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quarta-feira, 13 de março de 2024

A HISTÓRIA CONTINUA: GEORGES DUYBY:


O autor começa narrando o inicio de sua história em 1942, no outono de plena guerra mundial, falando do gosto que desenvolveu pela pesquisa, agora o tema seria seu próximo passo para o desenvolvimento; isso ocorreria através do oficio trilhado por todos os historiadores, no caso de Duby, ele seria fortemente influenciado por Jean Déniau, tendo como opção de escolha a da Idade Média. Os historiadores em geral preocupam-se em estudar os mesmos temas como poder, política, militarismo ou religião, com a preocupação em reconstruir os acontecimentos em pequena e grande escala, sobre seus protagonistas e as causas acidentais dos fatos, bem como a evolução formal das instituições e a sua compreensão na identificação das tendências no decorrer desses ciclos. Segundo Fernando Braudel, existe três estágios que ditam os fatos do tempo histórico: acontecimento, conjuntura e estrutura; os acontecimentos atuam na superfície como uma onda que oscila de acordo com as mudanças da conjuntura, a conjuntura e a estrutura, tomam emprestadas a linguagem da economia.

A profissão de escriba e contador teve sua relevância perante a demanda do século XIV quando os príncipes começaram acumular riquezas e tinham a necessidade de enumerar e registrar todo tipo de rendimento a sua conveniência. Os meios observados foram principalmente o comercio e suas conseqüências no meio urbano, como por exemplo, nas cidades da Toscana, nos portos normandos e na região de Flandres, pois nessa região encontravam-se as cidades comerciais mais antigas e graças ao dinheiro circulado ocorreu o surgimento das cidades burguesas através dos burgueses; nesse meio, merece uma atenção especial o surgimento das primeiras dinastias patrícias dessas cidades flamengas. Duby é bastante enfático quando diz que o historiador não deve ficar recluso em seu meio de estudos, mas que acompanhe o andamento e progresso do que esta acontecendo com as disciplinas vizinhas. 

Na sua trajetória, Duby volta a citar a escolha do tema, e para isso necessitava de um orientador, inicialmente havia indicado Charles Edmond Perrin, tendo como especialidade os estudos das relações entre súditos e seus senhores, esse era o problema abordado por ele. Jean Deniau trabalharia os documentos baseados em inventários da época carolíngia, através dos domínios dos senhores determinando que fossem registrados todos os dados referentes as suas propriedades, assim poderia reclamar os direitos seus as camponeses que trabalhassem em suas propriedades. Nessas listas eram registrados rendeiros, foros, camponeses, corvéias, além de registros de doação de terras sob tutela dos imperadores, esse tipo de pratica influenciava a escrita, tudo isso era feito em nome da “gloria de Deus”, através da exploração deste mundo mundano. 

Por conselho de Perrin, Duby deveria definir o tema e seu contexto, dando inicio aos estudos imediatamente sobre os documentos de fácil acesso, preferencialmente já editados; através desses documentos, ele poderia se basear neles e dar inicio ao seu projeto de pesquisa sobre as diferentes fases. O trabalho enfim indicado por Perrin foi o Recueil des chartes de l´abbaye de Chuny: coleção de cartas da abadia de Chuny. A obra indicada por Perrin decifraria o conteúdo dos cartularios, ou seja, transcreveria os títulos de posse e privilégios da localidade dos monges de Cluny, datadas no século XI, nos anos finais da abadia de Odilon e trataria dos direitos de quem detinha a terra e quem nela vivia por vias de praxe os estabelecimentos religiosos eram mais organizados para a execução dessa tarefa. Os administradores ordenaram que se fizessem registros desde sua fundação com registros que abarrotavam os armários durante séculos.

 

A coleção era um documento de aproximadamente cinco mil e quinhentas paginas de todos os tipos e tamanhos; era de praxe os monges guardarem esses documentos ao tomarem posse de um bem, neles ainda continha bulas papais e de imperadores, fragmentos de contabilidade, inventários, quitações e antigas classificações; tudo esta protegido na biblioteca nacional. Os mosteiros durante muito tempo foram sinônimos de proteção a esse tipo de documento, era protegida da desordem do cotidiano, por isso a riqueza de seus conteúdos recopiados para os cartularios. Por volta do ano mil ocorreram mudanças radicais na distribuição dos poderes e exercícios da justiça, os antigos formulários já não serviam mais, e não se recorria mais a escrita nas assembléias, o direito agora era aprovado por palavras e gestos, assim, os monges responsáveis por zelar pelo patrimônio, deveriam fazer as anotações por conta própria frente aos impasses do judiciário para preservar a memória do que havia sido dito nos encontros; alguns desses processos agora soariam como crônicas. 

Em torno do ano 1120, os documentos começaram escassear por causa dos descuidos dos arquivistas, já no fim do século XII voltaram a aumentar novamente, agora com uma diferença, as linhas eram pagas, por isso, se anotaria o maior possível de anotações, passando a serem mais conservados. Os documentos do Recueil por sua vez, só trariam informações a respeito das cercanias da abadia, visto que o objetivo do estudo de Duby era ir além das fronteiras administrativas da diocese ou de qualquer formação política, mas que obedecesse a conservação determinada por esses arquivos. As investigações não iriam muito adiante das fronteiras de Chalon ao norte, Beaujeu ao sul, Charollais a oeste e Bresse a oeste; na biblioteca nacional estão os documentos originais outrora perdidos, algumas delas muito raríssimas. De posse desses papéis, Duby esperava silencioso, na expectativa de qual seria a surpresa a encontrar nos pergaminhos, o prazer por estar de posse desses documentos já falava por si, o restante era considerado façanhas da profissão de historiador por manusear esses documentos.

O sentimento segundo Duby era de entrar em algo misterioso, secreto, desmistificando as folhas enroladas que falavam com seu silencio de vidas há muito extintas; nos arquivos de Mâcon as informações eram a respeito século XII da abadia La Ferté, fundada nas profundezas da floresta as margens do rio Saône, o cartulario encontrado era diferente, não se tratava de um registro, mas de um conjunto de folhas soltas, algumas com até um metro de comprimento. Eram folhas traçadas pontilhadamente com extremo cuidado, em perfeita harmonia de alinhamento com palavras escritas em latim, com seus caracteres admiráveis e de qualidade tão boa que se tinha a impressão que foram escritos anos atrás. A preocupação dos homens da igreja em registrar nas margens das paginas seus calendários era praticamente inexistente, não havia registro nessas comunidades de ordenanças litúrgicas, morte de alguém importante como a de um papa, por exemplo, ou de uma epidemia ou de qualquer outro fato que saísse do normal na localidade, não havia ligação de um fato disperso com qualquer outro. 

Duby percebia que as vezes estava mal preparado por causa do material que havia acumulado, pois no inicio de seus estudos, havia dois caminhos a serem trilhados, o erudito ou o caminho dos professores, o primeiro mostrava como manipular as ferramentas de pesquisa histórica e o segundo ensinava a dizer a historia, mais do que fazê-la. A preocupação em 1821 era a restauração e conservação do século das Luzes que por descuido da Revolução, tendeu-se a apagar todos os vestígios da opressão causados pelo império, em nome do modernismo que havia sucessivamente arruinado. Entre os séculos XVII e XVIII surgiram pessoas que retomaram o trabalho iniciado pelos beneditinos nos seus confortáveis mosteiros, esses religiosos tinham a missão de exumar os documentos perdidos na poeira do tempo, lendo-os corretamente, datando-os e decifrando-os corretamente, detectando-os de falsificações; para isso foi criadas a paleografia e a diplomática. A Escola de Chartes recolheria o legado dessa erudição em praticas que confeririam a historia a aparência de ciência exata. 

O material pesquisado por Duby eram cartas, noticias, processos, inventários, todos com a característica de não conterem a fantasia de quem os escreveu; as falsificações em geral eram da ordem de doações, privilégios fundamentados e consentidos em nome dos grandes príncipes. Essas falsificações se distinguiam das originais, pois essas apresentavam um linguajar diferente, eram mais rígidas, com linguagem própria de tabelião, haja vista que muitas dessas cartas eram escritas em latim e a maioria da população sequer entendia latim. Duby inicialmente identificaria os mencionados nos documentos reunidos, tanto no tempo quanto no espaço, primeiro era necessário datar esses documentos, o que por si só não era fácil, pois a maioria deles datavam do século X e XI e grande parte do século XII, quem escrevia raramente colocava datas, quem copiava preocupava-se apenas em colocar o ano; as tradições de chancelaria foram mudando com os anos e começaram a ser mais precisos colocando dia, semana e mês. Agora raramente não se colocava o ano, episcopado ou abaciado.

Outra impropriedade foi o disparate das datas de um ano para o outro, já que algumas diferenças de datas chegavam há cinqüenta anos, com essa árdua missão, Duby tentou corrigir esses erros cronológicos, reescrevendo as coincidências, associando a escrita na maneira dos escribas com períodos parecidos, na similaridade de nomes e lugares, tentando encontrar semelhanças dos personagens, utilizando-se de critérios menos confiáveis como a caligrafia, nessas observações constatou que o Recueil estava cheio de datas erradas. A missão agora era montar esse quebra cabeça, colocando os nomes a seus lugares, para piorar, nem um documento apresentava algum tipo de índice, e Duby encontrava-se cada vez mais ilhado, sem saber para onde ir, a única informação de que ele dispunha eram as informações das paisagens, podendo-as comparar com a atualidade, por isso foi necessário que ele percoresse esses lugares para possíveis identificações. 

Ao fazer esse tipo de atividade, segundo Duby, o historiador corre o risco de descobrir inadvertidamente o objeto de sua procura muito além do seu habitat de pesquisa, a natureza nesse aspecto era como um documento vivo. Outra dificuldade encontrada pelo autor eram as terminologias e termos, a única ferramenta disposta por ele era um dicionário de latim medieval produzido no século XVIII, como verdadeiro exemplar da erudição beneditina. O dicionário parecia segundo o autor ser mais complexo do que o mais moderno dicionário que poderia existir, pois a linguagem além de ser erudita era toda rebuscada, de difícil compreensão até mesmo para o homem mais capaz de entendê-las. 

As nuances desse livro era percebida pelo deslocamento da escrita de uma oficina para outra, lembrando que não eram todos religiosos que se utilizavam do latim e por vezes nem mesmo palavras para denominar certos objetos. Um dos textos trabalhados por Duby foi o de nº. 3649, o documento era um fragmento de um sumario lançado num pedaço de pergaminho, as informações desse pergaminho revelaram uma sociedade que raramente fora tratada em cartas e noticias, sendo ele escrito por volta do ano 1100 e fala da relação de um homem livre sem nome vindo de um lugar não citado, com impressões de que esses cidadãos se deslocavam de vilas em vilas e ali ele se estabeleceu, sendo subordinado a catedral de Saint Vincent. 

A mão de obra era farta e sempre bem vinda, mas isso não significava que ele era bem vindo, porém como imigrante ele não poderia ficar muito tempo nessa local, devendo ficar sob a tutela de um senhor... Duby trabalha com a fragmentação até chegar ao todo, como se fosse uma fórmula de alquimia mágica, pois aos poucos o objeto de pesquisa vai ganhando corpo através dos vários volumes, como se fosse um organismo complexo em desenvolvimento desvendando a sociedade. Depois dessa leitura, ele passou a fase da escrita, trabalhando em etapas, assim começou a edificar a estrutura, posteriormente, traçou uma rede de argumentos pela lógica da redação. A missão agora era restabelecer esses elementos anteriormente separados, com o intuito de um novo plano, para o historiador isso significa usar a liberdade sem implicar riscos a sua própria liberdade, mas forçando-o a tomar um partido, o sentido nesse momento é a emoção com a razão dos mecanismos lógicos, usando como equilíbrio o senso dos valores. 

Defender uma tese de doutorado requer tempo e empenho, o material a ser estudado pode ocupar vários volumes segundo Duby, sendo necessário resumi-los em breves conteúdos, sob o olhar ávido da ansiedade, com a probabilidade de se desorientar, induzindo a respostas sagazes e elegantes para em seguida ouvir o parecer da banca, que nesse dia se vingaria da juventude dos candidatos, buscando falhas que geralmente pessoas com mais tempo de experiência reconheceria logo, mas no final o resultado desse empenho finalmente surgiria com a proclamação do mais novo doutor convidando os colegas para um brinde de aprovação. Ainda de posse dos documentos, Duby descreve como seriam as paragens do século XI e XII mais precisamente entre 980 a 1030 observa uma divisão entre os homens, havia os escravos entregues ao poder privativo de seu senhor e os livres, mais conhecido como os francos, que ficavam sob a jurisdição dos tribunais públicos. Essas duas divisões se organizavam em torno dos castelos que por serem menos numerosos, constituíam o pivô da nova organização social, onde o senhor do castelo teria seu poder sob as cercanias desse castelo.

O ano mil segundo Duby foi marcado pelo trabalho no campesinato cada vez mais poderoso com melhores equipamentos, onde as riquezas eram canalizadas para a residências dos senhores em forma do sistema senhorial feudal, estimulando cada vez mais o gosto pelo luxo e gastos que dominavam toda Europa através de movimentos na construção de catedrais na França e se reforçavam através dos Estado Monárquicos, firmando assim o espírito de denominação do dinheiro através da “generosidade” do lucro. Em alguns momentos Duby afirma sua simpatia pelo marxismo e sua influencia sobre seus estudos, principalmente quando se refere as reflexões do passado; mais uma vez ele relembra que o historiador não deve ficar recluso ao seu mundo fechado no circulo medievalista. Quando se estuda o passado, corre-se o risco de se esbarrar aos materiais já produzidos, bem como suas técnicas, sua população, trocas; indo além, os próprios marxistas por vezes conduziam o caminho, visto que, o estudo da materialidade não pode ser isolado, justificando assim sua posição primordial a palavra mentalidade. 

A mentalidade por sua vez, pode designar um conjunto de imagens e certezas de “não ter certeza” quando referimo-nos a membros do mesmo grupo; procuramos reconhecer-nos outros o nosso grupo, sem prestar atenção nele e tampouco expulsa-lo de seu grupo. Historiadores comemoram o encurtamento das distancias entre os trabalhos produzidos e as notas de tempos em tempos. Duby tinha ainda que ajustar as imagens escolhidas pelo primeiro plano devido a sua beleza, afinal, o objetivo dos livros era suscitar a emoção da estética, portanto, quando se dirigia agora não mais aos colegas, professores, amigos, estudantes e sim a experiência de historiador a sociedade. No livro As Três Ordens, o autor descobre que ocorreram mudanças na sua forma de enxergar a fonte escrita, pois ele esperava que elas o ensinassem, pois, sua missão era preservar, na verdade, ele percebeu que o historiador esta muito longe desse conhecimento, questinando-a como testemunha e não sobre seus relatos, mas como foi relatado, por isso, a sua atenção as anotações objetivas dos arquivos. 

Os historiadores francesas fizeram grande sucesso na década de sessenta do século XX, qual seria o segredo disso? O efeito romanesco havia se esgotado? O publico passou a preferir a historia a ficção, não mais apenas a factual, mas a da maneira de viver; a Idade Média não era um mundo imaginário, mas desconhecido precisando ser descoberto, dando a impressão de penetrar em um mundo exótico; somos o produto do que eles foram um dia. A demanda agora estava frente aos novos leitores, era preciso sensibilizá-los, sendo necessário agilizar a escrita, a maneira de escrever, anotações seriam eliminadas para dar lugar a notas mais modernas e hábeis, a relevância agora se faria através da flexibilização sempre que possível de maneira agradável; o ensaio da antropologia das guerras feudais era justamente entender o comportamento dos homens que iam para a guerra, entende-los por que mesmo incapacitados, morrendo de sede, pisoteados e ainda assim lutavam com garra, qual era o pensamento deles? Qual era o objeto de desejo? O que era alegria e o que causava violência transformando-o em uma criatura furiosa? O que era honra do ponto de vista deles na guerra? 

A meta era identificar esse sujeito e acompanhar sua evolução de idéias da sociedade que o cercava, por isso convencionou-se uma divisão em três categorias: havia os que rezavam os que guerreavam e os outros trabalhavam para todo grupo em troca de serviços e paz para todos. Existia ainda nas classes dominantes a rivalidade das formas culturais: a cavalaresca e a eclesiástica, cabendo a igreja ter um papel representativo nas transformações do feudalismo. Duby relata ainda as experiências de suas viagens mundo afora, iniciadas em 1955 inicialmente para Itália, afinal, o historiador deve percorrer o mundo atual e conviver com a diversidade de como viver e pensar, nessas viagens ele não estava perdendo tempo e sim enriquecendo-se culturalmente; posteriormente os locais visitados foram: Polônia, União Soviética, Bélgica, Holanda, Suíça, Inglaterra, Alemanha, Oriente Médio, América Central, os mercados Oaxacanos, as paragens de XI Han, as planícies do Ganges, na Espanha, com a diferença de que na Espanha e Itália serem os locais onde ele mais se sentiu a vontade para fazer a sua pesquisa e ter sido mais bem recebido em todo lugar do mundo.

Quando se viaja para fora de sua terra, o historiador tende comparar as coisas novas com as que já conhece isso não deixa de incorrer em riscos, ele deve tomar cuidado de não comparar só o que lhe for conveniente, estimulado pela perplexidade dos brilhos exóticos. As viagens em si, são uteis para a cultura feita não de partes separadas, mas de um todo. O autor faz ainda uma critica a academia francesa no sentido de indagá-los até quando eles continuarão a julgar a frente dos historiadores do mundo inteiro sem passarem por ridículos? O intuito das viagens é justamente despertar, e curar-se da convicção menos fundamentadas na forma deles pensarem ser superior aos outros. Algumas mídias foram ignoradas durante muito tempo pelo autor, a televisão foi um exemplo disso, era vista como uma intrusa que invadia a sua intimidade reservadas a musica, literatura e as amizades; isso mudou a partir de 1972 quando foi convidado para fazer um programa em comemoração aos mil das igrejas romanas. Era preciso para isso, atingir a população em larga escala e isso aconteceu quando ele produziu através da leitura do livro: O tempo das Catedrais, convertendo o livro em imagens que se movimentassem.

Atuando diretamente na produção, ele estabeleceu seu plano geral, sobre tudo nas tomadas, trilha sonora e locais a serem filmados, a sensibilidade ficou por conta das tomadas das nuvens nas igrejas, seu mobiliário, os tímpanos e vidraças, esse trabalho era efêmero e contundente. Através desse trabalho, ele compreendeu que o historiador deve confiar nos profissionais que atuam nessas áreas audiovisuais e o que eles podem transmitir a nós. Falar na televisão de um período passado é fácil, o difícil é passar a imagem desse passado remoto, essa é a problemática, pois, ela apresenta vários problemas, visto que a televisão significa algo contemporâneo, moderno e para atrair a atenção do publico, é necessário que se faça algo já feito novamente, mas de maneira mais atraente; muitas vezes as dificuldades podem ser tantas que o resultado é decepcionante, onde devem reinventar a todo o momento simples formas de exposição, com linguagem e artifícios capazes de transmitir sobriedade ao que se quer fazer.

Por isso, a cultura é por excelência o rigor do progresso, fazendo das pessoas mais simples e tímidas, alguém que possa colocar diante de seus olhos objetos que nos intriguem e que nos façam perceber o sentido da compreensão e possamos avaliá-los mais atentamente.  Ainda na televisão, Duby trabalhou um programa chamado Os desconhecidos da história e um dos personagens foi Guilherme, nascido em torno de 1145 e em 1219 aproximadamente foi o ano de sua morte, ele era regente da Inglaterra, logo após sua morte, seu filho e herdeiro contratou um escritor para relatar a vida do pai em forma de poema, nessa obra a vida de Guilherme é descrito pela sua atuação nos campos, nas rodas de bebidas com os amigos, é descrito suas tristezas e alegrias, enfim, para Duby, o regente conversava com ele. 

Para o personagem, o verdadeiro tema era seu ideal, os valores que ele respeitava, o feudalismo pode ser compreendido através dessa dinâmica mecânica de descobertas como no caso das cartas; ao mesmo tempo, o livro coloca alguns problemas como, por exemplo, qual era a concepção dos guerreiros sobre a morte? Qual era o lugar das mulheres nesse contexto? Por isso a necessidade de agir com cuidado ao retratar um cavaleiro da antiguidade, sua imagem deve ser como ele é realmente descrito, como era sua relação com os mais velhos, seus filhos, mulheres e devemos nos preocupar mais ainda em não distorcer os fatos relatados nesses documentos antigos. Através dos cartorários, Duby mostra como se fazia a passagem do patrimônio, suas ramificações e linhagens em relação aos mortos, continha nessas cartas a forma como as missas deveriam ser rezadas, como os dotes deveriam ser divididos, a parte que caberia a esposa, tudo isso fazia parte da aliança das filiações. 

O historiador segundo o autor, nunca deve afirmar que os escritos foram influenciados por mudanças utilizadas pela contemporaneidade do real ao que nos esta a disposição do conhecimento; isso demonstra a trajetória de Duby percorrida pelos campos do passado camponês e nobre, as ferramentas comerciais e de produção bem como a relação de parentesco entre o gênero estabelecido desde o inicio da historia, nessa questão o autor se questiona se a Idade Média foi realmente mais masculina do que parece. Esse questionamento é feito por Duby a ponto de ele indagar-se do por que da demora em estudar as mulheres; ele responde que ainda não havia registros suficientes sobre elas, e os que existiam não eram confiáveis por serem distorcidos e deformados. 


Suas historias e relatos sempre partiram dos homens e na sua generalidade, homens com ligações com a igreja, como elas não eram bem vistas pela igreja, sistematicamente não tinham nem rosto ou nome. A historia para Duby ensinou-lhe que o sistema começa desmoronar quando o sistema educacional se degrada quando mal gerido e “mal amado”. A historia medieval sob o olhar arquivistico é jovem por causa dos estímulos regionais e dos terrenos que proporcionam suas proliferações; a historiografia também tem seu papel importante, pois, estuda a historia baseada na historia dos estudos articulados na memória e retórica.


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REFERÊNCIA: DUBY, Georges. A história continua. Rio de Janeiro, Jorge Zahar – Editora UFRJ, 1993.

 

 

 

 

 

 

domingo, 10 de março de 2024

Entrevista com Michelle Perrot por Hermetes Araujo.

Hermetes Reis de Araújo inicia sua entrevista pontuando o lançamento do livro História da Mulheres nas livrarias francesas em 1992, este seria o sexto e ultimo livro de uma coleção que apresentava um estudo geral sobre a imagem da mulher na história, a obra foi coordenada por Michelle Perrot e Georges Duby; o livro é tido como um obra épica pois ele aborda temas desde a antiguidade até o século XX, um trabalho laborioso que contou com o auxilio aproximado de 70 historiadores de várias nacionalidades. Na época de seu lançamento, o Brasil ainda não tinha uma data definida para que isso acontecesse. O livro trata da diferença entre os sexos partindo de uma referencia critica, pois o sexo masculino sempre foi visto como ponto de partida universal em relação a tudo, por isso a necessidade desta obra desmistificar justamente a relação do gênero, com isso, pode-se ir além de retrancar a “categoria dominada”, podendo ver a identidade feminina mudar através da história no contexto de mudanças entre os sexos. O termo gênero é colocado como um conceito chave que confere a própria especificidade da relação entre os sexos na história do ocidente, por isso é primordial entender a evolução dessas sociedades em todas as esferas que a compõem.

O entrevistador inicia sua entrevista pontuando o ano de 1982, onde a escritora Michelle Perrot debatia a possibilidade de construção histórica das mulheres, hoje esse projeto já é uma realidade, ele questiona-a como isso foi possível, Perrot responde singelamente que se trabalhou muito, pois a existência de trabalhos sobre gênero era gigante, desde monografias até trabalhos que problematizam as teorias; progressivamente tiveram que aprofundar as questões a fundo, só isso já contribuía para os estudos da história das mulheres. Inicialmente segundo Perrot havia a duvida se realmente encontrariam as fontes, afina, em história é tudo uma questão de como os fatos são colocados; outra dificuldade apresentada pela entrevistada foi a de que não haviam registros de velhice ou juventude, pondo em xeque a questão da história das mulheres, mas graças a muito esforço isso foi possível através da persistência, com isso, através das pesquisas documentais os trabalhos se acumularam, agora havia analises o suficiente para que o projeto seguisse adiante.


O entrevistador pergunta agora sobre o amadurecimento da história das mulheres, Michelle Perrot, diz que num primeiro momento estava em duvida sobre haver historia das mulheres, pois as relações entre sexos mudavam periodicamente, mas foi possível sim fazer um relato sobre esses fatos, mais uma vez ela cita a importância das fontes, decodificando-as sob outro prisma. Araujo pergunta a respeito dos matérias como fontes serem todos escritos por homens, Perrot novamente concorda com a dificuldade da produção em escrever a historia das mulheres sob essa perspectiva, pois eram as únicas fontes disponíveis para os estudos, ela da o exemplo de documentos obtidos quando um comissário da policia relata que elas lutavam em manifestações, a realidade era essa mesma? Elas gritavam mesmo ou ele estava ligado à idéia de que elas somente gritavam? Mesmo com tantas discrepâncias, as fontes mudavam de acordo com a temporalidade, como no caso da antiguidade eles serem escritos somente por homens, tratando-se do período Greco romano as dificuldades foram maiores ainda de encontrar um texto escrito por mulheres. 

Um relato que chamou a atenção de Michelle Perrot foi o de uma mulher que seria jogada aos leões e suplicava a sua mãe que cuidasse de seu filho, na Idade Média por sua vez, existiam mais textos escritos por mulheres, cita o cristianismo que indiretamente contribuiu para que isso acontecesse através das abadessas nos seus conventos; com o passar do tempo, as mulheres eram cada vez mais notadas pela sociedade ocidental, pois, toda vez que escreviam tinham a palavra; dificuldades sempre existiram, mas eram desiguais de acordo com os períodos. O medo dos homens sobre as mulheres ocorria pelo fato de haver analogias delas não terem direito a palavra e a escrita e quando isso acontecesse, eles teriam razoes para temê-las; Perrot é questionada sobre essa tomada de palavras tido como um fenômeno social das ultimas décadas, ela responde que as mulheres começaram a ter voz e palavra a partir da Idade Média e não a partir das ultimas décadas, na verdade, uma minoria em relação ao direto e a lei, isso mudou com o passar dos tempos paralelo as mudanças ocorridas entre os sexos no decorrer da historia. 

Araujo pergunta então sobre o significado da palavra gênero, a historiadora responde eu sua matriz vem da raiz anglo-saxônica (americana), e para os franceses ela particularmente apresenta uma dificuldade por se tratar de uma categoria gramatical, mesmo assim é utilizada como definidor de relação da diferença entre os sexos, afinal, um sexo só existe em relação ao outro. Ela cita um convento, por exemplo, e pergunta onde esta escrito que ele deve ser dirigido por mulheres, ela se questiona se um convento seria administrado da mesma maneiro por homens? O conceito de virgindade era o mesmo conceito de castidade? Sob essa perspectiva se trabalharia esses problemas, não se esquecendo de observar que o gênero cultural e histórico se opõe ao biológico. Sendo os homens e mulheres representações biológicas, era interessante observar como essas relações se modificavam. A idéia de gênero é uma idéia construída sob a cultura e a historia de questionamentos sobre inicialmente sobre sexo, discurso, pratica, vida cotidiana, espaço publico e privado, cidade, campo, burguesia, nobreza e classes muito bem colocado por Perrot. 

Levi Straus
Hermetes Araujo argumenta então que a noção de humanidade sempre esteve vinculada ao home, mas que isso esta mudando, seria uma “desvirilização” do homem em relação a história? Michelle Perrot sabiamente sim e não, sim por que a historia foi escrita pelos homens e isso é um fato, por isso a necessidade de desvirilizá-la e não pelo fato de somente eles terem escrito a história das mulheres, é necessário que se reflita a relação dos sexos, não querendo dizer com isso que a historia agora será somente escrita pelas mulheres. Posteriormente ela é questionada sobre as filiações ocorridas na História das Mulheres, quais seriam as linhagens históricas e suas preocupações no contexto? Ela responde inicialmente que não foi a historia enquanto disciplina mas a antropologia que teve esse papel inicialmente, estava se referindo a Lévi Strauss, pois quando se coloca a relação família, vê-se pais, homens, mulheres e filhos; George Duby que co-dirigiu o trabalho não via as mulheres pela ótica feminista, eram os antropólogos que discutiam a relação de diferença entre sexos e a filiação das mulheres era um movimento de mulheres, essa historia não teria ocorrido se não fosse o movimento dos anos 70 nos EUA, França e outros países ocidentais. 

A Escola dos Annais começou na França nos anos 30 interessando-se inicialmente pela historia econômica e social, sem se preocupar inicialmente com as mulheres, ao se interessar posteriormente pelas mentalidades é que ocorreu o interesse pela historia das mulheres, hoje esta é o pivô das discussões, portanto não é verdade filiação e sim cumplicidade. Perrot é questionada por uma colocação feita por ela nos anos 70 onde dizia que o movimento operário francês serviu como marco histórico, depois colocou recentemente que essa mesma classe operaria não era mais um ator nem sociológico nem político, sugerindo que talvez não fosse mais um problema social, o que isso significaria agora? Ela responde que na época que estava estudando a história operária, a mulher não estava inicialmente em seu projeto, e sim estudar a história dessa classe operária por ser mais numerosa e pobre, com o passar do tempo é que esse interesse foi surgindo pela conscientização do papel das mulheres, por isso a escolha das condições das mulheres, isso foi despertado pelas condições que elas apresentavam e ela se viu concernida em estudar essa temática feminista. 

O que ocorreu foi que as classes operarias foram sendo substituídas por maquinas e as empresas passaram a demandar agora intelectuais, com maior capacitação o setor operariado foi minguando aos poucos, agora essa classe não tinha mais futuro garantido, por isso a mudança de tema. Perrot é questionada sobre a crise de valores nas sociedades contemporâneas, como crise de idéias, progressão, verdade, a crise da própria família, ela responde que na verdade a crise de valores é uma crise de perda de referencia, a sociedade segundo a antropologia e historia sempre foi dominada pelos homens, a crise de autoridade, de valores sociais é vista como um desequilíbrio, afinal os sexos não são iguais, por isso a privação de valores. 

Araujo pergunta se o humanismo tem lugar na história de hoje, ela responde que a função da historia é critica e que durante muitos anos ela acreditava no humanismo e no progresso, mesmo sabendo de coisas que devem ser combatidas em nossas sociedades como os problemas democráticos e os problemas de igualdade; diz ainda que o historiador deve ser mais critico sobre as questões que são colocadas como verdades, há a necessidade de se engajar em problemas contemporâneos, relacionados ao presente, afinal a historia é uma relação do presente com o passado, a problemática com o historiador hoje é pertinente a atualidade. 

O entrevistador pergunta agora sobre essa relação sobre o sexo no Brasil, e com o crescimento do feminismo existe a possibilidade de uma nova sensibilidade masculina? Ela responde que sim, mesmo que isso pareça uma hipótese, já é realidade; com a progressão das mulheres na sociedade, ocorre a igualdade no caso das sociedades contemporâneas e isso pode ser citado com a sociedade brasileira também. Mesmo sofrendo reveses machistas, pelo fato dos homens estarem sendo “ameaçados”, é um comportamento de seu medo por elas, isso pode levar a uma reação machista. 

Em relação a essa reação, o entrevistador pergunta se ela é otimista ou pessimista, ela responde que as mulheres sem sombra de duvida nos últimos 30 anos ganharam terreno, pois, é muito maior o numero de mulheres jovens, solteiras, com isso os homens se sentem acuados com essas mulheres, dando a impressão de que elas querem tomar seus lugares no mundo masculino. Ao estudar essa temática a fundo percebe-se mudanças na sociedade, mas em estudos mais aprofundados percebe-se que as mudanças estão ainda longe de acontecerem, ou seja, pode-se fazer escolhas mas sempre haverá um risco para as decisões tomadas. Depois questionada sobre A história da vida privada e falando do sucesso no Brasil e França e referindo-se a história das mulheres ele pergunta qual a receptividade do publico por isso, ela novamente responde que esta feliz pelo êxito de seu trabalho em países como Itália, Espanha e especialmente na França onde não esperava por tanto sucesso já que o publico francês é deveras exigente, em países de língua portuguesa ela ainda esta na expectativa pois o livro ainda não foi publicado. 

O entrevistador pergunta como foi organizado o trabalho da História das mulheres, Perrot diz que inicialmente foi uma encomenda italiana, a proposta surgiu entre 1987 e 1988, sendo inicialmente feita a Georges Duby, ele compartilhou a idéia com ela, mas trabalharia somente sob a perspectiva da Idade Média por não dominar totalmente o trabalho sobre mulheres, por sua vez ela dominava perfeitamente esse campo, após muita conversa a respeito do projeto, resolveram fazê-lo, dividindo-o em cinco volume com cada volume sob a responsabilidade de duas organizadoras, Pauline Schmidtt trabalhou a antiguidade, Geneviève Fraisse e Perrot trabalhara sobre o volume do século XX, além de um vasto grupo de colaboradores. 

Em relação as escolhas resolveram estudar sobre a história de longa duração, desde a antiguidade aos dias atuais; depois peridiorizaram a história ocidental, afinal, não havia maneira de realizar isso de outra maneira. Posteriormente trabalharam o mundo ocidental, a América Latina e EUA, com pouco material sobre a América Latina; no volume espanhol do século XVI e XVII a problemática foi a exportação do modelo ibérico para a America Latina, na Espanha do século XX estudou-se sobre o franquismo e quase nada sobre Portugal e Brasil, em relação a America do Norte, o século XVI foi o escolhido.

Hermetes Araujo pergunta então em quais países será traduzido o livro, Perrot diz que será traduzido para nove países: Itália, Inglaterra, Alemanha, Holanda, Grécia, Espanha e Portugal, o Japão ainda não havia se decidido. Depois ele pergunta por que havia poucos homens na História das mulheres, isso ocorreu pelo fato da história ser escrita somente pelas mulheres? Ela diz que não, não há razão para que isso acontecesse, ela cita o exemplo dos negros americanos escreverem sobre sua história, havia razões para os brancos não fazerem isso, bem como a história da escravidão, ela explica que não há motivo, alias, em reservar um domínio de classe, sexo ou categoria étnica, assim não há razão para a historia ser escrita somente por mulheres, na verdade isso não seria saudável se ocorresse somente por elas, tem que haver a mutualidade de ambos para que isso ocorra.


REFERÊNCIAPERROT, Michelle. Entrevista a Hermetes Araújo. Revista Projeto Histórico nº 10.

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quarta-feira, 6 de março de 2024

O que é história cultural? Peter Burke – Tradução de Sérgio Góes.

Sérgio Góes inicia seu trabalho falando da popularidade de Peter Burke e o seu já “reinado” sobre as reflexões no campo da historiografia atual, destacando sua presença no espaço acadêmico brasileiro e o quanto isso foi importante para o publico brasileiro envolvido nas questões de produção intelectual.


Burke trabalha em seu texto a introdução da discussão sobre a historiografia brasileira destacando a historiografia cultural, suas características e praticas por isso de seu livro apresentar conceitos complexos sobre a influencia da cultura e seu campo de abrangência, bem como, a presença de praticas historiográficas em nossa cultura. Esse trabalho revela o quanto complexo foi à preocupação entre os historiadores para garantir uma ligação entre as atividades cientificas e históricas na atualidade.

Os questionamentos apontados por Burke discutem a historia cultural sem ignorar os escritos contemporâneos com praticas reflexivas “teórico-metodologicas” parecidas com as que discutidas nos assuntos abordados no livro. A intenção era mostrar a continua preocupação da origem do fato e suas praticas intelectuais, como uma espécie de continuidade temática.

Ainda segundo o tradutor, os livros de Peter Burke que antecederam o seu “O que é História Cultura? l” são eles: A escrita da história: novas perspectivas e Variedades de história cultural que aborda em questão a gênese do trabalho; o autor pesquisa ainda como o estudo da historia cultural influenciou o contexto para as transformações do saber histórico ocidental vindo desde a época da Escola dos Annales.

Sérgio Góes, no entanto, preferiu se ater ao livro O que é História Cultura?, onde apresenta a dualidade de temática enfrentadas pelo autor, sob esse aspecto, a historia cultural não seria notoriamente uma subárea da historia, e nessa perspectiva, o titulo do livro maquiaria a grandiosidade do campo histórico, o caminho adotado por Burke foi então, a justificativa da ausência de respostas, por que a História cultural deve ser entendida como um fenômeno transitório na pratica historiográfica contemporânea.

Dentro da estrutura do livro, Burke dividiu o livro em capítulos para melhor compreensão, na verdade fora, seis capítulos: A grande tradição, Problemas da História cultural, A vez da Antropologia histórica, Um novo paradigma, o quinto se chama Da representação a construção e o ultimo Além da virada cultural; os livros indicam a trajetória da historia cultural em questão.

Ainda no O que é História cultural?, segundo Sérgio Góes aponta para as incertezas que o leitor poderá encontrar no que diz respeito a respostas as soluções para os problemas, sendo que ele não enfrentara diretamente com os paradigmas simplificados das expectativas que o cercam e o provocam; a definição de cultural trabalha os campos pertinentes aos estudos interdisciplinares nos campos em que atua, dando uma dimensão as transformações sofridas aos historiadores com potencial político explicativo.

A comparação porem dessas ciências nem sempre deve ser vista como a solução para os problemas, afinal, esse nem sempre é o caminho a serem trilhado para dar às respostas as características de pesquisas sob a perspectiva histórica cultural; para finalizar, Góes provoca se as referencias de trabalho “inexistentes” cujo trabalho e temática dizem respeito ao Brasil, podem ser entendidas como História Cultural?

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REFERÊNCIA:

BURKE, Peter. O que é história cultural? (trad.), Rio Jorge Zahar, 2004. (Eudes Fernando.Leite.–.Resenha) www.historiaemreflexao.ufgd.edu.br/volume1/historia.pdf