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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

História Cultural II

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" O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, e as pessoas idiotas estão cheias de certezas..." Charles Bukowsky

A História da Cultura e a História Cultural iniciam no séc. XIX, com os românticos e ficam as margens da hegemonização da História Metódica.


Da História Cultural – Hobsbawm: sobre a história

História Cultural: pode ser tudo e pode não ser nada, o autor se identifica no período da idade moderna no séc. XVI – XIX com a relação de poder; a NHC não é uma invenção dos anos 60, é um documento onde se argumenta que sempre existiu como preocupação histórica do século passado. Os românticos amargavam ao ostracismo pela escola metódica ou positiva, na sua forma de escrever a história com o historiador fazendo o papel de neutro e distante. 




A revolução francesa era a construção histórica positiva, onde diversos processos de nacionalidade e sentimentos se faziam presentes no evento:
Exemplo¹: sentimento de patriotismo
Exemplo²: no Brasil se fez presente com José de Alencar e Gonçalves Dias

Alguns ficaram esquecidos por irem de encontro à historiografia vigente, seria diferente se fosse neutro ou com interesses diferentes dos seus ou sem esses interesses; a história cultural era a HC individual e se estabelecia a cultura erudita das classes letradas no sentido das artes, pinturas, e expressões artísticas:


A história tomaria como objeto de pesquisa a cultura, a arte e as ciências; começava a discussão do conhecimento histórico.

Heródoto
Retorno da Idade Média e o Renascimento
As fontes abordadas no erudito e na HC das atitudes e registros de história eram uma amplitude das fontes, apesar de alguns autores restringirem esse tipo de fonte por considerarem fontes não confiáveis, o historiador buscava apenas os processos entre a história (de Heródoto) e a história das testemunhas diretas, do fato. O historiador é um mestre de verdade e da verdade, pois ele da uma lição de cultura tanto na história da cultura como na história cultural, sendo testemunha dos registros não intencionais:

Exemplo¹: retrato
Exemplo²: estatua
Exemplo³: foto, não tinham intencionalidades, a fonte é um complemento confiável pois registra aspectos de modos que só outra pessoa descobrirá as informações contidas nele, isso significa um momento por trás daquele suporte. A HC é sempre impossível sob o olhar do historiador.

A história serial da década de 60 foi evoluindo até hoje, acompanhando a história das mentalidades onde pensava-se, sentia-se e vivia-se a história social, ela uniu-se a história monumental na documentação arquivistica a abordagem serial onde o historiador tratava a fonte como ela não sendo serial. Para o historiador receber uma documentação o tratamento era criar um problema e usar essa documentação arquivistica para defrontar o problema do estudo:

Exemplo¹: cronológica
Exemplo²: quem respondeu o documento?
Exemplo³: cabido
Exemplo4: documentação da secretaria da saúde
Exemplo5: qual era o tipo de documento, qual o tipo de remédio, entrada e saída de pacientes.
A abordagem nominativa era uma serie que comprovava a outra:
Exemplo6: série referencial a sexo, a origem, a idade, a cor, a instrução, a ocupação.

Criou-se uma seriação nominativa na história das mentalidades relacionadas à demografia, afastando a impressão pejorativa de que ela era impressionista. A subjetividade estava presente na escolha da analise e escrita da narrativa.

A História Cultural fazia uma analise de tipos: analise de textos, analise de conteúdo.
As palavras na história apontam as mentalidades de uma época, a filologia literária só analisava o texto em como entender a compreensão dessas mentalidades. 

A fala cotidiana e o uso da construção nem certo período histórico sempre foi diferente em todos os períodos:
Exemplo¹: texto de Machado de Assis na expectativa de seus personagens apontando um período do tempo em que viviam.
Exemplo²: José de Alencar no 2° império no inicio da sociedade feudal que era igual à sociedade de exploração, onde retinham a tiravam o que havia de melhor na localidade.


A alienação era o ponto onde o sujeito não se enxergava mais e acreditava no sujeito; Thompsom dizia que não se podia compreender uma classe social sem se corresponder com a construção da cultura. Cada sociedade vive através de sua cultura, as operações de infra estrutura e super estrutura no marxismo eram maoístas e stalinistas.

E. P. Thompson falava ainda que o stalinismo ocorria por causa de sua natureza polêmica, como marxista, e a linguagem de opressão não era uma lógica, a linguagem era a das colônias como soluções das almas perdidas pelo fato das sociedades não serem homogêneas.

1. Estudava-se os diversos caminhos
2. Estudava-se os vários segmentos da circularidade cultural
3. A tradição era uma concepção de cultura que apontava as formas de expressão da cultura e sua retomada, pois assim se alcançaria o processo histórico e a formação da cultura seria com o objetivo de se formar a história cultural como processo histórico e não sendo mais expresso em cultura ligado a sociedade; a cultura expressaria o meio se ela fosse o objeto de pesquisa inicialmente, o historiador não estudaria mais o objeto da cultura e sim a própria cultura.  

Tradição: é uma concepção de cultura que aponta as formas de expressão da cultura e sua retomada, pois assim se alcançaria o processo histórico e a cultura seria aprovada como objeto da história cultural como processo histórico não sendo mais expressos ligando a cultura à sociedade. A cultura é a expressão social de coletividade, não é o objeto de pesquisa inicialmente, o historiador não estuda o objeto da cultura e sim a cultura.

O que é cultura popular?
Cultura erudita: literatura clássica.
Cultura popular: é formada pela camada popular, é o folclore, por exemplo, festividades, expressão de cultura popular: folcloristas
O que é popular?
O que é o povo?

É uma relação complementar ao que não é erudito, que por seu ver, a classe erudita também não se mistura; a subcultura quando não registrada, silencia o homem, e neste caso deve-se fazer uma comparação e nesse silencio encontrar a fala do feminino.

Antropologia histórica é a jornada do homem, na sua cultura polissêmica com suas variáveis significando uma aproximação dos antropólogos. A cultura é um objeto, uma necessidade que é transformada pela escola e sociedade, significando algo representado e interpretado como um sistema de significados e signos; o antropólogo busca o significado na e das coisas. 


As mulheres fazem parte do contexto social por causa da praticidade pátrio-familiar ou linear do poder patriarcal, o bem era trocado por que as mulheres eram reprodutoras da vida. O papel masculino no trabalho era predominantemente dele, a mulher sempre ficou em segundo plano.

No Brasil 1/3 eram propiciados pelas mães, pois o numero de crianças sem a presença masculina do pai era enorme, por isso a estrutura familiar sempre ficou a cargo da mulher, esse tipo de comportamento permitia fazer uma analise dessas famílias desde o passado. Quando a família não tinha filhos homens, o registro da família ficava com a mulher, em certas sociedades eram feitos certos rituais representados pela purificação e isso significava mais poder, essa pratica ocorria desde a antiguidade passando pelo mundo feudal. 

A forma do antropólogo estudar pequenas sociedades aumenta as chances de se fazer um bom trabalho, delimitando esse estudo para um grupo individual, o resultado será melhor do que se fosse estudado em um grupo maior.

Keith Thomas estudava as nações pelo poder desempenhado a elas no séc. XVII na Inglaterra, pelo qual os reis dramaturgos demonstravam sua relação com o poder e a igreja, fazendo com que esses rituais chegassem a nobreza, isso significava eliminar com os protestantes e o cristianismo ao mesmo tempo, resultando em uma violência sem pressupostos na história dessas nações. A pré-colonização das praticas e rituais da sociedade francesa dos séc. XVII – XVIII, a ritualização do “rei sol” ocorreria desde que fosse uma característica no qual ele seria coroado até o final da coroação.



O que é história social?
Da história social a história da sociedade.
Hobsbawn: o autor diz que é um tema impreciso que obriga a história voltar para as questões sociais, era o sinônimo dos movimentos sociais enquanto o campo de pesquisa para o historiador caracterizava uma linha historiográfica, por exemplo, movimento operário, movimento de resistência, controle de atividades.


A história social e a história econômica andavam juntas nos campos historiográficos explorando antes da primeira guerra mundial até os anos 40, além de a história política ser focada de baixo para cima. Marc Bloch dizia que o fato histórico era também um fato social no contexto da sociedade e o seu papel social. A história teria vários significados: vida marcaria a vida de todos, a análise dizia que o historiador viveria a vida e por causa disso faria uma analise da história, da ciência, a reflexão e as oficinas. Os acontecimentos que produziriam o fato histórico a partir de agora, porém tudo estava atrelado ao fato histórico: que era passível de uma analise, pois todo acontecimento tinha a probabilidade de se tornar um fato histórico, mas nem todo fato seria histórico.

Subjetividade: era um tema escolhido pelo historiador através de um processo histórico restringindo num conjunto de acontecimentos que posteriormente se tornaria um fato histórico. O que mudaria seria a analise e não a existência, tudo muda, mesmo com novas diferenças e semelhanças.

Qual o fazer do historiador histórico com os elementos e tendências de conjuntos na história social?

Todo escravo era negro, mas nem todo negro era escravo, a história social de forma sistemática na década de 50 foi à história positivista perante a história econômica e o nascimento da história demográfica e das mentalidades que se fariam presentes pelas grandes idéias nas artes. No Brasil houve uma espécie de feudalismo endógeno (interior) após o “feudalismo” europeu ocidental:


O que não se enquadraria nesse modelo era considerado resíduo solto, cada grupo tinha seu processo político; os historiadores tinham contato com a base social nas suas pesquisas, a história social se desenvolveu com a antropologia social inglesa e os simpatizantes marxistas no sentido de considerar o trabalho pontos chaves para o entendimento da sociedade. 

Para se fazer a história social não adiantava apenas se aproximar da antropologia, era preciso que os historiadores estivessem se propondo a usar seus temas:



Ranke


O historiador tem as suas próprias técnicas de estudo, relatando, observando, estudando com técnicas e metodologias, por exemplo, qual foi a fonte? Qual foi o objeto estudado, qual foi a sociedade observada? O historiador tem todo um tratamento nas suas fontes com um olhar sempre rankiano, cuidando para essas fontes buscar a sua verdade e um novo conjunto de informações e depois disponibilizá-las para outros historiadores fazer uso desses documentos, se ele já tem um percalço, ele deve incorporar novas técnicas antropológicas de outros estudos adaptando interesses específicos a ele:




Como se escreve a história da sociedade?
Não há modelos, história é história por que tem dimensões com o tempo cronológico real, os fatos partiriam dos acontecimentos através de suas peculiaridades com as possibilidades de mudanças ou não. Seria pela união das pessoas; teria que ter uma ordem e um tema para problematizar esse tema, sendo necessário um núcleo que sustentasse esse suporte. 

A conversão era uma forma de estratégia em comum com o que se estava trabalhando, era necessário haver um projeto de pesquisas com o conceito de diferentes classes e entre essas classes ter um verticalismo e um horizontalismo.

Diferenças da História experimental, história da realidade e as diferenças de como se faz a produção cientifica, histórica e historiográfica.


O IHGB ( Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro) foi criado em 1838, o Brasil tentava se reconstruir baseado no IHGB, por isso ele foi criado através da sistematização do conhecimento histórico através da diplomacia arquivistica e também com o dispositivo de despertar a memória do povo e a centralização dos estudos brasileiros. 



A história foi criada através dos letratos formados na Europa, onde Vanhagem fazia parte, a memória era social e se expressava sobre a tradição da oralidade, no mundo ocidental a história sempre foi o suporte da escrita e se constituía por pessoas preparadas nos cursos em formações dos historiadores.

Os historiadores do séc. XIX não eram historiadores formados, eram estudiosos, médicos, religiosos e traziam para a historiografia a pratica de aproximar os métodos permitindo a história entrar no mundo acadêmico. 

A historiografia propôs um concurso sobre como escrever a história do Brasil:
escrever a história (organizar as fontes) de forma sistematizada.
(foi a ganhadora) trazer o método natural onde se classificariam a partir das raças que formariam o grupo social.

Vanhagem


Vanhagem se apropriou dessa idéia para escrever a história do Brasil, anos depois foi criticado como uma continuação do governo português. A idéia de miscigenação era sempre abortada; o IHGB tinha seus olhares voltados para a escravidão, para os rebeldes, malês, indígenas, cangaço, sempre com um olhar de cima para baixo, iniciava-se nesse ponto a interdisciplinidade da época.







Francisco Gê Acayba de Montezuma
pardo  
baiano
deputado a Câmara da Corte 
Todo rankiano apresenta suas fontes de forma erudita.  

Capistrano de Abreu


Capistrano de Abreu: a historiografia é a base da nova fundamentação aproximando a história positivista, contribuindo uma a outra que caminham para o desenvolvimento para priorizar os governantes e os heróis, além do povo como elemento histórico. 




Jules Michelet
Jules Michelet escrevia a história da Revolução Francesa onde trazia o calor, o sentimento do povo, defendendo a emoção das opiniões.

Havia os trabalhos da sociologia baseia-se em Durkheim buscando as leis, regras, estéticas e transformações da historiografia em ciências, onde trabalhava com enquetes e entrevistas expressas em subjetividades e opiniões do mundo, apresentava dados em forma quantitativa e criaram-se categorias percentuais nas pesquisas que foram responsáveis por diversos segmentos de classes, acúmulos de lucros, costumes com acesso as riquezas.



Capistrano de Abreu foi influenciado pela sociologia, onde trabalhava a heurística e a hermenêutica (não era interpretação e sim a leitura do documento), a critica era de que a verdade estava na estrutura do documento, toda história do percurso era o principal trabalhada pelo historiador, isso não representava a verdade absoluta, pois a narrativa estava presa a esse documento.

A sociologia e a antropologia se completavam uma a outra, sendo que a antropologia completava as lacunas deixadas pelos trabalhos. O auge da religião seria o ponto alto até o regresso da religião primitiva, refletindo o mito romano (no sentido da narrativa) ao passo que mostrava a evolução da magia da religião pela ciência. Tomavam relatos dos viajantes que eram uma forma de antropologia e falavam sobre os outros e ouvia-se também para preencher as lacunas do documento deixado em aberto. A sociologia seria co irmã onde citaria as referencias para contribuir com a narrativa histórica, a historiografia fazia parte da cultura brasileira. Capistrano de Abreu foi o precursor deste século em relação a esse tipo de pesquisa.

Gilberto Freire
Gilberto Freire dizia que o Brasil não tinha preconceitos de relação de classe e sim de raça, adiantando-se em 30 anos na história dos annales, era preciso ter cuidado de fazer a leitura dos autores pois elas revelavam a mentalidade da época; os bacharéis em direito eram até a metade do séc. XIX eram “de cor”, eram mestiços, pardos e isso seria um fator de desaprovação ao poder por essa causa.

Capistrano falava das três matrizes brasileiras e dentre eles se destacavam o indigna como resultado o mameluco e o mestiço, mais do que estudar a ação do povo em movimento, da interiorização da colônia, ampliando teoricamente e juridicamente no território da colônia brasileira sendo eles responsáveis pela interiorização e construção do Brasil, desbravando-o e deixando de lado as potencias. 

A pureza de sangue era ironizada aos povos judeus, ciganos, islâmicos, negros da Guiné, sendo considerados passiveis de contaminação ao branco

História da Biblioteca Nacional : a historiografia brasileira do final do séc. XIX, era inspirada pelo método cientifico, porém incorporava a preposição positivista de que o historiador deveria ir além do simples catalogar das fontes, ele deveria escrever uma narrativa informado pelas ciências auxiliares:
ciências – sociais
- antropológicas
- política
- sociológica que trazia para o trabalho do historiador onde discutiriam o caráter dos povos em foco da produção etnológica e descreveria nos seus estudos os índios.

A antropologia evolucionista era linear do progresso entre a assimetria da sociedade, fazendo afirmações que hoje soariam como preconceituosas. Capistrano de Abreu era metodológico e ampliaria a percepção do historiador.

Contradições

1ª Fase: atuava como professor no colégio D. Pedro II
2ª Fase: foi considerado o pai da historiografia moderna (no sentido novo), era ao mesmo tempo pelo método junguiano, depois passou a ser inovador ao novos temas.

Os dois momentos do trabalho historiográfico de Capistrano de Abreu:
- 1883: concurso para professor no colégio D. Pedro II
- Era um historiador “positivista” adepto ao método rankiano e por causa disso partira para dias etapas:
1ª etapa: heurística
2ª etapa: hermenêutica

Havia uma critica a história positiva por ela ser acusada de ser neutra e distante da ideologia, porém se fazia presente mesmo negando as coisas. Capistrano considerava as fontes e dessa escolha o fez aos portugueses, ele porém não reconheceria isso no momento.

O descobrimento do Brasil - Etapa da crise documental heurística: A concepção clássica advinha desde a Idade Média onde se escreveriam as memórias dos annales. A documentação moderna se fazia pelo método cientifico positivista, era ligado a grupos dominantes que priorizavam a história mas não a empregavam mais assim, teria que ser um profissional que faria essa transformação histórica em ciências e o historiador em profissional. Ser professor de história era trabalhar os arquivos e as possibilidades históricas.


Bloch e Febvre
O século XX foi criticado pelo seu método positivista, sendo influenciado por Bloch e Febvre, na historiografia positivista só havia uma verdade única e absoluta; o objeto de seu trabalho era quem havia descoberto o Brasil, as fontes eram espanholas, francesas e portuguesas, os historiadores franceses apresentavam argumentos históricos geográficos para justificar a sua presença.






Pinzon

Capistrano começou desmistificar isso, a ideologia se fazia presente pela península ibérica, os documentos eram oitivos, baseados na oralidade. O historiador metódico não desconhecia a existência da memória, eles negavam o objeto por que não eram positivistas, por exemplo, uma testemunha não tinha a mesma validade do que ouvir o relato original, Pinzon não era oficial, Cabral tinha a legitimidade de ser um oficial da esquadra espanhola portuguesa, metodologicamente falando, foram os portugueses que nos “descobriram” teoricamente.



Ante a contradição eliminava-se o documento, a metodologia adotada por Capistrano era:
- método da testemunha
- contradição do documento
- número maior de documentos para o historiador metodicamente a memória era um perigo, por isso fazia parte da humanística do documento.


Havia uma critica da memória por que ela precisava ser “fresca” e se preocupava com o historiador. Capistrano de Abreu deu inicio no Brasil o acesso do historiador ao positivismo, baseado na sociologia etnográfica, escrevendo um texto onde circularia a configuração do povo, por exemplo, como os índios moravam? Como os índios se vestiam? O historiador não interpretaria mais e sim catalogaria, fazendo um nova história de se fazer história no séc. XIX.

O espetáculo das três raças. Cap. 1 e 2  - Lilia Schwarcs.


A autora fala de como o conceito das três raças foi  incorporado pelas elites do séc. XIX no Brasil, o temo raça já existia, porém com outro significado, a partir das teorias deterministas do evolucionismo social com seus pensamentos racionalistas. No Brasil foi o determinismo racionalista das raças indú, etíope e moura que tinham seu arcabouço na teoria biológica; todos os povos tinham noção de eugênia, aqui tabalhava-se sobre isso pelas suas configurações serem hereditárias: cada raça tinha seus atributos, ao nascer jamais se livrariam disso, por exemplo, a capacidade física.

Segundo Darwin as espécies não desapareceriam, elas evoluiriam, havia uma transição do mundo biológico para o mundo social; eram chamadas três raças por causa de sua hereditariedade, a evolução das  características eram determinadas pela igreja, por exemplo, os negros africanos, os judeus e os ciganos.

A alteridade (é a forma que eu vejo o outro e gostaria que ele agisse igual a mim) transformaria essa diferença em exploração do outro; no séc. XIX essas teorias fizeram sucesso umas com a teoria determinista: a raça, essa teoria não foi sistematizada por que os negros no Brasil não eram pobres como os da Europa, os intelectuais trouxeram isso para cá, discutindo essas técnicas agora considerados “classes perigosas: os povos indígenas misturados com os negros, escravos, brancos, antes os negros eram escravos tratados como escravos, agora eram tratados como anormais”, e o estereótipo do branco cristalizaria esse pensamento.

A autora pesquisou o conceito dessas raças, era um recorte interno usado de forma mais contundente desde o inicio dos anos 70, e objetivava o estudo social, para isso era preciso buscá-los em seus redutos para uma leitura peculiar a sua realidade, falando de uma por vez.

Criou-se critérios para sua elaboração:
1° critério: localizariam as principais cidades do Brasil na época: RJ, SP, PE e BA nas faculdades de medicina, direito, nos museus e bibliotecas.

2º critério: os professores não seriam incutidos por que ainda não eram estudados.

A miscigenação era uma mistura biológica e com caráter de possibilidades, para alguns isso representava uma maneira perigosa de compor uma nação, o Brasil era formado principalmente pelo mesticismo, as raças seriam formadoras das seguintes formas:





A origem é no sentido de pertencimento étnico, a noção de negritude na África era diferente por causa do panafricanismo, tudo isso fazia parte de um controle social decorrentes de três séculos anteriores. Havia toda uma categorização do corpo, por exemplo, marcas, cicatrizes, marcas de grupos étnicos, além da ligação entre a policia e os senhores.

1.3 As interfaces com o evolucionismo biológico de Charles Darwin incorporou um paradigma biológico as relações sociais → o denominado “darwinismo social” → limites.

1.4 As técnicas:
→ a frenologia francesa
→ as técnicas lombrasianas

1.5 As práticas:
→ a identificação judiciária criminal
→ os gabinetes da antropologia educacional
→ os procedimentos médicos e psiquiátricos

1.6 As representações ideológicas ou imaginarias:
→ o racismo
→ as classes perigosas
→ os degenerados e pervertidos
→ os anormais e incapazes.

2 As apreciações do paradigma determinista/evolucionista no Brasil.

2.1 As instituições e seus objetivos

2.2 Peculiaridades e especificidades

2.3 Ações praticas resultados e continuidades históricas, sociais e culturais na sociedade brasileira

2.3.1 O imaginário determinista na representação e pratica:
→ o olhar determinista do senso comum
→ as discriminações do imaginário cultural
→ as praticas hierárquico - discriminatórias e a legitimidade “cientifica”.

Os senhores dos escravos contratavam professores para alfabatizá-los para poderem fazer com que eles contabilizassem a produção e alguns eram letrados. Os negros se alistavam no exercito e marinha para fugir da escravidão.


Quando os senhores iriam requisitá-los, o pedido era negado por que agora eles pertenciam ao Estado, não terminava com a escravidão, mas se livravam da tutela de seu senhor e de sua mãe:
O negro: força física
O branco: intelectual racial
O índio: capacidade adaptativa
A carne – Julio Ribeiro



Os deterministas
Geografia: o clima determinava o comportamento sexual
Biológico: determinava o sexual e social, onde o sexual seria o mais importante.

As teorias racistas não tinham nada a ver com Darwim, pois elas ocupavam um caráter nacionalista e nas décadas de 1870 as leis abolicionistas dominavam os processos de liberdade; o Estado deveria “protegê-los” e se protegerem de si mesmos. 

A antropologia educacional identificou-se com o corpo da criança para futuramente identificá-la e a psicologia definiria o seu caráter, pelo uso de técnicas antropológicas.

Uma pratica não existiria sem uma representação, as pessoas agiam por que elas acreditavam naquilo que elas pensavam ser certo, nesse sentido não havia coletividade. 

As mulheres que não se enquadrassem na sociedade eram consideradas histéricas e sofreriam posteriormente de lobotomia, o caráter apresentava aspectos morais, por exemplo, com quem ela morava? Com quem ela saia? Havia toda uma influencia de Chartier.

Sobrado e mucanos – Gilberto freire
Ascensão de bacharel e do mulato
Mascavo = mulato
Pertencia a uma classe dominante e que melhoraria os quem escreviam e estudavam:
- Bacharéis em direito
- Medicina
- Soldados e
- Padres

Objeto seria a trilogia que buscaria “entender”, compreender o “psico-social” e historicamente a trilogia a partir das antinomias:


Caio Prado Jr


Jazigos e covas rasas: compreende a sociedade brasileira pelas relações que a caracterizam, Gilberto freire é considerado um autor saudosista que entende muito bem a sociedade em que vive a brasileira, além de Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Jr que recorriam a sociedade brasileira na época da colônia para entender o presente: o seu tempo – 1930.







Sérgio Buarque de Holanda


Sérgio Buarque de Holanda dizia que as raízes do Brasil reconheceriam os problemas pela falta de interesse em incluir a sociedade em seu contexto. Gilberto freire fazia uma apologia do passado ao senhor do engenho como pratica no sentido de perdê-lo e conseguir levar adiante os tópicos, onde o brasileiro tinha uma tendência masoquista e era necessário um controle para esse tipo de comportamento. O lugar social (mestiço e mulato) eram a atuação política individual, onde o mulato tinha o sinônimo de rebelde, era um mestiço de relações interpessoais.



Gilberto freire
Sem fonte não haveria história e em 1936 Gilberto freire se utilizaria dessas várias premissas e fontes para basear o seu trabalho e a veracidade dessas provas; o mulato era oriundo de duas matrizes raciais, no Brasil ele poderia ser filho de escravas livres e mestiças e através da escolarização poderia ascender futuramente como bacharéis, podiam ainda ter filhos de mulatos com mulatos possivelmente livres e ou por apadrinhamento. Alguns eram realmente filhos de brancos e como havia muitos mulatos estudantes de direito era muito provável que eles se casassem com moças brancas. A farda escolar surgiria como forma de controlar o racismo no sentido de uma filha abastada estudar ao lado de uma lavadeira.





A Carta de Rábula era composta por advogados comissionados (chave de cadeia).
Mascates eram comerciantes e imigrantes que trabalhavam no comércio e que seguiam o mesmo ramo que o pai, onde muitas vezes se sobressairiam aos filhos dos senhores de engenho.






Fogo – José Lins do Rego: na década de 1870 os bacharéis atuavam em todas as áreas até que começaram a ser rechaçados pelas teorias racistas, sendo considerados degenerados; pois havia uma rede de confiança entre o mulato e o negro mulato e brancos, mesmo assim eles continuavam ascendendo em suas carreiras.




Senhor leitor, todas as imagens foram retiradas do site de pesquisa Google, não se sinta ofendido se por ventura, uma das imagens postadas for sua, a intenção do blog é ilustrar didaticamente os textos e não plagiar as imagens. Obrigado pela compreensão.