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Varnhagen, IHGB e Karl philipp von Martius - A principal figura do “novo
Brasil” ficaria na figura de Varnhagen no recém criado IHGB, pois o imperador
dependia agora da historiografia e dos historiadores para legitimarem a jovem
nação sob seus comandos como uma nação que estaria despontando para o sucesso, esse
novo país porém precisaria de um passado de que pudesse se orgulhar e assim
fortificar as bases de seu futuro, essas referencias estariam relacionadas as
referencias portuguesas. Esse novo país precisava localizar-se físico e
temporalmente, para isso, Varnhagen começou suas pesquisas através da geografia
com tudo o que o Brasil ofereceria com suas terras e tudo o que habitaria e
existiam nela, desde as cidades até localizações de rios, florestas, clima,
etc., e historicamente eternizaria os fatos memoráveis para salvagardar-lhes do
esquecimento, tudo isso seria publicado no Instituto de História de Paris.
Críticos de Varnhagen - N. Odália dizia que Varnhagen teria feito
escrito uma história monótona sem mostrar todo: “dramático das tensões e
opções”, suas observações seriam consideradas áridas e distantes da realidade
brasileira, e todas as analises anteriores seriam superficiais.
Para Varnhagen
o herói brasileiro deveria ser feito pelos grandes personagens, reis,
guerreiros, príncipes, quem não se encaixasse nesse perfil, seria certamente
sinônimo de problemas e seriam pessoas que atrasariam todo o progresso do país.
Era considerado um adulador da nobreza e um juiz severo das classes inferiores.
Embora fosse visto como preconceituoso, ele era visto como o idealizador do
pensamento dominante do século XIX, não sendo claro em relação a dados, datas,
referencias e quando ele reverenciava a colonização brasileira, ele o fazia em
nome dos portugueses que aqui desembarcaram. Para Varnhagen o branco seria o
portador de tudo o que se constituiria como soberano, e aos perdedores sobraria
somente a escravidão, repressão, onde o a miscigenação só daria certo s
houvesse o branqueamento racial e cultural.
Para Von
Martius o Brasil poderia ter dado certo sem o negros, segundo ele, teria sido
melhor, e a colonização africana teria sido um erro na colônia portuguesa,
junto com o índio que seria protegido e
mimado pelos jesuítas, sendo que eles também utilizavam os índias como escravos
e mesmo assim a colônia teria caído na
míngua, sendo necessário a importação de escravos. Não só a presença do negro
desagradava o Brasil, mas sim o sistema de escravidão, e nessa situação, ele
não poderia ser considerado um luso-brasileiro.
"... como uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo pra dar errado." Laurentino Gomes.
As identidades do Brasil
Primeiro por causa da
especificidade do objeto no contexto do conhecimento histórico dos homens e a
sociedade no tempo, pelo fato deles serem temporais não se permitem um
conhecimento total imediato.A história se torna temporal pelo que ela é. “A
história não é transparente e não se deixa interpretar de imediato” (Reis,
1990), o autor fala da sua contemporaneidade embora sempre faça reflexões ainda
em seu tempo. O historiador é conhecido como o “pássaro de minerva”, pois ele
passa a noite examinando o dia, sendo que quanto mais longe do tempo ele
estiver, mais observadora será a sua visão do passado. O fato pode ser paliativo no seu tempo, mas no
futuro ele terá a sua relevância, mesmo sendo importante e por ventura perder
seu valor com o temp. a história reconstrói o conceito de documento entre a sua
assimetria do passado e o futuro.
Por causa das mudanças do
presente, o passado e o futuro estão constantemente em mudanças, sendo
necessário reescrever a história, onde o passado espera ser modificado pelas
experiências. “não há passado fixo, idêntico a ser esgotado pela história”
(Reis, 1990), baseado nessa afirmação, o autor diz que cada geração elabora de
seu modo particular o seu processo histórico. Para o historiador, o que importa
é a idade interna da sociedade e sua relação com o presente, sempre em mudança:
“estabelecendo seu passado e seu futuro” (Reis, 2007). O passado não é fixo,
por isso as mudanças no futuro com suas especificidades originais condizentes
com sua realidade, sendo necessário esse entendimento com o passado e pela
escrita segundo Fevre-1992: “organizar o passado em função da história é
organizar suas funções com o presente.
Segundo pelo fato da
história ser escrita através do conhecimento efêmero que acompanha seu próprio
processo no tempo; por esse motivo criam-se visões históricas regressivas,
conservadoras e modernas, a renovação não exime o condicionamento da produção
histórica do local e temporalidade em que se encontra. Há um engano em dizer
que a verdadeira escola estabelece o conhecimento histórico em bases objetivas
e cientificas, desvalorizando o historiador e suas interpretações anteriores,
considerando os processos adotados como ultrapassados, equivocados, ideológicos
e reacionários. Embora essas narrativas possam parecer paradoxais, elas são
verdadeiras no seu tempo, podendo ser comparada a um caleidoscópio.
O conhecimento histórico e
atravessado pela temporalização e não se fixa em verdades absolutas, cabendo ao
historiador saber o que é mentira e o que é verdade, através de seu raciocínio
frente aos problemas conceituais e documentais, fazendo isso, ele reconhecera o
conhecimento histórico como o tempo da história da historiografia, acrescentada
de novos processos e interpretações que seguramente retificariam o passado de
seus erros pelos próprios desdobramentos da história. ‘O Brasil é conhecido
pela sua interpretação através do conjunto de suas interpretações feitas em
diferentes épocas, seria uma síntese total do reconhecimento recíproco e pelos
seus contrastes. Segundo Ortega y Gasset - 1958: o filosofo que ignorar seus
predecessores, também negara a história, o positivismo age sobre todos os seus
predecessores sem diluí-los, mas conservando suas diferenças, “toda superação é
negação, e toda verdadeira negação é uma forma de conservação”(Reis, 2007).
A data da obra fala muito sobre
ela, essa idéia é defendida por autores em que dizem que o conhecimento
histórico é ao mesmo tempo história da história; é justamente esse confronto de
opiniões que torna a história do Brasil rica em seu contexto sobre as
diferenças de tudo o que se conhece sobre o país. Tudo o que conhecemos sobre o
Brasil foi construído sobre a sua totalidade de eventos, personagens,
mentalidades, povos, configurando o futuro pelo presente, como uma síntese. Varhagen
e Gilberto Freyre priorizaram o passado do Brasil ao futuro, preferindo o país
na sua tradicionalidade e sua modernidade.
Capistrano via o Brasil com
profunda relação com o passado, o futuro para ele: “seria uma nação livre,
soberana, autônoma, habitada por um novo povo, com interesses e sentimentos
singulares”
FHC dizia que a estrutura
brasileira apresentava mudanças pesarosas por causa de sua dependência com a
realidade, considerando a época e suas perspectivas. O historiador é o narrador do seu próprio sonho, essa narrativa
seria o esforço de organização atribuída nesse sentido. Essa narração é o esforço da interpretação do
sonho da reconstrução e compreensão, a narração e o sonho não coincidem, mas
isso também não quer dizer que são inúteis.
Anos 1850: Varnhagen – o elogio da colonização portuguesa. É
conhecido como o pai da história brasileira, ele se contra pôs contra as idéias
de Southey, pois este desprezava o Brasil dizia que seria uma nação que não
daria certo por causa da mistura dos povos, das religiões e costumes causados
pela escravidão e pela falta de agricultura. Varnhagen e seus amigos se
revoltaram contra esse tipo de imagem que era colocada por desacreditar a
imagem do país e diziam que a nação daria certo por ter sua matriz portuguesa e
mais ainda por ser jovem seria um sucesso como futura nação. Os historiadores
influenciados por Ranke, principalmente Capistrano, todos eles estavam
adaptados com a nova realidade brasileira, sendo os pioneiros nos trabalhos
arquivistas através do método critico e pelas histórias coletadas dos
estrangeiros com documentos relativos ao Brasil.
Em 1841 Varnhagen adotou a
cidadania brasileira e passou a integrar e trabalhar para a coroa portuguesa,
defendendo com suas forças as armas e o imperador português, por causa disso, o
IHGB foi criado e ficou aos cuidados de Varnhagen para contar através dos atos
do príncipe a história da nova nação que despertava e assim poderia orgulhar-se
de seu passado como referencia luso-brasileira.
Karl philipp von Martius |
Para que tudo isso desse certo,
era preciso legitimar legalmente essa epopéia nas terras brasileiras, por isso
muitos projetos foram elaborados para que isso acontecesse, com historiadores
trabalhando para sua legitimação relacionada ao progresso brasileiro, em 1840 o
IHGB lançou um projeto para quem elaborasse a melhor escrita sobre a terra brasilis, e foi Karl philipp von Martius quem venceria essa
nova empreitada para descrever o que ele definiria como identidade do país
inicialmente as elites brasileiras e a mescla das raças. Para Karl philipp: “o
português foi o inventor e motor do Brasil” (Reis, 2007) e partindo dessa
premissa, o historiador iniciaria suas pesquisas a partir do interior
brasileiro no modo de vida colonial baseado nas suas vivencias e o
relacionamento com os escravos, a religião, escolas, a modernidade das
construções e o comercio.
Ele deu ênfase ao índio e
posteriormente ao negro, mesmo que despercebidamente, segundo ele o Brasil não
seria o Brasil sem a presença do negro escravo, suas idéias foram corroboradas
com Gilberto Freire com o lançamento de Casa Grande e Senzala. Von Martius trabalharia a mistura das raças
como a unidade formadora da nação brasileira privilegiando discretamente o
branco, ele ainda assim defendia a idéia da miscigenação das raças como unidade
brasileira, e com tantas diversidades de clima, economia, extensão território
ele dizia que tudo isso deveria ser explorado em blocos que comporia um todo na
construção do Brasil baseando-se justamente em todas essas diferenças. Por esse
modelo de pesquisa, as distancias se tornariam menores e ele faria isso
viajando por todo o país através das províncias recolhendo dados para melhor
administração do Brasil numa visão global. Esse tipo de informação serviria
para dar mais força ao país recém criado; historias seriam criadas, não encima
de batalhas, exploração, massacres, mas uma força que definisse a imponência de
sua força como nação.
Capistrano de Abeu |
Capistrano faria algumas
colocações onde lamentava pelo fato de Varnhagen não ter trabalhado a sociedade
num todo, com seu outro lado carente e amigo, pecando em informações que poderiam
enriquecer ainda mais os documentos na construção dos fatos, por esse motivo
ele não pode concluir seu trabalho com mais precisão e compreensão; Varnhagen
era influenciado por Comte e Spencer para a idealização do Brasil na
racionalidade como nação. Os problemas
que os historiadores enfrentavam problemas no período de 1850 por causa da
transição do império para a republica, pois tinham que saber como atuar nesta
questão em que o povo ainda era incutido de idéias da escravidão e exploração
social e étnica; era preciso criar o novo brasileiro como cidadão, e mesmo sob
todas essas mudanças na mistura de raças, o branco ainda seria o que imperava
sobre a sociedade. O país desejava ser uma nação democrática, mas sob o jogo da
coroa portuguesa, pois essa ara a referencia que se tinha da nova identidade
brasileira, ou seja, o Brasil negaria toda a população nativa e indesejada e
vangloriaria o branco e a aristocracia elitista da época, sem medo algum de
reprimir seu lado brasileiro.
Branqueamento racial e cultural |
A obra: História Geral do Brasil (1854 -857) - A natureza
selvagem brasileira: seria o novo palco da colonização, e o nome Brasil teria
sua origem na mata nativa por causa da tinta vermelha que se extrairia para a
colorização, o país recém descoberto era de proporções continentais com toda a
sua beleza em suas florestas, e com suas terras calmas quase sem as intempéries
da natureza, sendo vasto na sua exuberância com todos os tipos de fauna e
flora, sendo que eram específicos das Américas, Vanhagen exaltava essa
exuberância e falava a todos sobre essa nova terra.
Os indígenas: eram
descritos pelo mais absoluto esteriotipismo europeu, era descrito somente seu
lado selvagem, como sendo exuberantes e sem riquezas, um bando de nômades e
violentos sem patriotismo algum, só falavam um dialeto podendo facilmente
compor uma nação pelo idioma se fossem organizados; o mesmo vigor do corpo não
era visto no espírito, mas ainda assim havia poesia neles.
A “descoberta do Brasil”:
o branco proferia as palavras que graças a eles, esses povos seriam abençoados
pelo fato deles serem os que trariam luz a sua ignorância, pois eles não tinham
território, eram errantes e não tinham paz de espírito, esse era o Brasil antes
do português, esse passado deveria ser esquecido e imperaria somente o
pregresso a partir daquele momento como nação brasileira, tudo o que era antes
da chegada o colonizador deveria ser esquecido, pois representava o flagelo da
imundice.
O que motivou os portugueses em
permanecer na nova colônia descoberta foi o comércio com o oriente, o espírito
evangelizador, guerras comerciais e santas, primeiro entre europeus e depois
contra os muçulmanos. Essas guerras santas se fizeram por duas controvérsias:
primeiro a Europa deveria libertar somente os locais sagrados dessa religião e
expulsar os infiéis para regiões cada vez mais próximas da África ou oriente e
assim o fez e a segunda foi chegar as índias sem passar pelos árabes, a
primeira opção trouxe Colombo as Américas e nesse ponto os portugueses foram
mais gloriosos no sentido de terem mais sorte e menos custos nas viagens. Vasco
da Gama e Cabral foram alguns dos heróis descritos por Varnhagen responsáveis
pelo novo território português nessa galeria de nobres.
O trajeto percorrido por Cabral
até aqui na verdade ocorreu por um erro de trajeto, e ao desembarcar em terras
brasileiras teria se deparado com esse cenário paradisíaco, a partir desse
momento é que a história do Brasil começaria propriamente dita, tudo o que
aconteceu antes desse episódio teria sido somente o preparo do terreno para sua
vinda. O comercio com a Ásia ofereceria um retorno mais rápido, porém as
pressões estrangeiras fariam o governo português iniciar a idéia de colonização
para proteger o que era seu para não perder para os invasores estrangeiros. O
que ocorria então era que na Europa o rei concentrava poderes, nas colônias o
rei cedia poderes. Os portugueses começaram a interagir com a população local e
iniciaram a mistura das culturas com o índio como dormir em redes, tomar banhos
diários, pescavam, caçavam e principalmente se acasalavam com as índias, pois
para elas, o português era mais viril que o índio, transformaram-se assim em
polígamos, por isso a mulher passou a ser o elemento de fusão das culturas portuguesa
e tupi nascendo os mamelucos e os curibocas.
A vitória
portuguesa contra franceses e holandeses: esses dois povos não estavam tão
convencidos sobre o domínio português nas terras brasileiras, e consideravam-na
tão deles quanto aos lusos, as capitanias não estavam sendo eficientes, por
isso colocaram donatários nessas capitanias, e dentre eles os que se destacaram
foram: Tomé de Souza, Duarte da Costa e Mem de Sá. Varhagen baseado nisso fazia
apologias a guerra no caso dos franceses para encorajar os soldados da jovem
pátria a lutarem pela sua soberania, sendo que seus laços seria intimamente
fortalecidos pela união da defesa nacional, garantindo a soberania da defesa nacional,
apesar disso tudo, o governo era fraco, corrupto e ineficaz, legando quase que
total aos franceses a cidade do Rio de Janeiro.
No caso dos
holandeses essa força se consolidaria em Salvador e Pernambuco, pois o temor
era de aproximar o escravo e o índio aos estrangeiros, nesse ínterim,
aumentaria ainda mais as desavenças dos católicos contra os judeus
protestantes. Essas disputas tiveram seu lado progressista, pois trouxeram a
energia e o progresso aos povos considerados preguiçosos. Após esses eventos, a
consolidação do Brasil se fez definitivamente, e também estabeleceram sua
soberania total sobre os índios e os negros.
Os negros e
a escravidão: o trafico negreiro segundo Varnhagen havia sido prejudicial
para o Brasil por causa da sujeira e da imundice dos engenhos as cidades
brasileiras, emporcalhando-as com sua sujeira dos engenhos de negrarias; a
escravidão era injusta por ser desumana, pois eram separado de suas famílias e
de seu Estado, e mesmo assim deveriam “agradecer” por serem “agraciados” pelo
cristianismo, por cauda desse fato, a América seria melhor do que a África,
pois os negros seria superiores na força física e poderiam suportar mais as
intempéries do colonizador, mas isso não diminuiria o abuso, os vestuários
maltrapilhos.
Von Martiu |
A família real
e a independência: para Varnhagen, o Brasil nunca se desligou de Portugal como
a metrópole sempre amparou a colônia, mesmo depois de independente, ambos se
mereciam e se a metrópole por sua vez agiu de maneira arbitraria agressiva e
opressora, foi por uma “boa causa”, pois o Brasil não seria isso que é hoje se
não tivessem agido daquela maneira: “não era o governo central que errava, mas
os governos locais com sua excessiva liberdade” (Reis, 2007). Toda forma de
rebeldia era severamente punida, e o caso mais famoso foi de Tiradentes,
considerado um sujeito feio, antipático, pobre, sem respeito e louco a ponto de
seus comparsas não se compararem a ele. Isso no século XVIII era visto como
desrespeito ao rei, uma “verdadeira maldade”.
As revoluções
que ocorreram nesse período foram punidas com as devidas leis e eram consideradas
verdadeiros abortos para a coroa portuguesa, sendo considerados piores ainda do
que Tiradentes. Todas essas revoluções ocorria por causa das idéias iluministas
da revolução francesa e esse foi um dos motivos da vinda da família real a colônia
que recebera de braços abertos. A situação da coroa portuguesa estava
complicada, pois o país estava em guerra e sobrevivia dos impostos arrecadados,
além da independência do Brasil ser idéia do próprio príncipe regente; em 1808
com a abertura dos portos para as nações amigas, elevaria o Brasil a frente das
colônias latinas para a sua independência, sendo algo incomum, pois a
independência brasileira foi feita pela própria coroa portuguesa, a contra
gosto da elite portuguesa pois desejava que o Brasil continuasse sua colônia,
mas isso não deu certo, pois foi o príncipe português que liderou os súditos
para a proclamação da sua independência garantindo assim ao recém país formado
o status de Brasil português. Darcy Ribeiro reconheceu as velhas classes o elo
para evitar a fragmentação disso, mesmo esse processo ter sido violento, foi
essencial para a consolidação da nação brasileira.
Varnhagen e a “verdadeira história” - A verdade para o luso-alemao só apareceria ao reunir o maior numero de testemunhas de fatos já ocorridos, e o maior dissabor para o historiador seria capitular covardemente contra as próprias convicções. “A linearidade não representaria um ruptura com o passado e o predomínio do futuro sobre o presente” (Reis, 2007), onde a critica documental não se oporia a tradição, mas sim resgataria e livraria da mentira e da crise. A critica de Varnhagen era sobre ele não dominar aquilo que o historiador considera como a tarefa essencial: recortar um período para se trabalhar, isso facilitaria o domínio e a compreensão da vida social.
Varnhagen e a “verdadeira história” - A verdade para o luso-alemao só apareceria ao reunir o maior numero de testemunhas de fatos já ocorridos, e o maior dissabor para o historiador seria capitular covardemente contra as próprias convicções. “A linearidade não representaria um ruptura com o passado e o predomínio do futuro sobre o presente” (Reis, 2007), onde a critica documental não se oporia a tradição, mas sim resgataria e livraria da mentira e da crise. A critica de Varnhagen era sobre ele não dominar aquilo que o historiador considera como a tarefa essencial: recortar um período para se trabalhar, isso facilitaria o domínio e a compreensão da vida social.
Ele é criticado
por falhar na organização temporal da história do Brasil, Capistrano diz que
sua obra é pobre na periodização, e que privilegia o tempo todo o tempo datado,
a cronologia pequena e a cronologia não temática, ele não conseguiu perceber
isso o tempo todo e isso atrapalharia o seu trabalho, fugindo dos detalhes
deixando lacunas em aberto, faltou-lhe na verdade uma visão de conjunto que só
uma periodização bem feita poderia produzir.
Capistrano
propõe uma correção em seu trabalho através de uma divisão em seis conjuntos,
para ele, só assim se poderia corrigir os erros de sua obra no IHGB, mesmo não
sendo uma tarefa fácil, isso não seria problema para o historiador, pois mesmo
que ingenuamente Varnhagem poderia ter produzido uma obra geral e
completa.
* IHGB: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
* IHGB: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro