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A cultura indígena era
auto-sustentável, diferente da economia de troca, era por isso que eles
caçavam, pescavam, plantavam para o seu sustento, tudo baseado na produção
natural. Com todos esses fatos acontecendo ocorria a negação da alteridade,
sendo que isso não era exclusivo apenas dos brancos, eles também praticavam
esse tipo de comportamento em relação a outros índios de regiões diferentes, na
America portuguesa alguns índios se aliavam ao português para destruir a etnia
inimiga, por exemplo, os índios Tapuia eram tidos como os mais selvagens, por
conseguinte os outros índios e mesmo os portugueses se uniam para atacá-los,
esse comportamento era justificado pelo fato de eles serem diferentes uns dos
outros, a discriminação dos brancos ao indios, principalmente os Tupinambás,
era a mesma que os índios faziam com outros índios diferentes dos da sua região
ou etnia, pois o outro era sempre considerado “línguas enroladas” mesmo por não
falar a sua, majoritariamente os Tupinambás não eram reconhecidos pela maioria
dos índios da época.
Senhor leitor, todas as imagens foram retiradas do site de pesquisa Google, não se sinta ofendido se por ventura, uma das imagens postadas for sua, a intenção do blog é ilustrar didaticamente os textos e não plagiar as imagens. Obrigado pela compreensão.
" Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D.Pedro a criar o Brasil - um pais que tinha tudo para dar errado, ... e no entanto deu certo. " Laurentino Gomes
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A História do Brasil procura fazer uma análise da sociedade
(ainda não a brasileira), colonial na América Portuguesa. Surgiram questões
como: qual era a motivação histórica? A terra não tinha valor na época porque
era doada. O trabalho forçado nesse contexto tornava-se uma necessidade
histórica.
O principal objetivo da colônia era dar lucro a metrópole.
O principal objetivo da colônia era dar lucro a metrópole.
Religião X
Religiosidade
Instituição Fé
A construção da mão de obra
açucareira foi fundada em sua produção escravista africana, o circuito
mercantil era mantido através do trafico negreiro, começava assim o sistema
econômico questionando o processo histórico segundo o autor. Ele desconstruirá o sistema estável dizendo
que tudo isso era o resultado de um grande processo, nada seria projetado e em
tudo haveria os imprevistos, as descontinuidades; com a chegada ao Atlântico, América, Caribe tudo
foi gradualmente sendo experimentado desde as colônias africanas, passando pelo
mediterrâneo e depois as Américas.
As experiências humanas vinham de
processos históricos, por exemplo, se a terra nada produzia, o homem começava a
pensar em meios para que a mesma começasse a produzir. O processo era
diacrônico, a todo o momento tudo era feito e refeito; o primeiro pensamento
que nos vem à mente quando falamos de África são os escravos, o autor tentara
mudar esse pensamento. Para os colonizadores, tudo o que não dava certo era
descartado, nesse ínterim o Oceano Atlântico se tornaria um circuito mercantil,
transatlântico, agora ele incorporaria os três continentes: Europa, África e
América, trabalhando a história do feudalismo e sua transição para o
capitalismo, onde tudo tendia a ser “mundializado”: trafico de pessoas e
produção de gêneros.
A experiência açucareira se
espalharia em todo o resto do continente, tornado depois agricultura uma
possibilidade, na media que a economia se tornava lucrativa ela começava a se
transformar. A estrutura de S. Tomé e Príncipe era uma realidade, a do Brasil
era outra completamente diferente, e seguia-se assim por diante, o sistema era
pertinente e particular a cada região, começava assim as temporalidades
históricas. O anacronismo teleológico colocava em questão a força de seu tempo,
o processo da produção açucareira era um processo acabado, tudo era uma
construção histórica, surgiam desafios a todo o momento e isso fazia com que o
homem se superasse a todo o momento; o imprevisto e a descontinuidade faziam
parte desse contexto.
Os europeus forneceriam gêneros,
alimentos, manufaturas e em troca as elites africanas forneciam a trafico de
negros. Em S. Tomé
essa mão de obra vinha de varias regiões da África como o Congo, Angola e
posteriormente viriam para o Brasil. Essa interferência política dos
portugueses daria uma ênfase as possibilidades aos recursos, daria mais poder
na relação com os outros, assim o europeu forneceria armas, cavalos, artefatos,
fazendo dos escravos uma opção lógica perversa onde os portugueses pegariam
pessoas de outras etnias para se defenderem. O índio era um exemplo de
exploração trabalhada pelo trabalho compulsório, na America espanhola isso
seria usado para a salvação da alma do individuo, quando a mão de obra indígena
foi substituída pela do africano, o fato ocorreu pelo decréscimo da população
indígena.
A partir do momento em que a empresa
se tornou uma solução viável surgiria através do lucro, o processo econômico. A
população espanhola do México e região andina só foram possíveis pela
experiência de um trabalho sólido até mesmo a Nova Inglaterra usaria a mão de
obra indígena no trabalho compulsório. Na Europa a mão de obra estava sendo
transformada, começava então a proletarização onde a mão de obra servil
passaria a ser “livre e assalariada”, o trabalho seria livre, na America o
trabalho seria forçado, obrigado a ser feito. Nesse contexto o europeu não
deixava absolutamente nada de dinheiro na África. A sociedade escravista era
uma sociedade do medo.
O que tornaria a terra produtiva
seriam as formas aperfeiçoadas e os meios e métodos utilizados nela, para isso
o capitalismo barateava os custos e maximizaria os lucros; as guerras
inter-étnicas africanas seriam cada vez mais acirradas pelos europeus com o
avanço das técnicas escravistas. A produção da cana de açúcar não era algo
necessariamente novo, ela já era feita e produzida no Mediterrâneo, e em outras
localidades do velho continente, a partir disso ela foi democratizada e com o
seu barateamento haveria o aumento do seu consumo.
O transporte marítimo era algo
novo para a época, pois esses fatos ocorreram sob circunstancias oportunas
dentro do circuito mercantil, a pessoa agora era constituída como mercadoria,
tudo historicamente construído, por exemplo, a estiagem na África, o refugio de
pessoas ou o escambo. Na América o serviço demandava uma mão de obra
compulsória, e essa mão de obra no Mediterrâneo era composta por camponeses, no
Brasil ela era composta por indígenas e posteriormente por negros que
sustentariam o mercado europeu. O modo
de produção é uma abstração teórica, a mão de obra sendo servil é feudal,
escrava é escravista e assalariada é capitalista, a população civil tinha o
controle social sobre os escravos:
Escravidão: foi uma instituição abolida nos EUA em 1808, no Brasil
ocorreu em 1888.
Escravização: era o processo de escravizar as pessoas.
A mão de obra escrava era cara e
dispendiosa, sendo que o inicio desse processo começou com os romanos
escravizando os eslavos → chaves → escravos de origem africana na região do
Mediterrâneo, sendo que sua utilização não era de larga escala por ser composta
de camponeses. O novo mundo demandava especializações, tecnologias, mão de obra
especializada, e foi justamente a experiência africana que impulsionou a
escravidão africana nesses termos por ter dado certo, as regiões do Caribe
apresentavam mão de obra local e posteriormente começaram a usar a africana. No
Brasil os primeiros fatores foram a extração da
madeira e a criação de gado.
Nagô: é de origem da Guiné, Nigéria
No trabalho livre assalariado
havia a possibilidade de acumular capital, o servo de contrato custeava a sua
viajem e era transferido pela família que constituiria a mão de obra, nessas
condições ele trabalharia de servo e depois de alguns anos pagaria sua divida
se tornando proprietário da terra onde havia trabalhado.
Transoceanismo: era o transpor do Atlântico, onde se retiraria o
máximo que pudesse das terras ocidentais e depois regressariam para a Europa,
nesse contexto só se ficaria rico se o cidadão possuísse terras e escravos, por
exemplo os crioulos, eram filhos de espanhóis nascidos na America espanhola e
assim por diante na linhagem patrilinear, no Brasil a sociedade brasileira
começava a se formar.
São Tomé iniciaria a primeira experiência com a produção em larga
escala no uso da mão de obra africana no plantio de açúcar, tal como a mão de
obra ser majoritariamente africana e escrava. Os muçulmanos já utilizavam dessa
tática de escravismo na África, os escravos eram comprados e depois castrados
para se tornarem eunucos nos harens muçulmanos, eles começavam a adquirir bens
de prestigio com as elites africanas. A experiência em São Tomé foi considerada
a mais organizada da época, o local apresentava o terreno propicio para tal
cultivo e a mão de obra escrava era perfeito para a execução desse projeto
açucareiro. O sal na época era exclusividade da coroa, em São Tomé os escravos eram
uma espécie de camponeses que produziam seu próprio alimento, por isso eles
produziam menos do que o NE brasileiro.
A maioria dos senhores de engenho
eram individuais, assim perderiam muito de suas propriedades, no caso da coroa
portuguesa os proprietários não perdiam suas terras, mas tinham que produzir
nelas para posteriormente se tornarem donos delas através das lavouras de
açúcar. A resistência indígena era uma questão cultural por que a exploração de
classe já era presente pela população indígena da America espanhola, na America
portuguesa essa experiência não existia como forma de trabalho regular, por
isso os índios reagiriam. Na extração do pau-brasil brasileiro a relação com os
português era a de escambo, quando essa situação começou a mudar para o modelo
colonial convencional e a exploração do índio começou a se fazer cada vez mais
presente, começaram as primeiras resistências, nesses embates os índios começaram
a ser escravizados, perdendo a liberdade, isso estava ocorrendo ao mesmo tempo em todo o NE brasileiro.
A Espanha concederia aos
portugueses o Asiento: que dava a eles os traficante de escravos o direito
de praticá-los com os escravos africanos
sentindo-se no poder de explorá-los, esse tipo de autorização se faria presente
em todo o comercio português. A invasão holandesa começaria no Brasil através
da União Ibérica, a Holanda e Bélgica pertencia a Espanha e a Holanda começou
os movimentos de independência contra a coroa espanhola, a Espanha como forma
de puni-los, proibiu todo o comercio com a Holanda como forma de retaliação,
por isso eles invadiram o Brasil pelo nordeste brasileiro através de Pernambuco
e permaneceram lá entre 1630 – 1654, com isso aconteceria a insurreição
pernambucana.
Na África mais especificamente em
Angola essa invasão também ocorreria, o contrabando de escravos e o trafico
negreiro seriam paralisados durante essa invasão, posteriormente o trafico
voltaria ao normal quando os holandeses foram expulsos do Brasil e Angola, eles
invadiriam as Antilhas e começariam a produzir o açúcar, nesse ínterim no
Brasil começaria lentamente a decadência do açúcar. A reposição da mão de obra
sempre foi extra territorial oriunda da África, o trafico americano terminou em
1808 com a Guerra da Secessão e em 1865 ele seria abolido permanentemente.
Teorias: Por que a escravidão africana?
1ª Fronteira Aberta – a mão de obra teria que ser escrava para que o projeto europeu desse certo, não havia
limites em termos de expansão.
2ª Resistência negra – os índios eram mais suscetíveis as doenças
do que os negros que eram mais resistentes para esse tipo de trabalho.
3ª Impossibilidade de trabalho livre e assalariado – o trabalho
nesse caso tinha que ser exclusivo escravo pois assim não se teria despesas com
alimentação, estadia e medicação.
4ª Teoria Racista – o racismo era tomado para justificar a
escravidão na America, ocorria pelo processo de negação, ou seja, eram tidos
como desclassificados, eram explorados; as construções mentais eram o resultado
das construções materiais.
Havia nessas teorias uma
generalização de espaço e tempo por que a America tinha o seu momento
histórico, por exemplo, o escravismo no Brasil data da metade do séc. XVI e no Caribe
data do séc. XVIII
Outra teoria definia a
impossibilidade na America do trabalho escravo por que o capital mercantil
estava em processo de expansão na Europa. Outra teoria dizia que o escravismo
seria instável, o trabalho forçado estava presente em todas as Américas e a
forma como ele foi construído era que variava como a encomienda, o servo de
contrato ou a produção, tudo estava preso a uma unidade de produção. Não era a
escravidão que imperava nas Américas e sim a variedade de trabalhos, pois havia
o recrudescimento histórico das relações obrigadas. Na Europa a escravidão
datava na história antiga, nas Américas ela estava sendo implantada.
Todo o capital era investido em
vista do lucro através de maquinários e tecnologias; acumulação ocorria na Europa
e não nas colônias que eram área de extração de renda não de acumulação de
renda, o trabalho compulsório na America ocorreria por que na Europa a mão de
obra estava mudando de servil para a assalariada, por isso não tinham mão de
obra assalariada na America. Os problemas africanos ajudavam para que a
evolução dessa pratica escravista acontecesse, eles eram vendidos como “peças”
pelos traficantes de escravos favorecendo assim a acumulação de bens dos
europeus que favoreciam o avanço da produção de capitais e moeda.
A America havia o escambo, mas
não havia o comercio com o europeu, esse fato mudaria com a vinda dos escravos
africanos; o valor do escravo mudava de acordo com o período, o Estado espanhol
e português eram paternalistas, mas não investiam nas terras de suas colônias.
No período de produção açucareira atraiu menos portugueses do que na época de
produção aurífera, outro fator era de que o trabalho livre não era assalariado
e o sistema era o de planteition, não havendo diversidades de plantio, por isso
as rendas não aumentavam e não tinha como pagar por isso, esse fato geraria
muitos minifúndios e a produção seria em larga escala, não interessando aos
objetivos da coroa, escapando assim dos interesses europeus.
Os indígenas não tinham em sua população
mão de obra para produzir de acordo com a demanda portuguesa, para produzir o
excedente de trabalho regular, o africano já vivenciara isso com a agricultura,
metalurgia; a expropriação dos índios não era necessariamente escrava, mas
pagavam com tributos a coroa. No nordeste brasileiro a mão de obra negra era
majoritária e no Caribe a mão de obra era local que foi paulatinamente sendo
substituída pela mão de obra africana escrava. A presença dessa mão de obra na
America espanhola no ocorreu no período pós independência, no Brasil isso
representaria um forte abalo para a produção canavieira, abalando a estrutura
da mão de obra e produção brasileira.
Transição das forças de trabalho: teve inicio com a mão de obra
escrava que era defendida, isso geraria um grande problema por que eles não
eram regulares e eram imprevisíveis, pensava-se em termos de diversidades e
espaços pela sua generalização. A perspectiva da resistência dava a mão de obra
indígena era por motivos culturais; o decréscimo indígena, o rareamento desse
povo ocorria por que eles estavam sendo escravizados dentro de seu próprio
território, pois neste local ele não seria estranho, haveria sim um processo de
“desterritorializaçao” onde eles seriam “ressocializados” agora como escravos
propriamente dito, no mesmo ínterim as resistências aumentariam na mesma
proporção.
Na África a mão de obra era
composto por escravos de outras localidades e ela ocorria das mais variadas
formas, os africanos livres eram capturados e trocados pelos europeus por
mercadorias, porem eles passaram a ser escravos somente na America como a forma
que o ocidente conhece; os conflitos inter étnicos aprisionavam os negros e os
presos eram sempre os desafetos das outras etnias, ou seja, um angolano
aprisionava um queniano, um congolês aprisionava um nigeriano, o escravo era
sempre o outro nunca semelhante. A escravidão nos estados do sul americano era
diferente por que historicamente os ingleses não tinham em tese escravos, o
Estado Nacional português e o espanhol começaram a tomar corpo quando os mouros
foram derrotados na Península Ibérica e isso não era novo para eles, mas essa
experiência na America sim, e representou um grande momento, para os europeus
os mouros eram considerados bárbaros desclassificados.
A resistência dos índios fez
aparecer os caçadores de índios, os bandeirantes e os capitães do mato, até
esse momento os indos e negros vivam lado a lado, mas os índios se
sobressairiam sobre os negros no sentido de conheceram melhor o mato para se
refugiarem por que estavam acostumados a se embrenhar na mata, no caso dos
negros isso ocorreu posteriormente com os quilombos. No México o trabalho
também era extraído através dos indígenas através das relações das encomiendas
e dos repartimientos. O projeto colonial era uma parceria com o Estado e a
igreja, o que era cristianismo na America portuguesa era na America espanhola
conhecido como catolicismo.
Uma vez que os índios estivessem
em sua religião, e em sua terra, a evangelização era somente para as classes
subalternas, a elite mexicana não era influenciada pela nova religião, mas seus
chefes teriam que deixar a população se converter ao catolicismo europeu, sendo
que não seriam os indígenas que pagariam os impostos e assim se articularia o
novo projeto colonial. Na Espanha estava ocorrendo o decréscimo populacional,
por esse motivo é que foi necessário a importação de escravos africanos através
dos asientos e do comércio de escravos primeiramente filipinos. A União Ibérica
garantiu esse direito aos portugueses e traficantes.
A pratica econômica setecentista no seu dimensionamento regional
Jose Jobson de Andrade Arruda: a linha trajetória do autor é
baseada no marxismo, pois a produção da colônia se organizara na exportação do
agro negocio e pela inexistência de metais preciosos; o sistema colonial
implicava a relação da metrópole X colônia. O modo de produção diz respeito no
que tange as relações sociais de produção, logo o modo de pensar seria o
escravista colonial, mas isso seria um paradoxo por que as colônias nas
Américas estavam integrados ao sistema capitalista europeu, por exemplo, o
retorno econômico monetário e a construção histórica do capitalismo.
O modo de produção sempre
articulou as mercadorias, o comercio e a
produção que era feira, a mão de obra escrava era voltada para esse
mercado. A venda dessas mercadorias era o resultado na acumulação de riquezas
na Europa; os produtos a burguesia mercantil (cobravam o monopólio) e o Estado
imperava a cobrança dos impostos, as outras burguesias eram excluídas; a mão de
obra escrava aqui era caracterizada como mercadoria quando saia da África e
vinha para cá, ela contribuíra para o capitalismo europeu, esse sistema
colonial era europeu e não brasileiro, ele podia ser português, espanhol,
Frances, inglês, menos brasileiro por que o Brasil era colônia. A primeira fase
do capitalismo mercantil dariam base ao que resultaria a Revolução Industrial,
o escravo seria uma mercadoria enquanto o trabalhador que começaria a
proletarização da força de trabalho na Europa.
A burguesia garantiria para si o
exclusivo mercantil da produção colonial, o plantio do açúcar seria o resultado dessa produção no Brasil,
toda essa estrutura era feita na base do improviso e da aprendizagem passo a passo
tudo de forma inadequada, improvisada, ao mesmo tempo estava ocorrendo a
transição do trabalho servil para o assalariado. A colônia garantia a produção
que por sua vez garantia a produção mercantil, a Inglaterra aboliria a
escravidão em 1807 e o trafico negreiro
interno posteriormente, isso era repassado para todas as colônias inglesas, nos
EUA a independência ocorreria nas revoluções liberais burguesas, onde o trafico
seria abolido definitivamente, mas não a escravidão e isso só viria ocorrer
definitivamente em 1810 com a Guerra da
Secessão, com isso o trafico de escravos não sobreviveria.
No capitalismo havia um exercito
de reserva que criaria possibilidades para a reposição da força de trabalho; na
escravidão a sobre vida do escravo era baixa, sendo substituída a todo momento
por causa disso, no Brasil nunca houve uma preocupação de reprodução da força
de trabalho, ela ocorria exclusivamente na África. O escravo sairia caro para o
senhor de engenho, muitos deles eram vendidos por causa de seus patrões não
poderem mante-los na fazenda; o capital era transformado na metrópole e não na
colônia, a subordinação completa do movimento colonial era a preponderância do
capital mercantil europeu. No marxismo só se trabalhava a economia, não havia o
sujeito; o Brasil de 1700 inexistia somente um tipo de trabalho, havia varias
relações de trabalho fora das áreas escravistas e essas áreas se especializavam
na mão de obra indígena, essa força de trabalho era majoritária, mas não
exclusiva, não havia concentração fundiária dos latifúndios.
O que ocorria era que se o
mercado externo se retraísse, ocorreria
uma abertura no mercado interno, pois existiam outros modelos de modo de
produção, porem o mais usado foi o canavieiro. Quando não havia o feitor, o
escravo era castigado pelo Estado que pagava para o açoite desse escravo, não
existiam ciclos econômicos, o açúcar nunca deixou de ser reproduzido mesmo em
épocas de crises. O ouro era retirado do Brasil via impostos, fiscos e pela
derrama; a Revolta de Felipe dos Santos era contra a coroa que criara mecanismos
para obter o ouro através das Casas de Fundição como o 5° quinto e a derrama de
1889 estabelecia uma porcentagem de impostos que deveriam ir para Portugal,
quem não pagasse era penalizado pelos soldados que invadiam suas residências
para obter o equivalente ao valor do quinto.
Entre as tropas de moderação e os
homens de boa ventura existiam uma dificuldade
em relação as fontes, havia o comercio de cabotagem nas costas brasileiras, bem como as trocas
de mercadorias no mercado interno. A
contradição interna do Pacto Colonial geraria a crise por que as elites nativas
cresceriam junto ao setor econômico pois essas elites começavam a absorver os
ideais iluministas.
O trato dos viventes - Formação do Brasil no Atlântico Sul - Séculos
XVI e XVII
Luis F. A. Alencastro: o trafico de escravos começa com
pessoas, essa gente estudando esse fenômeno e sua constituição no
inicio do comercio transatlântico e o
que isso passaria a representar na
África e como esse comercio interferiria na sociedade africana. A partir das
relações mercantis e como isso
contribuiria para a cumulação capitalista na Europa.
Escravidão indígena X escravidão africana: segundo a historiografia
da independência e o caráter
extrovertido da reprodução dos escravos (mão de obra), no Brasil havia a
ausência de escravos reprodutores de mão de obra escrava, por isso ficavam
dependentes da mão de obra africana, fato esse que era o principal fator de
construção dos senhores de engenho e das
terras par a Casa de Bragança, esse fato estaria sempre acontecendo para manter
a monarquia no trafico negreiro.
O idéia do império português
ultramar ser homogêneo estava longe, pois cada região era diferente uma da
outra, essa diferença gerava tensões e resistências por parte dos colonos,
sendo que esta era a principal determinação capitalista, entre o poder local e
o poder das metrópoles que contribuiria para esse tipo de relação, os colonos
daqui por sua vez fariam de tudo para transgredir essas relações de poder
imposto pelas leis. Na América portuguesa a elite que se formava, representava
a coroa em todos os sentidos frente as câmaras municipais, o colono por sua vez
era multifacetado pela maneira de agir diferentemente dos outros, o Estado
português com suas ferramentas também agiria de
maneira diferente frente a esse tipo de política com seus colonos .
1450 – tomada de Ceuta.
1459 – centralização do poder na esfera publica.
Na Europa nesse momento estava
ocorrendo o novo movimento renascentista, e cultural, Portugal caminhava para a
formação do Estado Nacional; a transição do modo escravista ocorreu em
substituição da mão de obra africana, pois o contexto da época ditaria as novas
ordens pelo fato da Espanha sob o
domínio de Carlos V elaborar uma série de leis como o Conselho das Índias onde
tratava suas colônias na América
espanhola com novas leis por causa das encomiendas (subtraiam o trabalho
indígena até a morte). Essas novas leis contra a escravidão e o trafico
negreiro se apresentariam como um recurso para suprimir a mão de obra indígena.
Na América espanhola somente o
índio era obrigado a pagar tributos, o tráfico negreiro era complementado na
América portuguesa, sendo este fundamental para o seu funcionamento produtivo,
os portugueses feudalizariam as elites angolanas e congolenses na captura de pessoas para
fornecer a economia do tráfico. A América não ofereceria propriedades para o
açúcar, minérios, somente a mão de obra, isso aconteceria pelas guerras
étnicas, pelas estiagens, fome, clima; as capturas indígenas no Brasil ocorriam entre os caciques
indígenas,os bandeirantes paulistas sendo que as entradas também invadiriam as
aldeias capturando os índios para os portugueses, diferente do que acontecia na
África.
Descimento dos índios: eram os índios que conheciam o território e
geralmente se apresentavam mais resistentes, esse era um dos fatos do tráfico
negreiro ser necessário e mais lucrativo, na América espanhola a mão de obra era o contrario, sendo
majoritariamente indígena. No processo de aprisionamento, dificilmente o índio
era aprisionado em seu território, começava então a desterritorialização, por
isso do descimento dele através do deslocamento para outras regiões. O mesmo
ocorreu com o negro que depois foi redirecionado para a escravidão na condição
de escravo.
Havia uma produção de excedente
em Goa, mas não era mandado para a metrópole, em Moçambique o objetivo era da
metrópole no sentido da colonização a identidade do individuo desse continuar
sendo português , os colonos não responderiam a esse desejo, por isso esse
projeto metropolitano fracassaria em alguns lugares. O sistema capitalista
tendia a uma mundialização, a renda passaria a ficar detida no setor econômico,
onde os comerciantes reproduziriam a sua circulação nos setores especializados
e os que estavam de fora a riqueza seria a responsável por introduzi-los a nova
prolietarizaçao, de um lado havia a riqueza móvel e do outro as terras. O
projeto colonial era o resultado de uma perspectiva a mais do Estado, o alto
clero seria um parceiro poderoso da coroa até certo momento, quando os
jesuítas proibiriam o tráfico de índios
o sistema entraria em colapso, por isso a necessidade de mercar com os negros
africanos.
Índios aldeados: eram de várias etnias num espaço circunscritos
pelas ordens religiosas, eram mais valorizados, sua captura se dava pela
invasão dos bandeirantes em suas aldeias ou missões; as condições possíveis na
América foi também compulsória, agora os colonos retomavam o poder fora da
metrópole, diminuindo as resistências locais, embora os portugueses nascessem
no Brasil, manteriam a sua identidade lusa. Os portos baianos, pernambucanos e
cariocas eram os maiores entrepostos da coroa ao tráfico negreiro, os escravos agora
representariam o escambo, além de valerem mais no mercado como mercadorias, a
burguesia pagaria impostos sobre essa nova mercadoria que circulava.
D. João IV reservaria certas
quantias e certos espaços de negros para a América espanhola. O tráfico negreiro
tomaria agora proporções mundiais, pois ainda não se podia assalariar a mão de
obra a força do trabalho, nos EUA não tinham como pagar esses salários também,
por isso a mão de obra seria paga de forma compulsória.
A grande lavoura açucareira do velho mundo ao novo mundo: o autor
trabalha a agricultura comercial e a expropriação da mão de obra indígena, era
assim que os portugueses agiam. Segundo eles, os índios apresentava baixa
resistência as doenças, apresentavam baixa produtividade; eles não trabalhavam
regularmente, pois não tinham a cultura de trabalhar com horários,
principalmente de manha, por isso, havia varias rebeliões e lutas de
resistências indígenas, culminando no decréscimo dos índios. Os portugueses
também resistiam por trocá-los pela mão de obra africana, mas tinham de fazer,
pois o indo já não correspondia com a expectativa, por isso ocorria essa
transição pela mão de obra pela africana.
O autor trabalha a mão de obra
indígena em todas as frentes, seja no litoral seja no sertão, escravizando-os
de toda a maneira nas muitas frentes de trabalho na nova cultura do açúcar; os
índios eram feitos prisioneiros de guerra pelas capturas ou morriam pelo
canibalismo em muitas etnias, por isso o inicio do resgate deles pelos
portugueses, afinal eles morreriam de qualquer maneira, nesse paradoxo ocorria
algumas estranhezas como a aldeia que perdesse o índio não concordaria em
resgatá-lo e o indo por sua vez não queria ser resgatado, pois isso seria uma
vergonha para ambos, sendo que o índio que seria usado como sacrifício se fosse
resgatado seria uma humilhação pior do que ser salvo.
Os portugueses se utilizavam
também do descimento, dos deslocamentos dos índios de suas regiões, com essa
desterritorialização, com todos esses elementos seria mais fácil dominá-los; o
campesinato era utilizado pelas missões jesuítas, nesse contexto eles eram
“jogados” a novas culturas antes nunca vivenciadas por eles, fazendo com que
perdessem toda a sua cultura ancestral.
Aldeias: eram os índios de varias etnias juntos em um aglomeramento
feito pelo branco, todos eles eram de etnias diferentes, nessas aldeias eles
eram evangelizados, catequizados, varias vezes ocorria o etnocídio, processo
utilizado pelos jesuítas para fazer com que o índio ficasse “manso”. Os
europeus trouxeram muitas doenças e passaram todas para os índios, matando-os
física e culturalmente, pois sua identidade era cultural e não biológica; a
cultura indígena foi “contaminada” por elementos da civilização branca e
cristã, pensou-se até em assalariá-los.
A negação da alteridade sempre
esteve presente nos povos de todo o mundo, os senhores de engenho perceberam
esse pensamento e se utilizaram para fazer seus engenhos perto dos aldeamentos,
pois isso asseguraria a sua segurança contra os índios hostis; quando os
jesuítas conseguiram a vitoria sobre a proibição de utilizá-los como mão de
obra nas lavouras, a Coroa portuguesa criaria mecanismos para ludibriar essa
lei, se utilizando da chamada Guerra Justa, onde o índio que se rebelasse
contra o poder régio luso, eles poderiam ser aprisionados; os indios Aimorés
nunca se inclinaram a ninguém, nem aos indios nem aos portugueses, eram tidos
como os mais revoltosos e nunca foram escravizados.
Espanha e Portugal permaneceram
fieis a igreja católica quando houve a divisão para o protestantismo,
luteranismo e calvinismo, para os jesuítas isso significava que os indios
deveriam ser evangelizados, por isso a igreja não se colocou contra em utilizar
a mão de obra escrava africana. As fontes eram baseadas em relatos dos
jesuítas, pois eles descreviam os costumes indígenas, sob o seu ponto de vista,
foram esses jesuítas que requisitaram a presença de mulheres na colônia por
causa da formicação entre colonos, africanos nas índias.
“o imaginário é a
construção social de uma época” - senhores do engenho: donos dos homens e da
colônia.
Nessa época havia o exercício do
poder econômico, político e simbólico, os engenhos precisavam de matéria prima
como a cana de açúcar, pois havia uma relação de dependência com o; se o
individuo fosse um lavrador de cana e a terra cultiva fosse sua e ele fosse
livre, ele seria dono de si mesmo, senão, ele pertenceria ao dono do engenho,
por isso ele era o senhor e dono de tudo e de todos. A população escrava sempre
foi cativa e esteve o tempo todo subordinada a essa relação de dependência,
sendo que nem toda sociedade era escravagista, além de existir uma enorme
quantidade de outros serviços e de trabalhadores que dependiam do senhor do
engenho, tais como: artesãos, advogados, médicos, capelães, arrendatários e
agregados.
Os comerciantes não estavam em
uma relação tão direta assim, como era o caso dos comerciantes de Recife, pois
a economia era agro exportadora, por esse motivo, se criaria varias crises no
final do século XVIII; percebia-se que o setor que mais lucrava era o setor de
mercadorias, pois quem produzia lucrava menos de quem vendia. O mandonismo
local já fazia parte do Brasil colonial há muito tempo, séculos depois mudaria
de cara através do coronelismo; criou-se então a Guarda Nacional, afinal os
proprietários precisavam se proteger cada vez mais, por causa do aumento da
população que nesse caso incluía o aumento de cristãos novos, embora já
houvesse o catolicismo por aqui, mas de maneira não tão expressiva.
Na America portuguesa não existia
o tribunal da santa inquisição, existia o tribunal da apelação, os indivíduos
acusados de pecados graves eram enviados para serem julgados e condenadas a
morrer em Portugal. Os acusados de pecados não tão graves eram enviados para
Angola, o único pais que tinha o tinha o tribunal da santa inquisição era Goa.
Os senhores do engenho por sua vez exigiam em Portugal títulos de nobreza, mas
isso nunca acontecera então eles se intitulavam fidalgos e construíam suas
carreiras encima disso, como uma fidalgia simbólica. A ascensão social decorria
do prestigio em ser nobre na Europa isso ocorria através da Nobreza Torgada,
possuindo assim não só poder econômico, mas status.
Outros fatores que contribuíam
para isso foi o gradativo aumento de vários segmentos em querer ser senhores de
engenho como: lavradores de cana, traficantes de escravos e comerciantes, mas
isso criou outro tipo de problema, os senhores do engenho se dirigiam as
câmeras municipais para proibir a criação de mais senhores do engenho, afinal
se eles não recebiam cargos titulares, eles criavam esses cargos simbolicamente
recriando assim a função de nobreza em terras americanas, resultando nos
vassalos que dariam prestígios a seus senhores, protegendo-os.
Em Portugal todo esse processo de
centralização de poder era basicamente proporcionado pelo exército que
receberia em troca títulos de fidalgos, as pessoas tinham anseio em se tornar
nobres; a formação em Coimbra em termos de magistratura contribuía para o
estado burocrático brasileiro pós independência. A origem do colonialismo
começa com o poder local dos os senhores do engenho, cabia ao rei a pregação da
justiça, além da elaboração das leis e a garantia da segurança pelos militares.
O Estado retiraria poder da nobreza pela prerrogativa da força através dos
poderes locais, os batalhões de pardos tinham sua origem no recôncavo.Os
senhores de engenho preferiam as milícias a policia propriamente dita, pois
assim poderiam mandar e desmandar a seu bel prazer, aumentando ainda mais a
tensão entre os servos e os milicianos sob o comando dos senhores de engenho, o
exercício das armas era até então um negocio complicado e arriscado, pois eles
tinham que tocar seus engenhos.
Todo esse conflito muitas vezes
ou na maioria das vezes a lei fazia vista grossa, mas tinha certos momentos que
a Câmara Municipal era obrigada a intervir por que senão a situação sairia de
controle pelo poder alcançado das milícias, e nesse ínterim os senhores de engenho
sempre sairiam ganhando. Quanto mais distante fosse a localidade, mais poder o
senhor do engenho teria, principalmente em relação aos índios, muitos escravos
e pobres livres aproveitavam a chance que tinham para denunciá-los a inquisição
dos abusos cometidos por eles. Garcia D Ávila era famoso por cometer esse tipo
de violência, o vice rei em alguns momentos era obrigado agir pessoalmente para
que essa situação não saísse do controle por causa de tanta violência praticada
na colônia desses engenhos, no sentido de frear essas milícias, pois eles
estavam muito além do permitido no sentido de agredir os escravos e índios.
Começaria assim a medição de
forças entre o Estado e os senhores de engenho, isso era tido como se fosse uma
indústria do poder pelo Estado nessa região; o catolicismo popular vindo de
Portugal era moldado no principio católico e nas festas pagãs, pois cada pessoa
tinha uma maneira de adorar e idolatrar a sua religiosidade. Havia uma
transgressão com o que a igreja pregava e com o que o povo praticava. Outro
fator que incomodava na época era a questão do feiticismo e o “muzunga”, eles
se baseavam na manipulação de ervas contra a população local. O Concilio de
Trento começava surgir para evitar o esfacelamento da igreja e suas propriedades.
Os lavradores de cana de açúcar: os lavradores de cana plantavam
gêneros de 1ª necessidade, não tinham menos prestígios dos senhores de engenho,
mas também tinham status, podiam então firmar contratos. A sociedade colonial
não era tão simples como se pensara, ocorria a disputa entre o senhor de
engenho contra os escravos; os engenhos dependiam dessa produção de cana de açúcar, e
para isso tinham que negociar com os lavradores de cana. Nem todos os
portugueses que vinham para o Brasil tinham cabedal para dar continuidade a
esse negocio, pois para suplantá-lo de maneira geral teriam que ter muito
dinheiro, afinal tudo era muito caro, e quem não tinha dinheiro se
transformaria em lavrador de cana.
Esse tipo de negociação criaria
uma espécie de relação entre eles, o latifúndio não era generalizado, era uma
forma única de se produzir, cabendo aos que recebiam as terras negociar com o
senhor de engenho, donatários, capitães gerais; o valor do trabalho era
definido pelo grau de grandeza da riqueza do individuo. A coroa portuguesa era
a grande patrocinadora junto aos senhores de engenho, assim essas propriedades
não sofreriam perdas, o endividamento passou a ser uma característica de quem
assumia essas propriedades, a coroa nunca sairia perdendo nesse tipo de negocio.
O período de sesmaria firmaria
esse tipo de concentração fundiária, sendo que haveria uma hierarquização entre
esses senhores de engenho que por sua vez reclamariam títulos junto à coroa,
como não recebiam retorno ou resposta a essa situação, se auto intitulavam
fidalgos; os senhores de engenho, lavradores de cana livre e lavradores de cana
cativa ou obrigados, faziam parte dessa fidalguia.
Lavradores de cana livre: era o proprietário que produzia o que
quisesse e vendia a quem quisesse, ele tinha mais vantagens do que o lavrador
de cana cativa, pois ele negociaria e teria mais poder para isso sobre as
vantagens.
Lavradores de cana cativo: não detinha a posse da terra, era o
arrendatário, o senhor de engenho era o dono dessas terras.
Para o lavrador de cana cativa,
era necessário negociar logo a produção dessa cana, senão ele poderia perder a
safra, pois quem detinha o poder de barganha era o senhor de engenho, por
apresentar melhores condições de negociação do lavrador de cana livre. Os
lavradores de cana livre não eram qualquer lavrador, eles estavam acima dos
demais lavradores; a circulação dessa mercadoria manteria na época a
circularidade que aparentemente era baixa, por isso a necessidade de negociar
com eles. A terra se tornara importante por ser a concepção de doação, não era
hereditária, mas de posse; a fazenda de cana era independente, nesse sentido
era usada industrialmente, como uma atividade econômica; essa terra seria
arrendada em leis determinadas por contratos com uma taxa fixa: por exemplo, ½,
⅓, ¼.
Essa partilhas em forma de taxa
representavam para o lavrador de cana cativa o pagamento de 50% ao senhor de
engenho e depois mais ⅓, ¼,, com o lavrador de cana livre isso não acontecia,
ele pagava somente os 50% a ele cabido e nada mais. Assim essa lógica de
negociar tornava-se perfeita para o arrendamento de terras, assim nunca haveria
ruptura dessa relação, onde o lavrador de cana cativo teria cada vez mais
obrigações. Ele teria direito a arrendar a terra, mas nunca se tornaria dono desse
engenho, ou seja, se houvesse prejuízo, quem pagaria seria o lavrador de cana
cativo. Os sujeitos sociais de uma sociedade sempre elaborariam forças de
resistências assim como no caso dos lavradores de cana contra os senhores de
engenho onde sempre imperaria o lado mais forte da relação de poderio, no caso
os senhores de engenho.
Uma sociedade escravista não se reproduzia sem o trabalho livre,
não haveria mobilidade social entre os indivíduos, isso não seria mais possível
pelos trabalhadores pagos aos de outras categorias.
Uma sociedade livre possuiria toda a pessoa que nasceria depois da
Lei do Ventre Livre.
Libertos: sairiam da ordem da escravidão e se tornariam
alforriados, juridicamente ele não era livre, era liberto.
Quando o trabalho assalariado recebia
pagamento se chamaria de soldada seca,
eram serviços demandados na sua maioria pelos senhores de engenho, essas
transformações sociais começaram a ocorrer com as fugas dos escravos, por isso
iniciar-se-ia com a captura deles pela figura do “capitão do mato”; os feitores
tinham que ter seus limites, pois estariam teoricamente a serviço do Estado e
ao mesmo tempo tinham que se impor aos escravos mostrando respeito, uma vez que
eles tinham uma personalidade a demonstrar. A natureza do trabalho escravo era
coercitivo e compulsório por que funcionava através do medo.
Senhor leitor, todas as imagens foram retiradas do site de pesquisa Google, não se sinta ofendido se por ventura, uma das imagens postadas for sua, a intenção do blog é ilustrar didaticamente os textos e não plagiar as imagens. Obrigado pela compreensão.
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