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"Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito" Albert Einstein
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O objetivo da Históra Medieval é estudar e mostrar a idéia de Idade Média para os dias de hoje, mostrando que esse período ainda faz parte do nosso cotidiano, a América Portuguesa sempre esteve muito próximo desses fatos contemporâneos, porém a idéia de mundo antigo e medieval não tinha relação ou importância para as pessoas. A entrevista justifica o avanço no campo das pesquisas e temáticas, como por exemplo na História dos Annales de Marc Bloch, Febvre...
Le Goff |
A perda da identidade romana na Idade Média: V – XV em torno de 476 – 1473 com a tomada de Constantinopla são dados aparentementente incorretos, pois eles se tornaram arbitrários ou por si só são índices fixados, essa declinação do tempo ocorreu através da noção de tempo, as cronologias eram formadas, o problema estava justamente na diferenciação das eras, a Idade Média iria além dos fatos formais de sua estrutura e sobreviveria além do séc. XVIII, com uma longa duração.
Os aspectos culturais eram os menores possíveis, pois os elementos cronológicos eram elementos que falavam a respeito do mito ou de idéias preconceituosas, era a estruturação de uma nova visão com resquícios da antiga: caleidoscópio e holograma. O caleidoscópio enxergava os fatos históricos como uma deformação de maneira unilateral, por exemplo, as leis marxistas.
Não se poderia fazer isso na Idade Média a partir de um modo de produção, a realidade não era analisada através dos primários econômicos, as forças produtivas estavam travadas, presas a uma realidade de guerras e predestinações. As sociedades agrárias não desenvolviam tecnologias, a vida social não estava ligada diretamente associada à luta de sobrevivência.
A holografia procurava ver a realidade de maneira “tridimensional” onde a Idade Média poderia ser vista a partir de diversos vieses, era uma perspectiva da Idade Média até a escola francesa, ela abriu outras dimensões da Idade Média que interessavam de modo geral, os aspectos religiosos, simbolismos, onde a linha dura política não dava conta de tudo, por exemplo, os reis, pactos políticos, pactos econômicos. A história holográfica eternizava a memória dos vencedores.
O latim era considerado uma língua de intelectuais numa sociedade onde só se falava praticamente dialetos, esses porém ajudaram a transformar o séc. XI surgindo como línguas neolatinas, a igreja tinha sua casta sacerdotal que era intelectual e o latim era preponderante, por isso sobreviveu por séculos por causa de seu clero e a alfabetização lenta do povo.
O campesinato pobre não tinha acesso ao latim, no império romano ele era vulgarizado e no medievo foi eleito língua referencial, falada apenas pela elite, foi um processo lento e gradual de socialização, tardio, mas aconteceu e em determinadas monarquias isso não era respaldo para dizer que todos falavam, preservando a língua mãe de cada reinado.
A escola positivista tinha sua construção ligada diretamente aos movimentos de leitura política, reacionária, dialética, praticamente levaria aos interesses pertinentes a cada um. A história que não nos interessa é aquela que eterniza certos fatos políticos, por exemplo, a selvageria, barbaridades. A realidade da Idade Média era colocada como selvagem e no séc. XIX teríamos uma Idade Média romântica. A leitura infanto-juvenil havia sido ressuscitada pela nova cultura européia, eles não tinham autoria pelo domínio comum.
Peter Burke |
A partir dos séculos XVI, XVII, XVIII, a literatura passou a ser rude, pois a religião envolvia o povo, era feito uma analise, e se observaria onde se colocariam os recursos (fontes) do séc. XXI Partia-se do princípio onde a literatura (documentos, fontes) era evidenciada como possibilidades de verdade, com isso a sociedade passou a ter uma característica fundamental: a oralidade. As sociedades não foram entendidas por que eram fontes orais e o documento ampliaria a teoria.
O princípio de passado e presente era uma idéia reproduzida pelo livro didático, era um estudo dessas épocas, não era algo distante do passado, pois esse não se recuperaria e se repetiria. O Estado não se repetia, ele trabalhava com categorias transitórias, o passado por sua vez se recuperaria parcialmente. Nessa relação do passado com o presente havia uma relação de verdade, a Idade Média Moderna contém raízes afro - américa, pois a idéia de passado é um ”mito-dinâmico”, existe a ideologia e a política, mas não se deve banalizá-la, afinal isso é a base política de um dado histórico.
A História Medieval tem 70 anos e não conseguiu fazer abordagens a partir de elementos ideológicos de um passado dialético demandado pelo presente; a ligação pela idiossincrasia pela subjetividade: fazer a história com participação, rigor e metodologia. Fazer a história com princípios é ter personalidade de fazê-la da maneira correta.
Historiadores medievalistas |
O padrão de desenvolvimento econômico era alijado de muitos centros habitacionais em formação econômica, era importante se desprover desses preconceitos e alcançar o passado, pois ele sempre foi universal e mesmo não podendo ser recuperado, ele podia ser questionado. A busca nos processos históricos sem repeti-lo era uma permanente continuidade para a compreensão do mesmo e com isso os aspectos determinantes seriam aproximados, vivenciados pelas fontes documentais (matéria prima do conhecimento).
Toda verdade é parcial e encima disso é que se trabalham os interesses, afinal todo o sujeito é político e vive em constante mudanças, não vivendo a coincidência histórica no seu momento pleno; é feita uma associação do sujeito objetivando a sua volta com ele mesmo, pois não há partido que não defenda uma ideologia, por exemplo, “esse partido representa uma demanda verdadeira”. O legado é diferente de Partido. Os sujeitos que viveram em sociedades antigas tinham organizações com suas escolhas e subjetividades na sua maneira de viver.
Os medievos tinham sua vida sob a projeção do Annales, por exemplo, o Passado – Presente era uma relação dialética, o homem demandava a curiosidade do passado pelo presente, como no caso do trabalho das sociedades maias, astecas e incas. A nossa dimensão de subjetividade nos impulsionaria para discussões problemáticas, visto por exemplo no caso do papel da mulher na sociedade. Qualquer pesquisa fazia parte de um lugar social e o sujeito formaria uma agregação partidária, logo se tornaria um político da práxis de maneira sistemática com uma consciência coletiva.
A interdisciplinidade na história partilha nos campos do saber em todas as áreas, pois ela pode ser pensada como um objeto, neste caso, a idade média, sobre esse período pesquisa-se a numismática, filosofia, paleontologia, ...
A dimensão da realidade implica na cultura e estuda-a no mesmo indivíduo os mesmos meios da sociedade num comum a todo, isso não daria mais certo hoje, por que nossa sociedade se moldou pelos pilares do modo de produção e as sociedades antigas estavam travadas, hoje essas mentalidades representam muito, é a dinâmica da luta de classes. Os indivíduos passaram a se organizar com as propriedades agrárias pré-industriais, onde o meio de produção propiciou ao homem o acúmulo de riquezas e capital a partir do séc. XVI, com isso houve a separação do homem agrário gradativamente pelo processo industrial e fazendo isso as sociedades saíram do mercantilismo para entrarem no capitalismo industrial.
Trabalha também o aspecto da cultura que se fazia necessário por que não bastava estudar a produção sobre uma ideologia e com a ajuda de outras ciências, os outros aspectos da sociedade, não só os econômicos, mas todos os outros elementos que compunham a sociedade eram importantes para uma completa associação de idéias.
Onde não existia o conflito de idéias não existiria o desejo do poder, por exemplo, a autoridade de idade ou ainda a autoridade de ética.
Na autoridade de gênero, a divisão servil era uma divisão de poder e essa divisão ocorreia por que o homem sempre desejou o poder sobre o outro; o poder é histórico e antecede a afirmação histórica do sistema socialista. O campo socialista dentro de um modelo de produção era uma alienação dentro da mesma sociedade, coexistindo em vários elementos da comunidade, por exemplo, a divisão da ética nas lutas de classes, cultura e direitos, ou, a utilização melhorada no sentido de luta, lugar, contexto para melhorias, ou ainda, na luta de castas e o que ela demandava na luta social nos seus vários aspectos
A relação do Passado – Presente com a Interdisciplinidade: era usado o uso de fontes, a religião era um elemento de conservação, de um status quo baseado na subversão, manutenção e fundamentação. O tempo passa a ser integrado a sociedade capitalista, hoje vivemos um mundo pragmático que vai de encontro à filosofia.
Cenário Germânico
As invasões compunham o mundo medieval da época.
Cenário Germânico: o autor representa a historicidade marxista pela escola inglesa e fez uma leitura da ocupação germânica no Mediterrâneo, onde os visigodos viviam e como eram suas organizações sociais no processo integratório do séc. II ao séc.VI d. C., onde posteriormente formariam a etnia germânica no Mediterrâneo.
A situação histórica era a habitação dos germanos nas regiões próximas da Germânia , Albânia, Espanha, que eram provenientes de organizações gentílicas na forma de trabalho e sua trajetória da Germânia a Roma pelo Reno e o Danúbio. Os germanos modificaram a sua própria organização correspondente ao contexto no momento das invasões: as migrações para o Mediterrâneo.
Invasões: analisava as principais causas ou fatores no processo histórico: a invasão (migração), não se falava de invasão romana, pois o romano é que considerava todo e qualquer tipo de povo que não o seu invasor, porém eles sim forma os autênticos invasores e ainda estabeleciam o domínio nos povos “conquistados”. A Itália não tinha uma agricultura que a sustentasse sua economia, havia então varias províncias responsáveis por isso, eram chamadas de celeiros, pois produziam os cereais, alimentos para a capital, as principais foram:
O norte da África e grande parte do Mediterrâneo, as terras orientais e principalmente a Península Ibérica (Lusitânia e Ibéria) compunham o império romano.
O norte da África e grande parte do Mediterrâneo, as terras orientais e principalmente a Península Ibérica (Lusitânia e Ibéria) compunham o império romano.
A estrutura política estava paralisada pelos germanos dentro do próprio império romano e em nenhum momento as migrações germânicas chegaram perto da expansão romana. A diferença de imigração para invasão, estava no poder estrutural político, havia uma relação histórica de invasão, a chamada dominação social por parte da invasão. As migrações eram sazonais por causa das necessidades, intempéries, pois os que migravam eram nômades, pastores, não havia interesse político de dominação.
Síntese: analisa quais as estruturas do mundo germânico e o mundo romano que se tornara o fundador e formador da nova sociedade: a feudal, era além de tudo moderna e européia. Nesse contexto foi retirada a vanguarda cultural germânica para o novo sistema feudal, o mundo medieval era considerado o mundo romano feudal. O parlamento não era mais fundado como feudal por que era considerado uma partilha do poder, não mais o poder absoluto nas mãos de um só rei. As diferenças começavam aparecer com esse novo modo de poder, o processo de imigração trazia uma ruralizaçao a Europa pré-industrial que era a terra, é errado dizer que o feudalismo dominou a Europa nos séc. V ao XV. Havia uma feudalidade misturada ao elemento importado quando se juntou a cultura árabe: ano 700... → até a queda de Granada em 1492.
Domínios metalúrgicos germânicos |
Transição romana - germânica |
GENERAL ≠ IMPERADOR
Senado romano |
Comércio romano |
Produção medieval |
Danúbio e Reno, fronteiras naturais. |
Houve duas grandes ondas migratórias (levas):
Fronteira visigoda |
1ª Leva: Sistemática: os germanos não estabeleciam lugar para se estabelecer, eram os hunos, visigodos, etc. eram reconhecidos por não se conectarem com suas raízes, eles chegavam ao local, sobreviviam, mas não criavam laços.
Átila, o Huno |
Tomada do templo de Jerusalém |
Francos |
Lewis Henry Morgan |
Os germanos produziram os reinos e os Estados medievais como uma configuração clássica da política, tendo os senhores feudais e seus principados os operantes de defesas por causa das dificuldades que se encontravam as fronteiras; o poder medieval era regionalista por que o individuo passou a ser o novo dono de seu território, como não havia o direito, não havia a ordem, por isso a necessidade de se fazer um Estado organizado; essa organização só passou a existir como estatal a partir do séc. XII e XIII, pois eles passaram a copiar tudo dos romanos. O império romano legou a humanidade as instituições do direito.
As guerras eram representadas pelo povo germano e como os africanos eram vistos como escravos, a guerra era tida como a historicidade dos povos. A fusão foi muito importante para mito e mais profunda do que se pode imaginar, pois ela mostrava o mundo medieval também como uma estrutura dos germânicos com seus mitos, religiões e rituais, quase que valorizando não só apenas os romanos. Roma tinha preconceitos assim como os helenos em relação aos outros povos, principalmente contra os germânicos, asiáticos e africanos, pois eles viviam em comunidades que firmavam suas leis desconhecendo segundo os romanos as leis, regras e pensamentos, por isso encontravam a descriminação das outras sociedades, era uma espécie de estranhamento.
A origem do preconceito se deu quando os helenos chegaram à Ásia e África e encontraram os povos. que não falavam seu idioma: Francos – Gália, Lombardos - Itália Bretões e Saxônia - Inglaterra. Isto pode ser visualizado na pintura: "A Maldição do Império: Destruição” de Thomas Cole retratada no ano de 1836.
A temporalidade era muito importante para a construção do espaço, onde a história viva trouxe uma síntese dos autores da antiguidade como o outro lado do conhecimento dos outros povos que se firmaram a pesar de sofrer o preconceito dos helenos; os povos romanos inicialmente eram considerados estrangeiros pelos gregos, o critério cultural iniciou o processo de inferiorização que se estendeu ate o séc.XIX, pois eles pensavam de maneira racista como os gregos, bem como a própria igreja medieval da idade média. Nada do que os romanos ou germanos produziam valia a pena por que eles não eram bem vindos pela cultura dominante helena.
A origem do preconceito se deu quando os helenos chegaram à Ásia e África e encontraram os povos. que não falavam seu idioma: Francos – Gália, Lombardos - Itália Bretões e Saxônia - Inglaterra. Isto pode ser visualizado na pintura: "A Maldição do Império: Destruição” de Thomas Cole retratada no ano de 1836.
Poderio helênico |
“Nós os chamávamos de bárbaros”, era a frase que se pronunciava em forma de preconceito a língua, isso vinha da raiz, pois a pronuncia das palavras dava a entender que eles estavam balbuciando ou grunhindo, isso incomodava os gregos pois diziam que viviam em desarmonia, em desordem, a sociedade não era urbanizada e tinham um problema de organização social entre eles, pois os outros povos se organizavam pelos seus parâmetros culturais.
Eram considerados primitivos, os primeiros que se comparavam a selvagens, rudimentares pelo seu jeito de se vestir e da forma como agiam, por exemplo, quando os escravos antes dos anos 80 não formavam núcleo familiar. Gilberto Freire estudou isso e começou mudar essa forma de pensamento nos anos 30, afinal eles moravam em senzalas e isso não era considerado centro de formação de família, como no caso de quando Cezar ocupou a Gália (França) escreveu que no séc.I da era cristã, a forma de viver dos francos/germanos era selvagem e que não sabiam como se vestir, comer, e não eram civilizados.
Gilberto Freire |
O impacto dos germanos com seus costumes em relação a sociedade romana e grega não justificavam esse tipo de preconceito; os historiadores do séc. XIII eram altamente preconceituosos por que tinham ferramentas que não existiam na época dos cezares, e nem se comparavam com os romanos ou gregos na época da ocupação das cercanias germânicas.
A Integração Plena se deu quando as civilizações se encontraram e houve uma fusão dos povos, colocando em cheque a produção dos períodos, enquanto por outro lado, o materialismo se fixava cada vez mais, os germânicos não tinham o modo de produção escravista, e foi exatamente isso que gerou o excedente, pois a produção era desconhecida por esse povo, até entrarem na sociedade econômica, era um povo agreste e não apresentavam chances de crescer.
A Integração Plena se deu quando as civilizações se encontraram e houve uma fusão dos povos, colocando em cheque a produção dos períodos, enquanto por outro lado, o materialismo se fixava cada vez mais, os germânicos não tinham o modo de produção escravista, e foi exatamente isso que gerou o excedente, pois a produção era desconhecida por esse povo, até entrarem na sociedade econômica, era um povo agreste e não apresentavam chances de crescer.
A História dos Clãs era conhecida pelo modo como os clãs procediam, pelo seu modelo de conduzir as coisas para inovar e se organizar a .... HISTÓRIA:
Toda sociedade produziu independentemente de sua maneira de ser ou agir o suficiente para a sua sobrevivência com seu modo particular de produção e com meios diferentes em relação a escrita por apresentar ou não critérios para fazer a sua história ou não. Os germanos em termos de significado eram considerados primitivos por que eram agráfos, mas eles não precisavam de uma grafia, bem como os africanos não apresentavam letramento para a história.
Auteridade: conhecimento ao desconhecido, a tese era de que eles entraram em choque e produziriam uma nova cultura; o cristianismo era uma religião do ocidente e quando o politeísmo foi abandonado, teve-se a idéia de que os deuses haviam abandonado os césares, sendo que o cristianismo se formaria de idéias judaicas. A idéia que os romanos tinham desses povos considerados bárbaros pelos romanos era de um universo de subversão, por isso a escravidão era criticada, pois o império era politeísta e se incumbia de um único deus. O paganismo, o toteismo tinham certo mal estar cultural por que eles já vinham de uma herança germânica e estavam envolvidos em um paganismo diferente, isso estava incomodando o modelo romano.
Os augustos fizeram um modelo macropolitico fundado nos deuses, onde Roma passaria a “ser” cristão em torno do séc. III E IV com o evento de Constantinopla; a idéia de que os deuses abandonaram os cesares se deu por que a idéia de substituição para o monoteísmo que era uma nova ordem religiosa seria algo impensado dentro do culto ao físico e ao imperador, o culto a pessoa. O mundo bizantino era iconoclasta e por causa disso, todas as estatuas começaram a ser quebradas, juntamente com a política dos cesares.
Os augustos fizeram um modelo macropolitico fundado nos deuses, onde Roma passaria a “ser” cristão em torno do séc. III E IV com o evento de Constantinopla; a idéia de que os deuses abandonaram os cesares se deu por que a idéia de substituição para o monoteísmo que era uma nova ordem religiosa seria algo impensado dentro do culto ao físico e ao imperador, o culto a pessoa. O mundo bizantino era iconoclasta e por causa disso, todas as estatuas começaram a ser quebradas, juntamente com a política dos cesares.
Houve uma extenção no processo de organização do ocidente, bem como nas suas formações, estruturas, destacando suas culturas e simbioses, não sendo apenas um simples choque cultural, não era só mais uma síntese, pois estabeleciam características como não estabelecer relações na política, os germanos eram estabelecidos como bárbaros com uma cultura de nível inferior, a preocupação estava na antropologia, pois era o momento que se estabelecia a analise a fusão sobre o impacto aos limites do império romano, sobre seus costumes e os costumes dos outros povos, diferenciando as relações ou mostrando o impacto do culto pagão.
A antropologia lidava com o conhecimento da história e a sociedade de produção como centro de investigação, absorvendo os dados do cotidiano de uma vida , citando os grupos e suas relações com o cristianismo por exemplo; o império definhou, mas as estruturas permaneceram com projetos hegemônicos do império desde o Mediterrâneo as estruturas do mundo antigo em se preocupar com o seu não desaparecimento, foi assim que o império romano sucumbiu, mas a sistemática continuou.
Os governos de Constantino e Diocleciano foram os últimos governos que tentaram com reformas administrativas reerguer o império, o cristianismo porém entrou com uma proposta de firmação política sem precedentes na península ibérica. O Mediterrâneo era o “mar nostro” para os romanos; o ocidente também tinha nascido das ruínas do império romano que era considerado o modelo colonial imperante por muito tempo; a Península Ibérica só viraria medieval no séc. XII porém em outros lugares isso aconteceria séculos antes, o modo de produção havia ocorrido tardamente no medievo ibérico. O modelo de produção não foi todo histórico na Europa feudal, não sendo ele só centralizado, pois sua produção não era só para o mundo romano e sim para os germanos também.
Constantino e Deocleciano |
LIMES é uma fronteira ou um limite natural, no caso do império romano os rios Danúbio e Reno; a capital romana era sustentada pelas ilhas mediterrâneas da Sicília, Sardenha e Córsega, onde se destacavam pelo comércio de Roma com as urbes por causa do trabalho escravo; o mundo era todo camponês, diferente do mundo grego e romano, a tradição técnica anterior (helena) fez se pela tradição do que eles pré diziam e depois foram utilizadas por Alexandre e pelos bizantinos. A crise do séc. III viria a ser uma nova estrutura por que havia lutas internas e lutas políticas, por exemplo, o Senado, as lutas do ocidente contra o oriente.
Constantinopla |
Surgiria assim dois modelos de igrejas, escola, de políticas, nesse ínterim, Bizâncio passa a ter uma nova postura por que tem no fundo a colonização grega, não padronizada pelos romanos. Os germânicos não conseguem chegar a Bizâncio por causa da localização geográfica, pois ao norte da África os germanos não tinham esse arsenal para chegar ao norte africano nem por mar ou terra.
Invasão saxã |
Escravos na época dos romanos e britânicos |
O mundo medieval sofria com a crise do trabalho que se opunha aos patrícios e plebeus, causando o descontentamento dos indivíduos pobres, escravos e germânicos; a igreja atuava como um canal destas estruturas de vocação política autoritária do império romano, institucionalizando-se como uma nova ordem, ela passaria a ser o aqueduto que ligaria essas novas estruturas, se fazendo presente em termos de poder. A crise começaria a se aprofundar e criaria movimentos perigosos mostrando a fragilidade e a vulnerabilidade do império romano , isso era a história, não produzida pelas invasões, mas por um conjunto demográfico de deslocamento. O império romano foi o que mais sentiu com essas migrações por que demonstravam toda sua fragilidade; o assalto, as pilhagens favoreciam esses movimentos para que houvesse esses deslocamentos demográficos, toda essa logística de invasões era produto desse impasse criado pelo império por passar a imagem de que era inabalável e inatingível, causando um desgaste do seu poderio, a igreja colaborava com o império, tentando enfraquecer esse movimento, se aproximando da cultura romana.
Santo Agostinho |
Salviano enxergava o local e não o todo, ele era preconceituoso por que assimilava as circunstancias e interesses múltiplos; a descrição dos generais romanos não eram descrições “lisonjeiras” em relação a Gália germânica, a partir deste local eram menosprezados como animais selvagens. Le Goff antropolizou a leitura dos pensadores desse período; o processo de cristianização estava relacionado ou não a uma cristianização solta, era um processo relacionado a forma como os germanos tiveram que se assimilar a essa nova cultura, eles não se cristianizaram de uma hora para outra, mas participaram do processo de entrosamento do paganismo pelo fato de estar entrando em crise, era uma idéia que já estava se fazendo presente, porém não foi uma cristianização de cima para baixo, pois tudo era algo negociável salvaguardando uma cultura que se fazia presente. Toda evangelização era feita pelos monges em terras não desbravadas, pois isso era o monoteísmo e nem sempre ocorreu de forma automática.
Clóvis I |
Representatividade da Alta Idade Média |
Evangelização monástica |
Cristianização convergente = Cultura religiosa pagã: os indivíduos se tornavam cristãos aos poucos e se conformavam com o batismo; os medievais tinham uma religião imposta como uma ordem social.
Leitura antropológica relação com Processo dialético: a cultura religiosa germânica: sobrevivia de ritos, cultos, ancestralidades, animismo, toteismo.
A cultura religiosa hegemônica: era cristã e vivia de: livros, liturgia, dogmas, dizimo como obrigação social.
A igreja mogética (culto a imagens) se fazia presente pela.oralidade, onde quando os camponeses voltavam para suas aldeias, rezavam, faziam seus ritos, cultos, e pagavam seus dízimos; era tudo uma questão de dialética convergente, pois a espiritualidade era para sociedade uma ordem. A cultura religiosa germânica era pagã, isso a diferenciava da religião dos romanos por que eles tinham suas tradições e tinham a convicção de que isso era de cima para baixo; a religião romana imperial mais tarde viria a se tornar o cristianismo, no imperialismo passou-se a criticar o escravagismo do próprio império.
A igreja mogética (culto a imagens) se fazia presente pela.oralidade, onde quando os camponeses voltavam para suas aldeias, rezavam, faziam seus ritos, cultos, e pagavam seus dízimos; era tudo uma questão de dialética convergente, pois a espiritualidade era para sociedade uma ordem. A cultura religiosa germânica era pagã, isso a diferenciava da religião dos romanos por que eles tinham suas tradições e tinham a convicção de que isso era de cima para baixo; a religião romana imperial mais tarde viria a se tornar o cristianismo, no imperialismo passou-se a criticar o escravagismo do próprio império.
1. Diferença entre a espiritualidade (subjetividade) X religião
2. Religião = Ordem Social. Não se envolviam afetivamente, pois não tinham escolhas.
3. Ritual X Liturgia. Era um mundo que nascia associado ao Estado, onde Carlos Magno se considerava rei e estava associado a Roma.
4. Fundamento Teórico: Antigo Testamento + Levítico. Tratava de questões associadas em como os clãs viam Deus, como o patriarca estabelecia essa ordem, pela qual os germanos tinham que voltar as regiões e preceitos morais.
5. Cristianização do Ocidente (± séc. VIII). A organização seria a do monaquismo (foi estabelecido o dízimo ao povo especializado na nova religião)
6. Evangelização via Monaquismo (cultura de evangelização dos monges)
7. Oficialização do dízimo e do corpo especializado na oração (os ditos novos funcionários: padres)
8. Sobrevivencia da cultura dos germanos (paganismo). Era uma questão que estava relacionada a uma transgressão da chamada cultura da igreja).
Tudo o que não era cristão era considerado pagão (paganismo: era um processo de transgressão em relação à chamada cultura dominante), que sagravam os sacrifícios pelas superstições, oferendas, toteismos, animismo (forma de associar um tipo de significado aos seres inanimados), por exemplo a pedra, chuva, raio, sol, lua.
André Vauchez |
Estado Laico |
Ordem social de "cima para baixo" |
TEORIA PRÁTICA – SUJEITO-EXPERIÊNCIA
A história sai do censo comum sendo ela a responsável por dominar a ligação nas questões do campo civil, religiosidade e identidade, considerando a religiosidade não era só uma ferramenta de opressão, mas como um elemento respeitável de protesto social que se diferenciaria da ideologia, usando o termo religião como uma fase relacionado à sensibilidade e ao mesmo tempo um elemento de subversão da contra cultura. A religião é a historicidade de alguns povos como foi o caso dos germanos, sendo essa uma forma de resignificar o seu sentimento em relação à cultuação da leitura totêmica e transcendê-la.
Concilio de Trento |
Eremitas e cenobitas |
Os monges eram:
Eremitas: eram regidos pelo voto de castidade, voto de castigo (individual).
Cenobitas: propunham uma vida regrada a simplicidade, viviam em comunidades, além de criticar a materialidade do mundo real pelo apego e ao apreço da carne, isso para eles era uma forma de contemplação a vida. As ordens regulares estavam ligadas a uma vida de contemplação sendo eles os responsáveis pela evangelização dos povos bárbaros, a classe era uma ordem regular e não secular, como no caso da Ordem de S. Bento. A igreja era impressa na ordem material e se defendia citando o Antigo Testamento para os preceitos morais para uma conversão.
O lúdico dizia que o judaísmo (cristianismo e islamismo: tidas com as religiões revelação) eram regulamentadas por preceitos dos patriarcas onde eram reconhecidos pela figura da sua autoridade. Esse preceitos estavam presentes nos modelos do cristianismo primitivo; a circularidade celta, os “selvagens bárbaros” eram levados a práticas do Antigo Testamento, sendo ela toda magética e oral.
Cristianismo primitivo |
Comunidades celtas |
Religião X Religiosidade
A sociedade não poderia mais ser avançada pois não dominavam a leitura, só observavam e escutavam, o Estado então se aproximou da igreja através do relacionamento cotidiano através da vida social das pessoas, onde a igreja partiria para uma forte campanha na vida religiosa desse povo, Os sacramentos eram moldados encima desses germanos na sociedade pelo casamento, em suas casas, suas festas, as penitências assumiriam o papel de disciplinar a vida publica, como se Fossem a defensora dos bons costumes, haja vista com o que eles não conseguiam normatizar alguns desejos do corpo; o casamento era tido como algo sagrado para a religião, porem ele era visto como objeto de desejo aos olhos da igreja, e isso iria contra os princípios da criação, sendo necessário a presença da instituição religiosa para “conter”esses pensamentos nefastos. A igreja acompanhava as mudanças da liturgia desde que não fosse contra seus dogmas, por essas imposições os germanos voltariam para os sacrifícios de sua cultura.
Religiosidade Bizantina (oriente) e o império bizantino.
Principal questão: Vaucher criou o processo de cristianização, sendo este um texto de comparação, onde era apresentado como forma de resistência e colocava o cristianismo sob uma forma de obrigação. Os evangelizados tinham formas de exprimir seus sentimentos, suas vivências que eram particulares, porem era uma forma de pensar a vida, eles não abriam mão de seus cultos, sacrifícios por não serem só cristãos, esse comportamento era uma forma de pensar e viver a vida; quando surgiu o cristianismo, isso surgiu como uma forma de administração:
A cristianização dos germanos
Não havia reflexões, nem criticas sobre o material de assunto religioso, havia sim uma imposição de regras cânones, ou seja, não se discutia nadaou seja, o dízimo era dízimo, ou ainda a bíblia não era objeto de reflexão ou crítica, haja visto que sua liberdade era cerceada. No oriente o culto de modo reflexivo havia conseguido terreno por causa das várias culturas, afinal elas eram descendentes na sua maioria de colônias gregas que agregavam colônias de muitas localidades das cercanias do antigo império heleno; havia uma diversidade étnico cultural muito forte que proporcionava o dialogo sobre questões relacionadas sobre a fé, eram os indivíduos que mais participavam no oriente, as pessoas tinham liberdade para fazer o que desejassem.
Patristica: eram um conjunto de escritos da idade média formada por padres e teólogos que se reuniam para fazer uma leitura filosófica e teórica da igreja, como no caso de Sto Agostinho ou as escolas de padres que pretendiam as regras e santos. Na alta idade média houve o movimento apologético que era a defesa irrevogável da fé, eram dois momentos onde os padres e intelectuais estabeleciam o controle imediato da base humanística com a filosofia grego romana. Na baixa idade média havia movimentos escolásticos, universidades, culturas urbanas, além de um dinamismo da sociedade em se firmar aos princípios pelo corpo especializado formado por padres responsáveis pela igreja, por exemplo, o controle da religião ou ainda o controle dos sacramentos.
Os germanos por sua vez faziam um contra ponto suscitado que deveria ser trabalhado ente a religião do oriente e a sociedade. Vauchez dizia que a religiosidade cultural era um conjunto de práticas culturais ou culturas (germanas) que cultuavam os sacrifícios e adorações a natureza. Nesse ínterim a igreja começa a ser maleável, pois os documentos produzidos por ela sinalizam outras práticas que deveriam ser punidas ou assinaladas. Os germanos começavam a ser cristianizados e a ser tolerados.
Cultos Oficiais era através dos documentos oficiais que as práticas de vida eram revelados pelos cartulários produzidos pela ordem dominante, por que no momento que era a narração obtidas desse tipo de material historiográfico que traziam experiências de praticas e formas de vida, porém eles não haviam sido produzidos para esse fim, sua intenção era bem o contrário, haviam vários tipos de documentos:
Corpo documental de documentos medievais:
A igreja precisava ser presoletista, devendo atingir as pessoas que não dominavam a informação e a reflexão, o engodo pegava o incauto de surpresa, pois a igreja fazia uma relação de manipulação a comunidade, fazendo de forma permissionista ao individuo que não tinha acesso a qualquer tipo de informação, por que a religião não havia produzido mais nada disso na era cristã; não havia mais uma pratica de expressão, agora tinha uma produção de tradução onde as pessoas não tinham forma nenhuma de expressão, nada se relacionava ou se contra punha a fé.
As heresias formavam elementos produzidos por uma parte do alto clero ligada a um grupo de intelectuais para manter o controle e o poder através do material da fé que não se discutia, mesmo não atingindo seus objetivos. A religião era diferente da religiosidade, pois esta estava ligada a um sentimento, a uma sensibilidade, a uma ordem social . A confissão era uma forma de auto controle, eram processos perversos de poder, inicialmente ela era publica e coletiva, no séc. XIII passou a ser individual e particular, pois a igreja percebeu que poderia lucrar com o sentimento de culpa dos fiéis e cobrando ela teria o poder de absolvê-los. Esses documentos de confissão eram elaborados pela policia da igreja, pois o individualismo se colocava como sujeito da história, o Estado e a Igreja produziriam uma intelectualidade civil e tirariam do sistema e colocariam no contexto.
O Império Bizantino
O império bizantino foi de suma importância para o ocidente cristão quanto para os mundos muçulmano e eslavo, seu nome por si só já é questão de problemática, por que não tem conotação de etnia, mas sim de civilização direcionado a quem fala o grego e a religião cristã ortodoxa. A vulgaridade quanto ao nome deu-se a partir do séc. XVI depois do desmembramento com o império romano. De certa maneira isso fazia algum sentido, pois o que era agora o império bizantino, o império romano havia sido um dia, um dos pontos em comum que essas duas civilizações tinham em comum era o idioma, elemento determinante para direcionar suas vidas e pensamentos.
Nesse sentido os bizantinos haviam herdado dos romanos e dos gregos o mesmo modo de pensar em relação a quem não era bizantino agora era rotulado como bárbaro; esse novo estado bizantino foi a fusão de várias culturas, povos, civilizações vindas de todas as partes daquela época, se misturando principalmente com a raiz latina e os elementos greco-romanos ocidentais e dessa fusão surgiria essa nova formação de povo com suas características próprias, sendo esse um dos fatores para que esse entendimento se tornasse um tanto frágil, pois o idioma grego era sinônimo de requinte e a idéia de um imperador visto como um semi-deus era inconcebível para os ocidentais, afastando-os assim dos ocidentais.
Até mesmo o cristianismo que serviria de “ponte” acabou por se isolar, os orientais sempre foram considerados mais especulativos do que os cristãos, eram mais voltados as tradições religiosas mais antigas no contexto egípcio-mesopotamico, além da filosofia grega, já o cristianismo era voltado para o sentimento e reflexão. A igreja era tida como um conjunto de fiéis, vivos ou mortos, para os ocidentais ela era vista como uma espécie de pratica religiosa que não poderia ser objeto de estudos, daí ela designar um novo corpo sacerdotal pra trabalhar essa questão, onde essas pessoas monopolizariam o dom da palavra e os meios para conseguir chamar essas pessoas para o “seu lado”.
Constantinopla |
Todos os setores de Bizâncio foram influenciados como se podia ver na arquitetura das igrejas, catedrais, estatuas, pinturas, o direito romano e principalmente a filosofia grega; a ciência seguiu os mesmos caminhos, a capital bizantina havia se tornado um forte referencial para toda a Europa e principalmente para a Itália, onde futuramente seria a representante do renascimento dos séc. XV – XVI e por causa desse fato a modernidade estava cada vez mais próxima, isso porém não acontecia de maneira isolada, as estruturas de modificação eram ligadas umas as outras.
As Estruturas Religiosas
O homem era um misto de tudo que se poderia imaginar, frente a isso, tudo o que fosse feito demandava uma análise política, econômica, cultural e qualquer outra manifestação humana, sendo necessário uma metodologia; no caso do Bizâncio isso se aplicaria a religião, responsável pólo poder do imperador motivado a uma justificativa de uma política exterior onde trabalhava o significado da produção cultural, onde se considerava fatos e acontecimentos desde o cotidiano social até a vida e a morte, mais do que isso, o império representava o que viria a ser um “pedaço do reino dos céus” na terra, uma cópia perfeita do que o homem poderia esperar, por isso o homem deveria ser justo e penitente, mas como ele não era, o fracasso de Bizâncio foi atribuído a isso, por ser dominado pelo pecado, o próprio Deus puniria a capital e baniria esse pedaço sagrado da terra afastando-a das prelazias divinas.
Essa religiosidade pode ser observada em três episódios: a extensão e influencia da estrutura eclesiástica, a exaltação da espiritualidade popular e as controvérsias teológicas com pesados desdobramentos políticos e sociais. A igreja se considerava a herdeira legitima dos poderes divinos, pois ela se julgava interprete infalível das coisas divinas e humanas, convictos de que não eram inferiores a ninguém e poderiam assim se apresentar como senhores e juizes dos dogmas impostos por eles; foi assim que se deu a mistura bizantina do tempo e do espírito, o imperador possuiria esses dois elementos, mesmo assim teria como um “conselheiro” o então criado “patriarca” para ajudá-lo nas questões divinas e terrestres. Esse novo cargo viria a suprir algumas passagens da história bizantina onde ele faria o papel do representante máximo na falta de qualquer regente que fosse chegando ao ponto de muitas vezes ser superior ao próprio rei a ponto de ter o poder de excomungá-lo e fazer com que pagasse por penitencias aos ofícios religiosos.
Igreja católica e o imperador Constantino |
Os monges foram responsáveis por evangelizar os povos da Europa Oriental, ampliando seus poder e influencia sobre os bizantinos, destacavam-se também por se diferenciarem da vida monástica que era a representação de antítese da vida social. Segundo Ducellier: “o monge, é de todos os pontos de vista, “um anarquista”, sendo o personagem mais popular da sociedade bizantina. A igreja de Bizâncio sempre esteve mais próxima da religiosidade popular do que a igreja ocidental, em Bizâncio não se estabelecia uma regra teológica rígida a ser seguida pelos cristãos, havia sim uma tolerância em relação a isso, onde cada individuo poderia escolher a sua salvação da maneira que desejasse; por causa desse tipo de pensamento era natural que as controvérsias religiosas estavam adentrando campos nunca imaginado antes, começando assim uma nova etapa da religião em Bizâncio, onde não raramente as discórdias mais inflamadas terminavam em violência.
Esses preceitos estavam voltados na sua maioria aos preceitos religiosos na questão da graça divina, isto é, o sagrado presente no meio dos homens e nesse meio buscava-se o ponto de equilíbrio entre o mundo material e espiritual, fato esse que na maioria das festas publicas e privados o laicismo não era exclusivo; a liturgia se fazia presente no sagrado humano, muitas vezes revivido pelo evangelho que a isso era incorporado como forma de inovação a introdução do teatro, do drama, onde cada fiel pudesse se identificar nesse tipo de representação. Essa mudanças foram levadas tão a sério que aos leigos e ao clero que faltasse mais de três vezes a um culto desses, seriam automaticamente excomungados e depostos, a liturgia não era mais uma representação, mas uma atualização do fato perante Deus.
Tudo era trabalhado de forma a sublimar a vontade divina e cada ato não era mais só um ato, agora possuiria nova interpretação, a ponto de transformar as pessoas em testemunhas oculares, essas mudanças foram tão importantes que chegaram a interferir na arquitetura das novas igrejas com cúpulas cada vez mais ostentosas de luxo e uma representatividade próxima de alcançar os céus pela altura de suas torres e em seu interior a imagem de Cristo era montada de tal forma que a impressão que se tinha era de que esse representante divino estava o tempo todo olhando para o homem com um olhar subjugador.
Tudo era trabalhado de forma a sublimar a vontade divina e cada ato não era mais só um ato, agora possuiria nova interpretação, a ponto de transformar as pessoas em testemunhas oculares, essas mudanças foram tão importantes que chegaram a interferir na arquitetura das novas igrejas com cúpulas cada vez mais ostentosas de luxo e uma representatividade próxima de alcançar os céus pela altura de suas torres e em seu interior a imagem de Cristo era montada de tal forma que a impressão que se tinha era de que esse representante divino estava o tempo todo olhando para o homem com um olhar subjugador.
As mudanças ocorridas se faziam presentes em todas as partes de Bizâncio, porém o que mais chamava a atenção era o valor dado aos supostos relicários que a igreja afirmava pertencer as entidades sacras da bíblia a ponto de aguçar a inveja aos povos ocidentais, tanto que quando Constantinopla foi saqueada pelos cruzados em 1204 todo o material “disponível”que puderam carregar foram guardados nos mosteiros que pela simples presença nesses locais, eles se transformaram em locais de peregrinação devido ao valor espiritual dos objetos, transformando esses locais em verdadeiros centros de peregrinação pelo seu prestigio e riqueza.
Era natural que se criasse toda uma mítica em torno desses relatos e histórias a ponto de as superstições ganharem corpo tanto para quem acreditava ou não nesse tipo de culto, as proporções atingidas chegavam as fronteiras do além e das adivinhações; para entender a vontade de Deus quase tudo era permitido no campo mítico e espiritual, desde a cartomancia as adivinhações, praticas bíblicas e outros tipos de artimanhas era elaborados o tempo todo para tentar descobrir uma resposta para as aflições terrenas, a ponto da magia se tornar corriqueira entre os bizantinos, mesmo a igreja sendo contra e impondo punições contra isso que poderia ser até a morte.
Era natural que se criasse toda uma mítica em torno desses relatos e histórias a ponto de as superstições ganharem corpo tanto para quem acreditava ou não nesse tipo de culto, as proporções atingidas chegavam as fronteiras do além e das adivinhações; para entender a vontade de Deus quase tudo era permitido no campo mítico e espiritual, desde a cartomancia as adivinhações, praticas bíblicas e outros tipos de artimanhas era elaborados o tempo todo para tentar descobrir uma resposta para as aflições terrenas, a ponto da magia se tornar corriqueira entre os bizantinos, mesmo a igreja sendo contra e impondo punições contra isso que poderia ser até a morte.
As rivalidades começavam tomar forma entre as sés episcopais do Oriente onde Roma teria o arbítrio, porém negaria a autoridade do papa para tal decisão, em Constantinopla as idéias orientais ganhavam cada vez mais força a ponto de passar adiante as rivais de Alexandria, Antioquia e Jerusalém que por sua vez se colocara de frente com a igreja romana na disputa pela liderança dos fies pelo mundo. Assim cada heresia, doutrina, dogma ou rejeição através da igreja e dos concílios ganhavam novas dimensões políticas.
Uma dessas correntes foi o monofisismo instalado pelo patriarca Nestorio onde ele defendia a doutrina da natureza de cristo ser separada da divina e sua encarnação seria totalmente humana, daí não se aceitava a idéia de chamar sua mãe de virgem, a sé de Alexandria era contra que por sua vez defendia a idéia de união total dessas duas idéias, pela qual negaria o caráter humano de Cristo, enxergando-o apenas como natureza. Nesse ínterim, o nestorianismo foi condenado como herético, depois o monofisismo sofreria o mesmo tipo de acusação.
Zenão um imperador bizantino tentou encontrar uma maneira de diminuir essas desavenças e tentou concilia-las com medidas conciliadoras, mas só piorou o que já estava ruim, Egito e Síria não quiseram negar o monofisismo e 150 anos depois abriram suas portas para o islamismo, os nestorianos acharam abrigo na Pérsia, China onde trabalharam com os mongóis nas missões dessas régios fronteiriças. O papa por sua vez também estava descontente com a decisão do imperador se intrometer em assuntos religiosos e como não poderia puni-lo excomungou-o como patriarca de Constantinopla, criando assim o primeiro cisma entre Roma e Bizâncio.
Zenão |
Leão III |
Adoração de imagens. |
Carlos Magno |
Cisma de Fócio |
Começaram então as disputas, saques com toda violência imaginável entre as duas partes a ponto de se tentar uma aproximação novamente nos séculos XIII e XV, porém sem sucesso, pois sempre esbarravam na forte oposição da população bizantina, esse fato só demonstrava o temor do comando bizantino face ao perigo próximo da queda do império, que aconteceria não muito tempo depois, tendo seu desejo expresso na vontade de ver sua bela capital usando um turbando islã do que ter que se curvar perante um chapéu cardinálico.
Referências:
Perry Anderson – Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo, Ed. Brasiliense, 1992.
O Império Bizantino: Hilário Franco Jr e Ruy de Oliveira Andrade Fº.
André Voucher: Espiritualidade Referência: VAUCHEZ, André. A espiritualidade na Idade Média: (séculos VIII a XIII). Ed. Jorge Zahar, Rio de Janeiro, 1995. Páginas: 7 – 29.
__________________ Ocidente– processos de cristianização: ordem social processo de liberdade para que os germanos vivenciassem seus cultos.
Ruy: Oriente – a população vivência o culto e expressa o cristianismo de modo reflexivo.Religiosidade Bizantina (oriente) – Andrade Filho.
"A Maldição do Império: Destruição” Por Thomas Cole, 1836.