" O futuro tem muitos nomes; para os fracos é inalcançável, para os temerosos, desconhecido, para os valentes é oportunidade" Victor Hugo.
A corte francesa teve suas bases
a partir da configuração social estabelecida na França: a realeza, a alta e
baixa nobreza. O poder amplo dos reis em relação à nobreza determinava a
importância e relevância da sociedade cortesã. Apesar do distanciamento entre o
rei e os nobres em virtude do título que aquele ostentava tal distância não se
dava no âmbito de outras relações, haja vista que a interdependência era
necessária a manutenção da tradição e costumes. O afastamento da nobreza de
certo convívio social e seu distanciamento das instituições de alcance da
corte, garantia assegurar-se suas pretensões e manter o controle, em todos os
aspectos, dos mecanismos de poder.
Luiz XIV |
Para se estabelecer era
necessária a sociedade de corte criar critérios para manter seus privilégios e
domínio sobre todas as outras sociedades que o cercava. O rei na verdade era um
nobre; nobre que detinha o poder e deliberava ações visando o fortalecimento do
seu prestígio, poder e de suas finanças. Seus rendimentos advinham de uma fonte
inesgotável: terras. Estas proporcionavam também à nobreza condições de
sobrevivência, já que era proibida de comercializar, para não desonrar o título
recebido. Desse modo a nobreza apenas vivia dos recursos advindos das terras.
A partir do século XIV quando o
rei passou a obter maiores recursos por meio impostos e outros tributos, também
com a sua posição dimensionada pela sociedade estatal e, o crescimento urbano e
comercial desta. Assim em torno de si, o rei criou uma proteção financeira.
Vivia com os recursos oriundos não do trabalho de profissionais, ou seja, de
funcionários remunerados, os quais eram por ele controlados. O rei não precisava
trabalhar; coordenava as todas as atividades e deliberava as atividades dos
níveis mais altos de organização da sociedade.
Enquanto o rei ascendia, a
nobreza entrava em decadência, já que a inflação corroia seus parcos recursos.
Também a mudança na prática do modo de guerrear ocorreu no mesmo período, o que
implicou em ter os nobres que assumir sozinhos todas as despesas para os
preparativos militares. Desse modo a nobreza enfraquecida deu lugar ao
fortalecimento da classe burguesa que ampliou seus negócios através do
crescimento do comércio e o crescimento da vida urbana. Essa classe ávida por
ampliar suas aspirações desejava ver o poder absolutista ruir. O comércio se
expandiu, dando força a burguesia que ascendeu a superou as classes estabelecida.
Proximidades e disparidades entre as proposições de Nicolau Maquiavel e
Thomas Hobbes quanto ao Estado e seu funcionamento.
Hobbes e Maquiavel |
No que tange a liberdade Hobbes
diz que o Estado não consegue estabelecer regras para frear todas as ações e
palavras do homem, pois estes são livres para agir no que lhes for mais
favorável ao seu interesse. Cabe ao Estado prever as ações através de leis,
cabendo aos súditos não infringir as leis naturais. Nisso Maquiavel tem uma
interpretação diversa, haja vista que o domínio que o seu “Príncipe” tem sobre
as ações humanas não há como propor a liberdade humana. Ele fala que o Príncipe
para se manter no poder dever conter a liberdade dos seus súditos. Enfim, ambos veem a religião com
fonte de equilíbrio do homem para reger suas ações. Contudo, Maquiavel vê que
as ações do Príncipes não devem sofrer influência alguma da igreja. Hobbes vê o
Estado Cristão, logo vê que este depende das revelações sobrenaturais de Deus.
Processo de expansão colonial e mercantilismo.
A expansão colonial e mercantil
surgiu como uma nova oportunidade de angariar capital a seus reinos frente às
crises oriundas séculos antes, visto que as metrópoles necessitavam
urgentemente de dinheiro para que seus impérios não entrassem em colapso, esse
processo de recuperação ocorreu nos séculos XV e XVI com o advento das viagens
marítimas d´além mar, principalmente por Portugal e Espanha, pois França e
Inglaterra estavam envolvidas com suas guerras e não podiam despender dinheiro
e tempo com novas descobertas. A comercialização ocorreu inicialmente pelos
processos da necessidade de acumulação de capital, fato este trabalhado por
pensadores do século XX, e dentre eles, Adhemar Marques, o sucesso do novo tipo
de negócio foi resultado pelas explorações minerais e vegetais das recém adquiridas
colônias, resultando com isso o fortalecimento de um mercantilismo para esses
produtos graças à exploração da mão de obra das novas possessões ultramarinas.
Nesse ínterim, a relação
metrópole-colônia passaria a ser a “mola propulsora” para um novo tipo de
resguarde de capital e a prudência desse comportamento em relação ao acúmulo
desses bens faria surgir uma nova elite dominante na sociedade que se
destacaria pelo volume de riquezas acumuladas, esses novos emergentes agora
denominado burgueses, seriam beneficiados pelo novo poder presente graças à
exclusividade do monopólio e das comercializações marítimas. Era imprescindível
para a nova jornada ter sucesso garantido no processo
“mercantil-maritimo-colonial”, pois os pioneiros tiveram que enfrentar
inicialmente algumas provas de resistências em relação às intempéries ora por
mar, ora por terra, como por exemplo, passar a conviver e dividir o mercado com
os já detentores dos negócios existentes e estes fariam de tudo para barrar a
entrada desses novos concorrentes, pois seus negócios seriam atingidos com a
entrada desses novos mercadores.
Nos grandes centros comerciais
europeus a economia acompanhava as mudanças do mercado graças às novas formas
de negócios trazidas por outros comerciantes de todas as localidades imaginadas
a época, onde traziam das colônias os produtos “in natura” e por sua vez
exportavam produtos manufaturados as novas possessões; muitos povos disputavam
esses mercados comerciais, e dentre eles, destacava-se a região de Flandres, a Península
Ibérica, Itálica e os países do leste asiático. Por mais penoso que fosse essas
(des) “aventuranças”, o lucro era certamente garantido, cabendo a cada mercador
garantir o máximo que pudesse em volumes de mercadorias para seus negócios.
Outro fator que garantiu a
excelência da expansão mercantil foram os conquistadores que fariam de tudo
para ter sucesso nessa nova empreitada colônia-metrópole, e o Novo Mundo seria
agora o protagonista desse cenário comercial, mesmo apresentando inicialmente
incertezas e muitas vezes prejuízos, as relações iniciais dos portugueses e
espanhóis desempenhariam agora o papel de celeiro garantindo a Europa um novo
suprimento de tudo, desde mão de obra, alimentos e principalmente riquezas
minerais como a acumulação de ouro e prata vindo as colônias espanholas e o
excelente negocio açucareiro para a coroa lusa.
A realidade nesses locais era
absurdamente adversa a realidade européia civilizada, sendo que inicialmente
tudo parecia conspirar contra, paulatinamente essa sensação e situação foram
mudando, os nativos seriam “dominados e amansados” em nome de uma coroa e uma
cruz banhadas no ouro e sangue de quem agora os comandariam. A primeira vista,
essa situação encantou o homem branco, não pelas mortes dos nativos, mas pelo encanto
do poder que exerceriam sobre eles, bem como as riquezas que poderiam se
apossar através da exploração sempre respaldados pela cruz e pela coroa; as
novas colônias eram vistas como a descoberta mais promissora desde a tomada de
seus territórios do muçulmanos, pois os relatos eram de que elas seriam o novo
Eldorado, considerado por muitos como a salvação da Europa decadente, ao novo
modelo econômico mercantil marítimo.
A religião católica desempenharia
um papel importantíssimo nessa jornada inicial, pois traria para si “novos
rebanhos” assegurando-se inicialmente as riquezas espirituais, sendo que não
tardaria para despertar a cobiça a riqueza material, visto que seus discursos a
velha Europa não estavam mais “fazendo sucesso” por terem se tornado enfadonhos
e ultrapassados com representantes levianos e muitas vezes ignorantes. O
cristianismo agora funcionaria como uma empresa, preocupando-se de um lado com
a religião e do outro lado com a garantia do poder frente às novas nações;
criaram-se novas formas de abordagens, aculturando e desestruturando a
realidade indígena bem com a introdução de sua cultura, o resultado desse
embate seria inevitável ao genocídio indígena, para o poder régio e papal, isso
era necessário, afinal seria o medo a forma de garantir o poder por parte
desses conquistadores a nova realidade econômica européia.
Ruggiero Romano |
A máquina estatal estava frente
até mesmo da nação que representava, pois essa nova forma de negociação havia
sido adotada pelo poder econômico que despertava lentamente frente ao poder
monárquico. Heckscher afirmava que: “...
se tentássemos submeter a uma análise o mercantilismo, encontraríamos de forma
inegável, tanto par escritores ingleses como para franceses exaltando a cada
passo, nos termos mais exagerados e grandiloqüentes, os méritos de seus
princípios”, esse tipo de pensamento revelava exatamente a magnitude da
situação em relação a corrida mercantil e o acumulo de riquezas para as nações
dominantes, pois o lucro seria a resposta para qualquer questão proposta. De
fato, o que imperava nesse momento sobre tudo e todos, era o momento do
capitalismo mercantil proporcionado a toda essa logística econômica.
Havia, porém, a necessidade de se
preparar “o terreno” para essa nova realidade, e graças a expansão mercantil
oriunda do sucesso da relação colônia-metrópole, o mercado agora era outro,
toda a estrutura de negociar mudara por cauda dos mecanismos enriquecedores
criados, onde se destacava, por exemplo, a inclusão aos novos mercados internos
e externos, onde o objetivo primaz era a negociação dessas mercadorias, bem
como das indústrias britânicas que se utilizavam de produtos de outras nações
para fazer o ciclo industrial funcionar e consequentemente vender seus
produtos. Toda essa logística foi desenvolvida para o perfeito funcionamento
econômico explorando, massacrando, pilhando em nome do progresso, o fato é que
por mais desumano que parecesse, as futuras gerações é que seriam beneficiadas
e hoje somo responsáveis justamente por recordar o que se iniciou a 500, 600
anos atrás, como forma de reconhecimento em nome do progresso tão sonhado e
alcançado, em nome das vitimas e principalmente em nome do capitalismo, criado
pelas primordiais expansões coloniais e mercantis.
Síntese analítica das teses de Martinho Lutero e análise dos aspectos
que envolveram a Reforma Protestante.
Martinho Lutero |
Sendo assim, fixou na catedral de
Wittenberg o que seriam normas de
como as pessoas deveriam agir perante esse disparate da igreja, as teses
começaram a tomar corpo a ponto de estarem presentes em toda a Europa em
questao de meses, isso se deu graças a utilização da imprensa. Roma logo não
demoraria para barrar essas idéias e criaria uma forma de contra ataca-lo
através da Contra Reforma, que seria infinitamente mais rigida em combater os
adeptos dessas teses. Lutero, defendeu ferrenhamente suas teses, onde cita os
abusos de usarem a palavra de Jesus a
favor da igreja católica, além de defender o verdadeiro arrependimento que partiria
do interior das pessoas, pois assim as elas
gozariam o verdadeiro explendor do perdão e da redenção, e não seria um papa
esse responsável para tal.
Enfim, a mensagem que Lutero quis
transmitir as pessoas, era a idéia de que a igreja que perdoaria os pecados
através de negócios como esses, seria a mesma que mataria em nome desses mesmos
negócios se não o fizessem, e tiraria vantagem sobre elas por serem na sua
maioria analfabetos e ignorantes, sendo necessário que alguém servisse de porta
voz a eles para protestar contra tanta violência sem pudores por parte da Santa
Igreja de Roma.
Análise sobre todos os aspectos
que envolveram a Reforma Protestante: Quando Martinho Lutero iniciou a Reforma
Protestante, a insatisfação de alguns membros da igreja havia chegado ao seu
nível extremo, era chegada à hora de mudanças para modernizar essa instituição,
sob seu ponto de vista de Lutero, isto deveria ser freado, pois ele considerava
abusos por parte dessa no meio de tantas hipocrisias, a cobrança de
indulgencias a ponto de ele ser o porta voz das reformas que viriam a seguir em
forma de um movimento que mudaria drasticamente essa realidade: as teses.
Para entender esse contexto,
faz-se necessário enxergar o contexto sob um ponto de vista muito maior da
realidade que se vivia, deve-se retroceder no tempo para ter uma noção da
complexidade desencadeada pelo monge até esse momento. As reivindicações de
mudanças já se faziam presente dentro da própria igreja católica, mas isso
nunca foi devidamente tomado como um problema sendo que a situação piorava
paulatinamente a ponto de chegar a essa cisma da instituição papal. Não
tardaria para a difusão dessas idéias tomarem corpo nas regiões proximais, principalmente
a franca e alemã, pois eram parecidas sob muitos aspectos parecidos, mas não iguais,
a igreja por sua vez ficou em uma situação desconfortável, pois perderia fiéis
e com isso deixaria de receber dízimos, principalmente as indulgencias
defendidas fervorosamente pelo poder papal.
Concilio de Trento |
A reforma não abrangeria somente
o campo da religião, era vista também como contra partida as novas idéias
econômicas, pois a população passava fome e estava insatisfeita, segundo Hauser:
“... a reforma como produto de uma conjunção de fatores econômicos, sociais e
religiosos eram inseparavelmente unidos...” Partindo dessa premissa, Lutero se
uniria aos pequenos monarcas alemães para se fortalecer nessa reforma. A igreja
se defenderia em nome do poder divino, ao passo que os infiéis viam-na agora
como uma instituição monótona, com representantes geralmente inexperientes e
incapazes de uma produção intelectual e até mesmo religiosa fraca. Febvre dizia
que na Alemanha tudo girava em torno de questões políticas, econômicas e
sociais, e Lutero teria forças o suficiente para achar cada vez mais seguidores
contra o poder romano, ao passo que no território germânico, a situação era
paradoxal, ao mesmo tempo em que a riqueza se fazia presente, não havia uma
união nacional como existia em outros países, Lutero seria perspicaz o
suficiente a ponto de tornar isso uma força a seu favor, transformando essa
força posteriormente em motivos de grandeza e fraqueza, pois por mais riquezas
que possuíssem, eram uma nação dividida e conseqüentemente imperaria uma
anarquia em certo sentido, por causa dos mandos e desmandos, onde quem sofreria
seria o povo.
Os príncipes alemães perante Roma
eram meros fantoches que viviam das “migalhas” do poder papal, era inegável que
o repúdio pelos representantes da igreja católica aumentasse. Sob o ponto de
vista alemão, esse tipo de comportamento serviria somente para ofuscar o brilho
das províncias alemãs, o fato era que a insatisfação com a igreja milenar era
grande e seus abusos acompanhavam suas grandezas, com a chegada de fatores como
as idéias renascentistas na busca da verdade sobre a razão, o racha do monarca
britânico e as guerras religiosas francas, tornavam essa nova mentalidade forte
o suficiente para ser posta em prática e servir como uma alternativa ao que
estava acontecendo no momento.
As causas desse reforma foram
além das fronteiras religiosas e territoriais, haja visto que dessa cisma,
originaram-se várias instituições religiosas, onde não mais a católica seria a
detentora do poder espiritual, mas outras representativas da fé como os
calvinistas e os anglicanos, as novas possibilidades por causa dessa reforma
foram importantíssimas por causa dos mercados econômicos mercantis até então
inexistentes. É verdade que outras tantas lutas religiosas tomaram corpo neste
ínterim estendendo-se até os dias atuais, porém, são inegáveis as mudanças
espirituais e outras ocorridas com esse fato, à verdade é que somos gratos até
hoje e devemos a Lutero essas mudanças para novas alternativas de louvor a quem
identificamos como Superior.
Senhor leitor, todas as imagens foram retiradas do site de pesquisa Google, não se sinta ofendido se por ventura, uma das imagens postadas for sua, a intenção do blog é ilustrar didaticamente os textos e não plagiar as imagens. Obrigado pela compreensão.
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