigos com pinturas. A religião era
politeísta, pois cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovão,
Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada.
A escrita era representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com
modificações pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de
astronomia. Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para
cultos religiosos e sacrifícios humanos. Estes, eram realizados em datas específicas
em homenagem aos deuses. Acreditavam, que com os sacrifícios, poderiam deixar
os deuses mais calmos e felizes.
Incas
A civilização inca foi uma cultura andina pré-colombiana e um Estado-nação, o Império Inca (em quíchua: Tawantinsuyu) que existiu na América do Sul de cerca de 1200 até à invasão dos conquistadores espanhóis e a execução do imperador Atahualpa em 1533. O império incluía regiões desde o extremo norte como o Equador e o sul da Colômbia, todo o Peru e a Bolívia, até o noroeste da Argentina e o norte do Chile.
Cusco |
Chavin de Huantar |
Os incas, originários das montanhas do Peru, expandiram o seu controle a quase toda região dos Andes. A civilização inca alcançou o seu apogeu no século XV, sob Pachacuti. Entre as suas realizações culturais está a arquitetura, a construção de estradas, pontes e engenhosos sistemas de irrigação.
Expansão do Império Inca
O imperador Pachacuti foi o homem mais poderoso da
antiga América já que enviou várias expedições para conquista de terras. Quando
os oponentes se rendiam eram bem tratados mas quando resistiam havia pouca
clemência. Com as conquistas, Pachacuti acrescentava não
apenas mais terras ao seu domínio como guerreiros sob seu comando. Sendo
talentoso diplomata, antes das invasões, Pachacuti enviava mensageiros para
expor as vantagens de os povos conquistados se unirem pacificamente ao império
Inca. O acordo proposto era de que, se os dominados cedessem suas terras,
manteriam um controle local exercido pelos dignitários locais que seriam
tratados como nobres do Império e os seus filhos seriam educados em troca da
integração ao Império e plena obediência ao Inca.
Os incas tinham um exército
muito bem treinado e organizado. Quando os incas conquistavam um lugar, o povo
era submetido a tributação pela qual prestavam serviços designados pelos
conquistadores. Os incas encorajavam as pessoas a se juntarem ao
Império e quando isto ocorria eram sempre bem tratadas. Serviços postais eram
então estabelecidos por mensageiros (chasquis)
que entregavam mensagens oficiais entre as maiores cidades. Notícias também
eram veiculadas pelo sistema Chasqui
na velocidade de 125
milhas por dia. Os incas também promoviam a mudança de
populações conquistadas como parte da criação a "Rodovia Inca", que
foi idealizada para ser usada nas guerras, para o transporte de bens e outros
propósitos.
Chasquis |
Esta troca de populações (manay) acabou promovendo a troca de informações e propagação da
cultura Inca. Todo o Império Inca foi unido por excelentes estradas e pontes.
Sua extensão máxima era de 4.500 km de comprimento por 400 km de largura, o
que dava 1,800,000 km² de extensão. O período de máxima expansão do
Império Inca ocorre a partir do ano 1450 quando chegou a
cobrir a região andina do Equador ao centro do Chile,
com mais de 3000
quilômetros de extensão.
Imperadores incas
Inca Ruca - Imperador. O primeiro imperador Inca foi Manco Capac, que reinou por volta do ano 1200.
Os detalhes de vários dos primeiros imperadores foram perdidos durante a
invasão.
A conquista espanhola
Antecedentes
Quando Huayna Capac se tornou o imperador inca,
houve uma guerra de sucessão que algumas fontes
sustentam que durou cerca de doze anos. A causa alegada da guerra é que Huayna fora muito cruel com o povo. Rumores
se espalharam pelo Império Inca
como fogo sobre um estranho "homem barbado" que "vivia numa casa no mar" e
tinha "raios e trovões em suas
mãos".
Huascar |
Este homem estranho começava a matar muitos dos soldados incas com doenças que trouxera. Quando Huayna Capac morreu, o império estava desgastado e ocorreu uma disputa entre seus dois filhos. Cuzco, que era a capital, havia sido dada para o suposto novo imperador Huascar, que foi considerado como pessoa horrível, violento e quase louco atribuindo-se a ele o assassinato da própria mãe e da sua irmã que forçara a desposá-lo.
Atahualpa |
Francisco Pizarro |
A dominação espanhola
Vicente de Valverde |
O exército espanhol abriu fogo e matou os
soldados da comitiva de Atahualpa e, embora pretendesse matar o Inca,
aprisionou-o, pois tinha planos próprios. Uma vez feito prisioneiro, Atahualpa
não foi maltratado pelos espanhóis, que permitiram que ele ficasse em contacto
com seu séquito.
Vicente de Valverde |
Com isto, Pizarro sentiu a frustração de
seus planos e acusou Atahualpa de doze crimes, sendo os principais o assassínio
de Huáscar, prática de idolatria e conspiração contra o Reino de Espanha, sendo
julgado culpado por todos os crimes condenado a morrer queimado. Já era noite
alta quando Francisco Pizarro decidiu executar Atahualpa. Depois de ser
conduzido ao lugar da execução, Atahualpa implorou pela sua vida.
Valverde, o padre que havia presidido o
processo propôs que, se Atahualpa se convertesse ao cristianismo, reduziria a
sentença condenatória. Atahualpa concordou em ser batizado e, em vez de ser
queimado na fogueira, foi morto por estrangulamento no dia 29 de agosto de 1533.
Com a sua morte também acabava a "existência independente de uma raça
nobre".
Toparca |
A instabilidade ocorreu rapidamente.
Francisco Pizarro nomeou Toparca, um irmão de Atahualpa, como
regente fantoche até a sua inesperada morte. A organização inca então se
esfacelou. Remotas partes do império se rebelaram e nalguns casos formavam
alianças com os espanhóis para combater os incas resistentes. As terras e
culturas foram negligenciadas e os incas experimentaram uma escassez de
alimentos que jamais tinham conhecido. Agora os incas já haviam aprendido com
os espanhóis, o valor do ouro e da prata e a utilidade que antes desconheciam e
passaram a pilhar, saquear e ocultar tais símbolos de riqueza e poder.
A proliferação de doenças comuns da Europa
para as quais os incas não tinham defesa se disseminaram e fizeram o seu papel
no morticínio de centenas de milhares de pessoas. O ouro e a prata tão
ambicionados por Pizarro e os seus homens estava em todo o lugar e nas mãos de muitas
pessoas, subvertendo a economia com a enorme inflação. Um bom cavalo passou a
custar $7000 até que, por fim, os grãos e gêneros alimentícios acabaram mais
valiosos que o precioso ouro dos espanhóis. A grande civilização inca, tal como
conhecida, já não existia.
Após a conquista espanhola
O Império Inca foi derrubado por menos de
duzentos homens e vinte e sete cavalos mas também por milhares de ameríndios
que se juntaram às tropas espanholas por descontentamento em relação ao
tratamento dado pelo Império Inca. Francisco Pizarro e os espanhóis que o
seguiram oprimiram os incas tanto material como culturalmente, não apenas
explorando-os pelo sistema de trabalho de "mitas" para extração da
prata Potosí, como reprimindo as suas antigas
tradições e conhecimentos.
No que se refere à agricultura, por exemplo, o abandono da avançada técnica agrícola inca acabou instalando uma persistente era de escassez de alimentos na região. Uma parte da herança cultural foi mantida, tratando-se das línguas quíchua e aimará, isto porque a Igreja Católica escolheu estas línguas nativas como veículo da evangelização dos incas, daí passarem a escrevê-las com caracteres latinos e ensiná-las como jamais ocorrera no Império Inca, fixando-as como as línguas mais faladas entre as dos ameríndios.
Economia
Cusco |
Ayllu |
A seguir, estavam os governadores das quatro províncias em que o Império Inca era dividido. Eles tinham muito poder pois organizavam as tropas, coletavam os tributos cabendo-lhes impor a lei e estabelecer a ordem. Abaixo dos governadores estavam os oficiais militares locais, responsáveis pelos julgamentos menos importantes e a resolução de pequenas disputas podendo inclusive atribuir castigos. Mais abaixo estavam os camponeses que eram a maioria da população. Entre os camponeses, a estrutura básica da organização territorial era o ayllu.
Kuraca |
De fato, o sistema de ajuda entre as
famílias estava muito desenvolvido. Para além das terras colectivas, havia
reservas destinadas a minorar as carências em tempos de fome ou a serem usadas
sempre que a aldeia era visitada por uma delegação do Inca. Outro dos deveres
de cada membro da comunidade consistia em colaborar nos trabalhos colectivos,
como por exemplo a manutenção dos canais de irrigação. Os nobres foram chamados
pelos espanhóis de "orelhões", devido à impressão que tiveram de suas
enormes orelhas, aumentadas pelos grandes pendentes que usavam.
Os "orelhões" eram educados em
escolas especiais durante quatro anos. Eles estudavam a língua quíchua,
religião, quipos, história, geometria, geografia e astronomia. Ao terminar os
estudos, eles se graduavam em uma cerimônia solene, onde demonstravam sua
preparação passando em algumas provas. Eles se vestiam de branco e se reuniam
na Praça de Cusco. Todos os candidatos tinham o cabelo
cortado e levavam na cabeça um llauto negro com plumas. Depois de rezarem ao
sol, lua e ao trovão, eles subiam a colina de Huanacaui, onde ficavam em jejum,
participavam de competições e dançavam.
Mais tarde, o Inca lhes entregava umas
calças justas, um diadema de plumas e um peitoral de metal. Finalmente ele perfurava
a orelha de cada um pessoalmente com uma agulha de ouro, para que pudessem usar
seus pendentes característicos, próprios de sua categoria. Os
"orelhões" tinham vários privilégios, entre eles a posse de terras e
a poligamia. Eles recebiam presentes do monarca, tais como mulheres, lhamas,
objetos preciosos, permissão para usar liteiras ou trono.
Tucricues |
Mita |
Inválidos e incapazes eram auxiliados a prover sua subsistência com trabalho. Às mulheres casadas eram distribuídas meadas de lã para confecção de roupas. Todos os incas eram obrigados a trabalhar para o Império e para os seus deuses domésticos (mita). Os incas não tinham liberdade de viajar e os filhos sempre tinham de seguir o ofício dos pais. O Império Inca foi dividido em quatro partes. Todas as atividades dos habitantes eram supervisionadas pelos funcionários do Império.
Moeda
Os incas não usavam dinheiro propriamente
dito. Eles faziam trocas ou escambos nos quais
mercadorias eram trocadas por outras e mesmo o trabalho era remunerado com
mercadorias e comida. Serviam como moedas sementes de cacau e também conchas
coloridas, que eram consideradas de grande valor.
Agricultura
No apogeu de civilização inca, cerca de 1400,
a agricultura organizada espalhou-se por todo o império, desde a Colômbia até o Chile,
com o cultivo de grãos comestíveis da planície litorânea do pacífico, passando
pelos altiplanos andinos e adentrando na planície amazônica oriental. Calcula-se que os incas cultivavam cerca
de setecentas espécies vegetais. A chave do sucesso da agricultura inca era a
existência de estradas e trilhas que possibilitavam uma boa distribuição das
colheitas numa vasta região. As principais culturas vegetais eram as batatas
(semilha), batatas doce (batatas), milho, pimentas, algodão, tomates, amendoim,
mandioca, e um grão conhecido como quinua.
O plantio era feito em terraços e já usavam a adiantada técnica das curvas de
nível sendo os primeiros a usar o sistema de irrigação.
Os incas usavam varas afiadas e arados para revolver o solo, e usavam também a lhama para transporte das colheitas, embora tais animais fornecessem também lã para fazer tecidos, mantas e cordas, couro e carne. Ervas aromáticas e medicinais também eram plantadas e as folhas de coca, eram reservadas para a elite. Toda a produção agrícola era fiscalizada pelos funcionários do império.
Caça
Aos quatorze anos os meninos eram vestidos
com uma tanga sendo então declarados adultos. Os meninos mais pobres eram
submetidos a vários testes de resistência e de conhecimento, ao fim dos quais
lhes eram atribuídos adornos (brincos) coloridos e armas. As cores dos brincos
determinavam o lugar hierárquico que ocupariam na sociedade. Os Incas eram
extremamente religiosos e viam o Sol e a Lua como entidades divinas às quais
suplicavam suas bençãos, fosse para melhores colheitas, fosse para o êxito em
combates com grupos rivais.
O Deus Sol era o deus masculino e acreditavam que o Rei descendia dele. Atribuíam ao Deus Sol qualidades espirituais, transmitidas à mente pela mastigação da folha de coca, daí as profecias que justificaram a criação de templos sagrados construídos nas encostas íngremes das montanhas andinas.
Vilkike |
Huillca-Humu |
Lugares sagrados
A religião era politeísta, constituída de forças do bem e
do mal. O bem era representado por tudo aquilo que era importante para o homem
como a chuva e a luz do Sol, e o mal, por forças negativas, como a seca e a
guerra. Os huacas, ou lugares
sagrados, estavam espalhados pelo território inca. Huacas eram entidades divinas que viviam em objetos naturais
como montanhas, rochas e riachos. Líderes espirituais de uma comunidade usavam
rezas e oferendas para se comunicar com um huaca para pedir conselho ou ajuda.
Sacrifícios
Os incas ofereciam sacrifícios tanto
humanos como de animais nas ocasiões mais importantes, maioria das vezes em
rituais ao nascer do sol. Grandes ocasiões, como nas sucessões imperiais,
exigiam grandes sacrifícios que poderiam incluir até duzentas crianças. Não
raro as mulheres a serviço dos templos eram sacrificadas, mas a maioria das
vezes os sacrifícios humanos eram impostos a grupos recentemente conquistados
ou derrotados em guerra, como tributo à dominação. As vítimas sacrificiais
deviam ser fisicamente íntegras, sem marcas ou lesões e preferencialmente
jovens e belas.
Tanta Carhua |
Múmia Mallqui |
Festivais
Os incas tinham um calendário de trinta dias, no qual cada mês tinha o seu
próprio festival.
Costumes funerários
Os incas acreditavam na reencarnação.
Aqueles que obedeciam à regra, ama
sua, ama llulla, ama chella (não roube, não minta e não seja
preguiçoso), quando morressem iriam viver ao calor do sol enquanto os
desobedientes passariam os dias eternamente na terra fria. Os incas também
praticavam o processo de mumificação, especialmente das pessoas
falecidas mais proeminentes. Junto às múmias era enterrado uma grande
quantidade de objetos do gosto ou utilidade do morto. De suas sepulturas, acreditavam, as múmias
mallqui poderiam conversar com
ancestrais ou outros espíritos huacas
daquela região. As múmias, por vezes eram chamadas a testemunhar fatos importantes
e presidir a vários rituais e celebrações. Normalmente o defunto era enterrado
sentado.
Os quipos
Se bem que o império fosse muito
centralizado e extremamente estruturado – e até, pode dizer-se, burocrático –,
não havia um sistema de escrita.
Para gerir o império eram utilizados os quipus (quipus), cordões de lã ou outro material onde são codificadas
mensagens. Destinavam-se os quipos a manterem estatísticas permanentemente
actualizadas. Regularmente procedia-se a recenseamentos da população
extremamente completos (por exemplo, número de habitantes por idade e sexo).
Registava-se ainda o número de cabeças de
gado, os tributos pagos ou devidos aos diversos povos, o conjunto de entradas e
saídas dos armazéns estatais, etc. Mediante os registos procurava-se equilibrar
a oferta e a procura, numa tentativa de planificação da economia. Mais
concretamente, o quipo é constituído por um cordão a que se liga a cordões
menores de diferentes cores, tanto paralelamente como partindo de um ponto
comum. Os números eram dados pelos nós e as significações pelas cores.
Os nós das extremidades inferiores
representam as unidades. Acima ficam as dezenas, mais acima as centenas e, por
último, os milhares e as dezenas de milhar. Saliente-se que, para além de
utilizarem o sistema decimal, os índios conceberam o equivalente do zero: um
intervalo maior entre os nós, ou seja, um sítio vazio. Ignora-se o significado
dos nós complexos, porventura reservados aos múltiplos. Quanto às cores,
indicavam os significados ou qualidades. Mas como o número de cores e seus
matizes é limitado, muito inferior ao número de objectos a recensear, o
significado das cores variava de acordo com a significação geral do quipo. Era
pois necessário conhecer a significação geral do quipo para se poder
interpretá-lo. Por exemplo: o amarelo referia-se ao ouro nas estatísticas
referentes aos despojos de guerra e ao milho nas referentes à produção.
A fim de facilitar a leitura, as pessoas e
coisas eram dispostas de acordo com uma hierarquia imutável. Assim, nos quipos
demográficos, os homens ocupavam o primeiro lugar, seguidos das mulheres e, por
fim, das crianças. Nos recenseamentos de armas a ordem era a seguinte: lanças,
flechas, arcos, zagaias, clavas, achas e fundas. A ausência de cordão
secundário ao longo do principal, assim como a falta de uma cor, possuía
determinado significado, exatamente como acontecia com a ausência de nó no
cordão (zero).
Quipucamayucs |
Chasqui |
Medicina
Os incas fizeram muitas descobertas
farmacológicas. Usavam o quinino no tratamento
da malária com grande sucesso. As folhas da coca
eram usadas de modo geral como analgésicos, e para minorar a fome, embora os
mensageiros Chasqui as usassem
para obter energia extra. Outra terapia comum e eficiente era o banho de
ferimentos com uma cocção de casca de pimenteiras ainda morna.
Música
Os incas tocavam música em tambores e
instrumentos de sopro que incluem as flautas, flauta de pan, quena
e trombetas feitas de conchas marinhas ou de cerâmica.
Arte e artesanato
Os incas produziam artefatos destinados ao
uso diário ornados com imagens e detalhes de deuses. Era comum na cultura inca
o uso de formas geométricas abstratas e representação de animais altamente
estilizados no feitio de cerâmicas, esculturas de madeira, tecidos e objetos de
metal. Eles produziam belos objetos de ouro e as mulheres produziam tecidos
finos com desenhos surpreendentes.
Culinária
A comida inca consistia principalmente de
vegetais, pães, bolos, mingaus de cereais (notadamente de milho ou aveia), e
carne (assados ou guisados), comumente de caititus (porcos selvagens) e de lhama.
Apesar da dieta dos incas ser muito variada, havia muitas diferenças entre os
alimentos consumidos pelos diversos setores da sociedade. A gente do povo só
comia duas refeições por dia. O prato comum dos Andes era o chuño, ou farinha de batata
desidratada. Adicionava-se água, pimentão ou pimenta, e sal para então servir.
Eles também preparavam o locro
com carne seca ou cozida, com muito pimentão, pimenta, batatas e feijão. Eles
comiam ainda grandes quantidades de frutas, como a pêra picada ou o tarwi. O milho era bastante consumido
e era preparado fervido ou torrado.
Os nobres e a família real se alimentavam
muito melhor do que o povo. Na mesa do Inca não podia faltar carne,mas era
escassa para o povo. Ele comia carne de lhama, de vicunha, patos selvagens,
perdizes da puna, rãs, caracóis e peixe. A refeição começava com frutas. Depois
vinham as iguarias, apresentadas sobre uma esteira de juncos trançados eram
estendidos no solo. O Inca se acomodava em seu assento de
madeira, coberto com uma tela fina de lã e indicava o que lhe agradava. Daí,
uma das mulheres de seu séqüito o servia em um prato de barro ou de metal
precioso, que segurava entre suas mãos enquanto o Inca comia. As sobras e tudo
que o Inca havia tocado, devia ser guardado em um cofre e queimado logo depois,
dispersando as cinzas.
Vestuário
O homem inca usava uma túnica sem mangas
que descia à altura do joelho e às vezes uma pequena capa. A mulher inca tinha
diversas roupas que a cobriam integralmente e frequentemente usavam sandálias
de couro. Nas estações mais frias todos usavam longos mantos de lã sobre os
ombros presos por alfinetes na frente. Os incas gostavam de se adornar. Quanto
mais ricos e elaborados os tecidos mais dispendiosos e caros, e acabavam por
demonstrar o nível social do usuário. Os incas usavam seus gorros de lã com
cores tribais que designavam-lhes as origens. Os homens incas usavam muito mais
jóias que as mulheres. Os mais ricos usavam pulseiras de ouro e brincos enormes,
quanto maior o brinco mais importante era a pessoa que o usava. Os guerreiros
usavam colares feitos com os dentes de suas vítimas.
Os
incas viveram na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru,
Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a
capital do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram dominados pelos espanhóis em
1532. O imperador, conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na Terra. A
sociedade era hierarquizada e formada por: nobres (governantes, chefes
militares, juízes e sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e
trabalhadores especializados) e classe mais baixa (artesãos e os camponeses). Esta
última camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias ou com
trabalhos em obras públicas. Na arquitetura, desenvolveram várias construções
com enormes blocos de pedras encaixadas, como templos, casas e palácios.
A
cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911
e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. A agricultura era
extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus
formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento
sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios
para as aldeias. A arte destacou-se pela qualidade dos objetos
de ouro, prata, tecidos e jóias. Domesticaram
a lhama (animal da família do camelo) e utilizaram como meio de transporte,
além de retirar a lã , carne e leite deste animal. Além da lhama, alpacas e
vicunhas também eram criadas. A religião tinha como principal deus o Sol
(deus Inti). Porém, cultuavam também animais considerados sagrados como o
condor e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha
(criador de tudo).
Criaram
um interessante e eficiente sistema de contagem : o quipo. Este era um
instrumento feito de cordões coloridos, onde cada cor representava a contagem
de algo. Com o quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos.
Mesmo com todo desenvolvimento, este povo não desenvolveu um sistema de
escrita.
Maias
Maias
Península de Yucatán |
Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores
urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos
impostos. A base da economia maia era a agricultura, principalmente de
milho, feijão e tubérculos. Suas técnicas de irrigação eram muito avançadas.
Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do
império. Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço
na arquitetura. O artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de tintas em
tecidos e roupas. A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em
vários deuses ligados à natureza. Elaboraram um eficiente e complexo
calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano. Assim como os egípcios,
usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos).
Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas,
guerras e outros dados importantes. Desenvolveram muito a matemática,
com destaque para a invenção das casas decimais e o valor zero. A civilização
maia foi uma cultura mesoamericana
pré-colombiana,
notável por sua língua escrita
(único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano que podia
representar completamente o idioma falado no mesmo
grau de eficiência que o idioma escrito no velho mundo), pela sua arte, arquitetura, matemática e sistemas
astronômicos. Inicialmente estabelecidas
durante o período
pré-clássico (2000
a .C. a 250 d.C.), muitas cidades maias atingiram o seu
mais elevado estado de desenvolvimento durante o período
clássico (250 d.C. a 900 d.C.), continuando a se desenvolver durante
todo o período pós-clássico, até a chegada dos
espanhóis. No seu auge, era uma das mais densamente povoadas e
culturalmente dinâmicas sociedades do mundo.
A civilização maia divide muitas
características com outras civilizações da Mesoamérica, devido ao alto grau de
interação e difusão cultural que caracteriza a região. Avanços como a escrita, epigrafia e o calendário não se originaram com os maias;
no entanto, sua civilização se desenvolveu plenamente. A influência dos maias
pode ser detectada em países como Honduras, Guatemala, El Salvador e na região central do México, há mais de 1000 km da área maia.
Muitas influências externas são encontrados na arte e arquitetura Maia, o que
acredita-se ser resultado do intercâmbio comercial e cultural, em vez de
conquista externa direta. Os povos maias nunca desapareceram, nem na
época do declínio no período clássico, nem com a chegada dos conquistadores espanhóis e
a subsequente colonização
espanhola das Américas. Hoje, os maias e seus descendentes formam
populações consideráveis em toda a área antiga maia e mantém um conjunto
distinto de tradições e crenças que são o resultado da fusão das ideologias pré-colombianas e pós-conquista
(e estruturado pela aprovação quase total do catolicismo romano).
Muitas línguas maias
continuam a ser faladas como línguas primárias ainda hoje; o Rabinal Achí, uma obra literária na língua achi, declarada uma obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da
Humanidade pela UNESCO em 2005.
Mapa histórico dos territórios habitados por povos de língua maia. As evidências arqueológicas mostram que os maias
começaram a edificar sua arquitetura
cerimonial há 3000 anos. Entre os estudiosos, há um certo desacordo sobre os
limites e diferenças entre a civilização maia e a cultura mesoamericana pré-clássica
vizinha dos olmecas. Os olmecas e os maias antigos
parecem ter-se influenciado mutuamente. Os monumentos mais antigos consistem em
simples montículos remanescentes de tumbas, precursoras das pirâmides erguidas mais tarde.
Estela maia |
Os maias tinham economia
preponderantemente agrícola embora praticassem ativamente o comércio em toda a Mesoamérica e possivelmente para além
desta. Entre os principais produtos do comércio estavam o jade,
o cacau, o sal
e a obsidiana.
Nos séculos VIII e IX a cultura maia clássica entrou em
decadência, abandonando a maioria das grandes cidades e as terras baixas
centrais. A guerra, doenças, inundações e longas secas, ou ainda a combinação
destes fatores são freqüentemente sugeridos como os motivos da decadência. Existem
evidências de uma era final em que a violência se expandia: cidades amplas e
abertas foram então fortemente guarnecidas por muradas, às vezes visivelmente
construídas às pressas. Teoriza-se também com revoltas sociais em
que classes campesinas acabaram se revoltando contra a elite urbana nas terras
baixas centrais. Os estados maias pós-clássicos também continuaram prosperando
nos altiplanos do sul. Um dos reinos maias desta área, Quiché, é o responsável pelo mais amplo e
famoso trabalho de historiografia e mitologia maias, o "Popol Vuh".
Mapa da colonização das américas
pelo Império espanhol.
Os territórios maias foram absorvidos
durante o processo de expansão do império asteca por volta
do século XV. Por fim, no ano de 1519,
Hernán Cortez inicia a conquista do
território asteca, incluindo as regiões anteriormente pertencentes aos maias. Algumas
cidades ofereceram uma grande e feroz resistência; a última cidade estado não
foi subjugada pelos espanhóis senão em 1697.
Panorama das descobertas
Cristóvão Colombo,
que tomou posse da ilhota (San
Salvador) em nome da Coroa de Castela em 12 de outubro de 1492
e vagou pelas ilhas do Haiti, Cuba
e Jamaica, julgava tratar-se das costas
ocidentais de Cipango (Japão) e Catai (China).
As tropas de Fernando Cortez derrotaram o exército asteca na Batalha de Otumba (1520). De retorno, a mercadoria mais interessante que trouxe foram habitantes das terras ocidentais, os índios Caraíbas (vendeu 509 deles em Sevilha em 1495 e seu irmão vendeu 300 no ano seguinte em Cádiz) que pela sua nudez e modos logo denunciaram não pertencerem aos reinos das índias, havendo até quem dissesse que nem mesmo descendentes de Adão eram.
Ponce de León |
Francisco Hernandes de Córdoba |
Campeche |
Sílex |
Bernal Diaz de Castilho |
John Lloyd Stephens |
Redescoberta dos maias
As colônias espanholas americanas estavam
muito afastadas do mundo exterior, e as ruínas das grandes cidades antigas eram
pouco conhecidas exceto pelos locais. Entretanto, em 1839,
o explorador americano John
Lloyd Stephens, escutando notícias de ruínas perdidas nas selvas,
visitou Copán, Palenque, e outras localidades acompanhado do arquiteto e
desenhista Frederick Catherwood. Seu diário de viagem ilustrado sobre as
ruínas incendiaram um forte interesse pela região e sua gente promovendo a
assimilação do vínculo com a cultura maia entre os dirigentes locais. A maioria
da população rural contemporânea da Guatemala e Belize é maia por descendência e idioma primário; em
áreas rurais do México ainda existe uma
cultura maia.
Ciência e tecnologia.
Urbanismo
Maquete da acrópole de San Andrés.
Ainda que as cidades maias estivessem
dispersas na diversidade da geografia da Mesoamérica, o efeito do planejamento
parecia ser mínimo; suas cidades foram construídas de uma maneira um pouco
descuidada, como ditava a topografia e declive
particular. A arquitetura maia tendia a integrar um alto grau de
características naturais. Por exemplo, algumas cidades existentes nas planícies
de pedra calcária no norte do Iucatã se
converteram em municipalidades muito extensas enquanto que outras, construídas
nas colinas das margens do rio Usumacinta,
utilizaram os declives e montes naturais de sua topografia para elevar suas
torres e templos a alturas impressionantes.
Sacbeob |
Teotihuacán |
Sistema de escrita
Glifos maias em estuque no
museu de Palenque, México. O sistema de escrita maia (geralmente chamada hieroglífica por uma vaga semelhança com a
escrita do antigo Egito, com o qual não se relaciona)
era uma combinação de símbolos fonéticos e ideogramas. É o único sistema de escrita do
novo mundo pré-colombiano que podia representar completamente o idioma falado
no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no velho mundo.
Códices maias |
Códice de Madrid. Os livros maias, normalmente tinham páginas semelhantes a um cartão, feitas de um tecido sobre o qual aplicavam uma película de cal branca sobre a qual eram pintados os caracteres e desenhadas ilustrações. Os cartões ou páginas eram atadas entre si pelas laterais de maneira a formar uma longa fita que era dobrada em zigue-zague para guardar e desdobrada para a leitura.
Atualmente restam apenas três destes livros e
algumas outras páginas de um quarto, de todas as grandes bibliotecas então
existentes. Freqüentemente são encontrados, nas escavações arqueológicas,
torrões retangulares de gesso que parecem ser restos do que fora um livro
depois da decomposição do material orgânico.
Matemática - Grafia dos
números maias.
Os maias (ou seus predecessores olmecas)
desenvolveram independentemente o conceito de zero
(de fato, parece que estiveram usando o conceito muitos séculos antes do velho
mundo), e usavam um sistema de numeração de base 20. As inscrições nos mostram,
em certas ocasiões, que trabalhavam com somas de até centena de milhões. Produziram observações astronômicas
extremamente precisas; seus diagramas dos movimentos da Lua
e dos planetas se não são iguais, são superiores
aos de qualquer outra civilização que tenha trabalhado sem instrumentos óticos.
Ao encontro desta civilização com os conquistadores espanhóis, o sistema de calendários dos maias já era estável e
preciso, notavelmente superior ao calendário
gregoriano, muitas vezes reformado depois disto. Muitos consideram a
arte maia da Era Clássica
(200
a 900
d.C.) como a mais sofisticada e bela do Novo Mundo antigo.
Bonampak |
Religião
Pouco se sabe a respeito das tradições
religiosas dos maias, a religião ainda não é completamente entendida por
estudiosos. Assim como os astecas e os incas,
os maias acreditavam na contagem cíclica natural do tempo. Os rituais e
cerimônias eram associados a ciclos terrestres e celestiais que eram observados
e registrados em calendários separados. Os sacerdotes maias tinham a tarefa de
interpretar esses ciclos e fazer um panorama profético sobre o futuro ou
passado com base no número de relações de todos os calendários. A purificação incluia jejum, abstenção
sexual e confissão. A purificação era normalmente praticada antes de grandes
eventos religiosos. Os maias acreditavam na existência de três planos
principais no cosmo: a Terra, o céu e o submundo. Os maias sacrificavam humanos e
animais como forma de renovar ou estabelecer relações com o mundo dos deuses.
Esses rituais obedeciam diversas regras.
Normalmente, eram sacrificados pequenos animais, como perus e codornas, mas nas
ocasiões muito excepcionais (tais como adesão ao trono, falecimento do monarca,
enterro de algum membro da família real ou períodos de seca) aconteciam
sacrifícios de humanos. Acredita-se que crianças eram muitas vezes oferecidas
como vítimas sacrificiais porque os maias acreditavam que essas eram mais puras.
Os deuses maias não eram entidades separadas como os deuses gregos. Também não existia a separação entre o bem
e o mal e nem a adoração de somente um deus regular, mas sim a adoração de
vários deuses conforme a época e situação que melhor se aplicava para aquele
deus.
A arquitetura maia abarca vários milênios;
ainda assim, mais dramática e facilmente reconhecíveis como maias são as
fantásticas pirâmides escalonadas do final do período pré-clássico em diante. Durante
este período da cultura maia, os centros de poder religioso, comercial e
burocrático cresceram para se tornarem incríveis cidades como Chichén Itzá, Tikal
e Uxmal. Devido às suas muitas semelhanças
assim como diferenças estilísticas, os restos da arquitetura maia são uma chave
importante para o entendimento da evolução de sua antiga civilização.
Materiais de construção
Tijolo de Comalcalco.
Um aspecto surpreendente das grandes
estruturas maias é a carência de muitas das tecnologias avançadas que poderiam parecer
necessárias a tais construções. Não há notícia do uso de ferramentas de metal,
polias ou veículos com rodas.
A construção maia requeria um elemento com abundância, muita força humana,
embora contasse com abundância dos materiais restantes, facilmente disponíveis.
Toda a pedra usada nas construções maias
parece ter sido extraída de pedreiras locais; com
maior freqüência era usada pedra calcária, que, ainda que extraída e
exposta, permanecia adequada para ser trabalhada e polida com ferramentas de
pedra, só endurecendo muito tempo depois. Além do uso estrutural de pedra
calcária, esta era usada em argamassas feitas do calcário queimado e moído, com propriedades
muito semelhantes às do atual cimento, geralmente
usada para revestimentos, tetos e acabamentos e para unir as pedras apesar de,
com o passar do tempo e da melhoria do acabamento das pedras, reduzirem esta
última técnica, já que as pedras passaram a se encaixar quase perfeitamente.
Dintel |
Processo
de construção
Todas as evidências parecem sugerir que a
maioria dos edifícios foi
construída sobre plataformas aterradas cuja altura variava de menos de um
metro, no caso de terraços e estruturas menores, a até quarenta e cinco metros,
no caso de grandes templos e pirâmides. Uma trama inclinada de pedras partia
das plataformas em pelo menos um dos lados, contribuindo para a aparência
bi-simétrica comum à arquitetura maia.
Dependendo das tendências estilísticas que
prevaleciam na área e época, estas plataformas eram construídas de um corte e
um aterro de entulhos densamente compactado. Como no caso de muitas outras
estruturas, os relevos maias que os adornavam, quase sempre se relacionavam com
o propósito da estrutura a que se destinavam. Depois de terminadas, as grandes
residências e os templos eram construídos sobre as plataformas. Em tais construções, sempre erguidas sobre
tais plataformas, é evidente o privilégio dado ao aspecto estético exterior em
contra-ponto à pouca atenção à utilidade e funcionalidade do interior.
Imagem 3D do grupo de templos de Palenque ao qual se integra o Templo da
Cruz. Parece haver um
certo aspecto repetitivo quanto aos vãos das construções nos quais os arcos
(como curvas) são raros, mas freqüentemente retos, angulados ou imbricados,
tentando mais reproduzir a aparência de uma cabana maia, do que efetivamente
incrementar o espaço interior.
Templo da Cruz em Palenque |
Tikal |
Atualmente, pensa-se que as reconstruções eram mais instigadas por razões políticas do que pelo encerramento do ciclo do calendário, já que teria havido coincidência com a data da assunção de novos governantes. Não obstante, o processo de reconstrução em cima de estruturas velhas é uma prática comum. Notavelmente, a acrópole de Tikal, parece ser a síntese de um total de 1500 anos de modificações arquitetônicas.
Plataformas cerimoniais - estas eram comumente plataformas de pedra calcária com muros de menos de
quatro metros de altura onde se realizavam cerimônias públicas e ritos
religiosos. Construídas nas grandes plataformas, eram ao menos realçadas com
figuras talhadas em pedra e às vezes tzompantli
ou uma estaca usada para exibir as cabeças das vítimas geralmente os derrotados
nos jogos de bola mesoamericanos. Palácios - grandes e geralmente muito decorados, os
palácios geralmente ficavam próximos do centro das cidades e hospedavam a elite
da população. Qualquer palácio real grande ou ao menos que tivesse várias
câmaras ou erguido em vários níveis, tem sido chamado de acrópole. Tais
construções consistiam de várias pequenas câmaras ou pelo menos um pátio
interno, parecendo propositadas a servirem de residência a uma pessoa ou
pequeno grupo familiar decorada como tal.
Copán |
Os arqueólogos parecem estar de acordo em que muitos palácios são também o lugar de muitas tumbas mortuárias. Em Copán, debaixo de 400 anos de remodelações posteriores, se descobriu a tumba de um de seus antigos governantes e a acrópole de Tikal parece ter sido o lugar de vários sepultamentos do final do período pré-clássico e início do clássico. Existe, no entanto, alguns arqueólogos que afirmam serem os palácios locais não muito prováveis para a morada da elite governante, uma vez que tais moradas mostram-se demasiadamente infestadas de morcegos e um tanto quanto desconfortáveis; sugerindo - assim - ser um espécie de mosteiro ou quartéis para as comunidades sacerdotais.
Nessa linha de pensamento, contudo, caímos
em uma outra rua sem saída: não existem comprovações da existência de ordens
eclesiásticas ou monásticas nos tempos clássicos. Concluir, portanto, que
fossem moradas das classes governamentais - neste contexto - é a solução mais
viável; o que não impede a existência de diversas teorias sobre a origem e a
função de tais palácios. Os estudiosos têm denominado de "Grupo E" à
freqüentemente encontrada formação de três pequenas construções, sempre
situadas a oeste das cidades, tratando-se de um intrigante mistério a sua
recorrência. Estas construções sempre incluem pelo
menos uma pequena pirâmide-templo a oeste da praça principal que tem sido
aceita como observatório devido ao seu preciso posicionamento em relação ao
Sol, quando observado da pirâmide principal nos solstícios e equinócios. Outras
teses sugerem que sua localização reproduz ou pelo menos se relaciona com a
história da criação do universo segundo a mitologia maia, posto que vários de
seus adornos a ela, freqüentemente, se referem.
Com freqüência os templos religiosos mais
importantes se encontravam em cima das pirâmides maias, supostamente por ser o
lugar mais perto do céu. Embora recentes descobertas apontem para o uso
extensivo de pirâmides como tumbas, os templos raramente parecem ter contido
sepulturas. A falta de câmaras funerárias indica que o propósito de tais
pirâmides não é servir como tumbas e se as encerram isto é incidental. Pelas
íngremes escadarias, se permitia aos sacerdotes e oficiantes o acesso ao cume
da pirâmide onde havia três pequenas câmaras com propósitos rituais.
Os templos sobre as pirâmides, a mais de 70 metros de altura, como
em El Mirador, de onde se descortinava o
horizonte ao longe, constituíram estruturas impressionantes e espetaculares,
ricamente decoradas. Comumente possuíam uma crista sobre o teto, ou um grande
muro que, teorizam, poderia ter servido para a escrita de sinais rituais para
serem vistos por todos. Como eram ocasionalmente as únicas
estruturas que excediam a altura da selva, as cristas sobre os templos eram
minuciosamente talhadas com representações dos governantes que se podiam ver de
grandes distâncias. Debaixo dos orgulhosos templos estavam as pirâmides que
eram, em última instância, uma série de plataformas divididas por escadarias
empinadas que davam acesso ao templo.
Observatórios astronômicos
Em vários templos sobre pirâmides foram encontradas marcações de miras que indicam que observações astronômicas também foram feitas dali. Um aspecto do estilo de vida mesoamericano é o seu jogo de bola ritual e seus campos ou estádios, que foram construídos por todo o império maia em grande escala. Estes estádios normalmente situavam-se nos centros das cidades. Tratava-se de espaços amplos entre duas laterais de plataformas ou rampas escalonadas paralelas, em forma de "I" maiúsculo direcionado para uma plataforma cerimonial ou templo menor. Tais campos foram encontrados na maioria das cidades maias, exceto nas menores.
Senhor leitor, todas as imagens foram retiradas do site de pesquisa Google, não se sinta ofendido se por ventura, uma das imagens postadas for sua, a intenção do blog é ilustrar didaticamente os textos e não plagiar as imagens. Obrigado pela compreensão.
Muito bom seu estudo. Procuro ao sobre os processos de impressão.
ResponderExcluirBom dia Carlos, obrigado pelo comentário, isso só faz com que eu me empenhe cada vez mais para aprimorar e melhorar o blog através de comentários como o seu.
ResponderExcluirMuito obrigado! Conteúdo de grande relevância!
ResponderExcluirpoderia explicar se houve algum conflito entre maias e astecas ou mais e incas?
ResponderExcluirO resto está ótimo, ajudou mesmo! :)
Império Asteca - Império Pré-Colombiano: 1325 – 1521
ResponderExcluirImpério Inca - Império Pré-Colombiano: 1438 – 1533
Império Maia - Império Pré-Colombiano: 1.000- 317
Chic!
ResponderExcluir