" Não revele aos amigos os seus segredos, porque você não sabe se algum se tornará seu inimigo. Não cause ao seu inimigo todo o mal que lhe possa fazer, porque você não sabe se ele se tornará um dia seu amigo". William Blake
► Tudo muda, o que é para ser agora será nesse momento e não mais tarde, o futuro nega o presente e ao mesmo tempo convive com ele: X: uma garrafa cheia d água vai se esvaziar, vira um enfeite, brinquedo, é a expectativa de ser em que não será uma garrafa d água, isso é a dialética entre o ser e o não ser. ► Os opostos sempre habitaram o mesmo ser, se se vive, se morre a cada momento de nossa vida, a verdade é a mais objetiva: se esta vivo, sabe que vai morrer. ► O homem só produz cultura por que sabe que vai morrer, isso é a nossa finitude, por isso que fazemos as maravilhas que fazemos: uma pintura, uma musica, uma obra de arte, uma arquitetura, a morte só produz a sua própria história. ► É uma premissa universal: todo ser humano morre.
Escolástica: baseia-se na estrutura de Parmênides:
► A dialética de Heráclito jamais seria cristianizada, a idade média produziu o cristianismo (teologia) e a modernidade, as cruzadas trouxeram muito conhecimento dos mouros vindos da África, do islamismo de alguns gregos e do próprio cristianismo, além de novos arsenais e conhecimentos bélicos para a Europa aos mosteiros e foram os monges os responsáveis por esse grande movimento empírico e seus três principais representantes foram:
Kepller,...... Copérnico, ...Bruno, ......Galileo eram todos astrônomos
Empirismo: era a observação sistemática da natureza relativa aos sentidos (nasce a ciência), o que nortearia o empirismo seria o determinismo, pois a natureza é eterna e imutável. X: o modo de produção, a religião, o amor, a fé. ► Desse movimento nasce a fenomenologia que se preocupa com os fenômenos, derrubando a filosofia do existencialismo (quem somos nós....) e esse fenômeno passaria a potencializar mais ainda a vida.
Ciência no Ocidente:
Fenomenologia→ empirismo → ciências modernas ....................Racionalismo → filosofia moderna ........................↓ ..................Rénne Descartes
►Descartes defendia algo como a verdade ser absoluta (Deus) e se construíssemos um padrão de pensamento, construiríamos uma realidade, ele não enxergava isso no empirismo e nas escolásticas, para Parmênides, a realidade era única e verdadeira.
Teologia: era baseada na escolástica da tradição ................................................................................Descartes desaprovava os dois métodos Empirismo: era baseada nos sentidos humanos (falhos)
Descartes → duvida sistemática
Ele abordava todo o conhecimento da época e partia do pensamento de que se ele não podia provar nada a partir de um elemento, aquilo não poderia ser provado, como então provar essa negação? No empirismo o homem podia se ver, tocar e sentir (nunca esquecendo do engodo dos sentidos) porém e se todos compartilhassem do mesmo erro? Descartes elegeu a razão como a menor parte que procurava passar a ser critério para adotar as coisas da verdade. Razão era a capacidade de dar conta da verdade.
PRINCÍPIO DA POSITIVIDADE DA AÇÃO
A ação não pode ser negada, ao se fazer isso segundo Pitágoras, se promove outra ação; no questionamento não se pode negar a existência, só, se questionar o porquê disso através do pensamento: Haver......................Existir Estado......................Consciência (humana) tudo o que move a realidade na mente humana
Em nossa realidade o valor as coisas são fúteis e triviais (embora necessárias como o dinheiro). Na realidade humana a subjetividade fala mais alto (racionalismo)
Immanuel Kant dizia que a objetividade era única, mas não foi devidamente ouvido, a falência iniciou a queda da utopia, era necessário que o homem se comportasse de maneira parecida, pois todos compartilhariam as mesmas idéias. X: Revolução Francesa – Liberdade, igualdade, fraternidade.
O ser humano acredita, mas percebe que não funciona retardando a modernidade.
Pós Modernidade
“A modernidade faz de todos os seus protagonistas pessimistas históricos" – Francis Fukuyama aprofundou a desconfiança em relação a utopia. X: julgamento de Nuremberg - a banalidade do mal
"O mercado pretende colonizar a própria vida humana" – Jurgen Habermas dizia que o pessimismo era algo localizado, o ser humano era fragmentado para poder ser dominado.
"A pós modernidade é responsável por uma antropologia” – David Harvey dizia que o novo ser humano não saberia onde a humanidade iria terminar, havia a perda de valores . fundamentais como a família e o contato familiar.
No plano da filosofia a ciência correspondia a novos descobrimentos, a pós liberdade no plano cientifico começou a partir do séc. XIX:CIÊNCIAS→Teoria de Darwin: Princípio do determinismo.
Teoria de Lavoisier: matemática, física. Com essas mudanças constantes, as ciências eram contrariadas a todo momento pelas novas descobertas, ocorria o mesmo com a filosofia. Freud, Nietzche e Marx diziam que a sociedade não se constrói só com racionalidade.
Freud dizia que havia uma verdade para cada coisa, por isso o homem não se comportaria de maneira racional (consciente).
Marx tinha como lema a luta de classes abstrata e subjetiva: a introdução da filosofia crítica capitalista onde avaliava o tratado econômico de Adams Smith (liberalismo-capitalismo)
Nietzche dizia que existia uma força de subjetividade (vontade . de potência), o desejo mais profundo de liderança sobre o outro, por conveniência, lógica ou sedução.
No plano social ocorria o fim das utopias: X: O julgamento de Nuremberb
O mundo perfeito” ficaria para atrás do mundo medieval, o modo de produção contribuiria para isso, excluindo na raiz e na parte mais intima do capital. O pensamento da liberdade passaria a ser humanista, a utopia do capitalismo era parecida com o comunismo, pois o capitalismo era a posse das propriedades e dos meios; como esse sonho de igualdade não deu certo e não se concretizou, a sociedade começou uma mudança no seu meio comportamental. O séc. XX gerou novas propostas políticas bem como terroristas: ora pelo Estado, ora pela religião, minando o terreno para a decadência das idéias.
Surgia o movimento surrealista, a necessidade de se fazer “mais sexo”, o modernismo passaria a ser a releitura crítica da realidade, o novo ser humano da nova pós modernidade estava deixando de ser aquele” ser humano” que fora outrora.
Publico X Privado → os papéis sociais eram intensos, não havia distinção de família, mercado. ↓ Conjunto de “eus” que não compunham o “eu”, não fazia mais sentido quem eu era e para onde eu iria, o homem não saberia mais o que era e o que queria.
O homem precisava ser amado por esse objeto de afeto, precisava de justiça, juntamente com o consumo da pós modernidade: a liberdade do consumismo, com isso surgiria a “reificação”, a “coisificação” de tudo.
É importante observar os aspectos educacionais do ensino superior na FAMEB, pois a realidade baiana no período de 1750 – 1889 passavam por várias mudanças ideológicas e não seria diferente com os profissionais que trabalhariam nela. A faculdade na realidade existia para atender e prestigiar uma classe dominante, as pessoas pobres jamais conseguiriam estudar em um local como esse, primeiramente por que o espaço por si só já falava pela estrutura social de quem ali estudasse.
O ESTADO E A IGREJA
A medicina se associava com a religião, por isso a sua ligação com os hospitais religiosos, afinal toda a estrutura política andava lado a lado com as ordens religiosas, isso era tido como uma forma de poder, ou seja, a preponderância da igreja se fazia presente em todas as esferas da sociedade por mais que dissesse que não tinha o intuito de opinar sobre assuntos governamentais, fossem eles monárquicos ou republicanos, a verdade é que a religião foi um fator importante para que essas localidades que funcionassem sob o seu respaldo funcionassem. A Fameb sempre ficou mais a vontade com a medicina religiosa do que com a medicina cientifica, pois a cura era considerada um elemento santo, tinha mais poder do que a medicina cientifica isso era vivenciado diariamente na vida desses baianos até estão despidos da medicina, ou seja, a fé em Deus falaria mais alto que a ciência iniciante do período. A cura desempenhava um papel paralelo a medicina, pois a primeira cura era solidificada pela fé, posteriormente ela se faria presente através dos remédios e da ciência. O papel da Fameb em relação à medicina na Bahia era quase que religioso isso estava associado com o prestigio de quem curava e de quem era curado. Quem curava seguia os preceitos históricos religiosos em salvar o próximo como um mandamento e quem era salvo por sua vez, redimiar-se-ia através da cura das moléstias. As primeiras enfermeiras eram freiras, isso já era motivo suficiente para se fazer um elo entre fé e a medicina, como a Fameb teve em seu cerne a casa de Misericórdia, e posteriormente quem manteria essa escola eram senhores abastados que também tinham a religião como propósito religioso, não seria diferente com algo que era mantido por eles.
MODERNIDADE
A ordem social tinha na medicina uma arma contra a sociedade antiga e as curas místicas, por isso eram a favor das ciências, simpatizava-se ainda com os tratamentos modernos, por isso que o seu principal agente foi à utilização de aparatos modernos como inicialmente a eletricidade e o primeiro aparelho de raios-X. Por mais benéficos e eficientes que os tratamentos rudimentares fossem como as benzeduras, os elixires, as folhas naturais usadas para curar feridas utilizadas pelos antigos, a medicina seria a representante de uma nova ordem, e para que ela imperasse, seria necessário mudar a maneira das pessoas pensarem, exorcizando todo o suposto tipo de magia e agora era necessário se fazer uso de algo que surgisse mais efeitos, e nada melhor do que a medicina para confrontar com o passado histórico de dizeres. A modernidade seria introduzida lentamente para que as pessoas vissem e vivenciassem as mudanças pelo qual tudo estava passando, ou seja, a medicina viria para ocupar o lugar do que era tido como mítico para dar lugar ao real. Outro elemento importante que significou algo como a “saída das trevas” foi o privilégio da faculdade ser a primeira a fazer o uso de energia elétrica, isso faria da luz algo que serviria de direção para a modernidade, pois esse elemento seria o divisor de águas de uma era para outra infinitamente mais moderna. A luz elétrica passou a ser sinônimo de uma nova temporalidade, mas sua postura em relação a liberdade continuou sempre a mesma, mesmo sofrendo o ataques de seus senhores , pois ela sempre ficou contra eles.
METRÓPOLE E COLÔNIA
A Universidade de Évora era conhecida pela excelente fama de sua medicina, enquanto que a Universidade de Coimbra se destacava pela sua excelência em direito, o fato da medicina em Salvador ser atrasada, era associado à ordem senhorial, pois a sua grande maioria era composta por portugueses e eles jamais iriam de encontro às ordens dos regentes portugueses e também pelo fato de isso também ser considerado uma ameaça para a própria metrópole, pois eles temiam que se autorizassem uma faculdade de medicina na colônia, ela viria a ser mais influente do que a da capital lusa.
STATUS E PODER
Quando a medicina teve seu inicio na Bahia, ela era voltada para o prestígio dos senhores, da elite que era composta pelos donos de escravos, traficantes de escravos e pelos donos de engenho e do comércio vigente. Isso se faria presente pelo fato do corpo docente ser filho desses senhores, e nada mais influente e, por conseguinte, assumir uma posição de status com um representante de seus “clãs” na faculdade. O prestigio seria automático, pois a nova Fameb daria a eles a posição de doutores, médicos, cirurgiões e futuros membros de seu corpo discente. Toda a prelazia dessa classe dominante além de seus escravos e engenhos agora se fazia presente com mais esse novo elemento que foi a Faculdade de Medicina da Bahia.
POLITICAGENS "DIPLOMÁTICAS"
A compra de diploma era tido como algo caro e não era qualquer um que poderia comprá-lo, a compra desse documento jamais poderia ser feita por alguém pobre, era notório que os senhores de engenho ou a elite canavieira e comercial quem fariam uso dessa prática, os ricos detentores do poder, os comerciantes dominavam e comandavam tudo, o que se percebia era o então mente um comercio esse tipo de pratica, pois ninguém seria insano de enfrentar um senhor desses contrariando-o não vendendo o certificado de medicina por ser imoral, se não vendessem, com certeza seriam escorraçados de Salvador. Esse tipo de atitude sempre fez parte da sociedade senhorial, esse poder de fogo era visto e sentido por todos os que estavam abaixo dessa classe, por isso quem conseguia um diploma ou certificado da faculdade de medicina, adquiria o status necessário para a mentalidade da época, todos esse tipos de atitudes serviam como aviso para quem tentasse impedir esses acontecimentos, e como no Brasil senhorial tudo era resolvido na base da “bala” ou do chicote, não havia quem os desafiasse a não fazer uso dessa prática.
FACULDADE VERSUS ELITE
Com a modernidade, a sociedade hegemonicamente senhorial imperaria em seus mandos e desmandos, humilhando indiscriminadamente quem quer que fosse, para eles isso não significaria nada, algo bem diferente do século XXI, a ordem agora era justamente o contrario, a FAMEB teria poder autônomo para decidir o que quisesse ou não fazer, ela não estava mais ligado a poder algum, ela adquiriria seu prestigio próprio, não tendo que se curvar mais a senhor algum.
OS SUJEITOS HISTÓRICOS
Os bedéis da Fameb trabalhavam sem o apoio do governo administrativo e na maioria das vezes, o números era inferior a demanda para a funcionalidade da escola , no primeiro século de funcionamento, as pessoas que trabalhavam neste estabelecimento médico não passavam de 63, segundo os arquivos da própria faculdade, número além do esperado por causa da funcionalidade de outros cursos anexos como farmácia e odontologia. Seu corpo era constituído por funcionários da limpeza, o continuo responsável pela anotação das faltas dos praticantes, de porteiros além dos secretários da faculdade.
ENSINO SUPERIOR
Nesses 200 anos, a Faculdade de Medicina da Bahia foi a primeira a semear o desenvolvimento da arte médica no Pais, a Fameb (Faculdade de Medicina da Bahia) simboliza o início da indepêndencia cultural do Brasil. Seu acervo conta com mais de 5.300.000 páginas de documentos incluindo teses, pedidos de matrículas, pesquisas e experiências de gerações de cientistas, livros raros dos séculos XIV ao XIX, inclusive a caríssima coleção completa da Flora Brasiiliensis. Mas para entender todo esse engenhoso projeto, é necessário que se viaje ao passado para entender como essa extraordinária idéia de construir uma escola de medicina teve início.
A Faculdade de Medicina (UFBA) é a escola de medicina mais antiga do Brasil, pois ela foi fundada em 1808, logo após a chegada de D. João VI ao país, sob o nome de Escola de Cirurgia da Bahia. A Fameb simbolizou o início da independência cultural do Brasil, isso ocorreu graças a chegada da família real portuguesa no Brasil, antes disso, Portugal não permitia a criação de nenhuma faculdade em suas colônias. Nas possessões espanholas, existiam universidades desde o século XVI.
A Faculdade possuiu vários nomes desde sua criação em 1808:
Escola de Cirurgia da Bahia (1808–1816), Academia Médico-Cirúrgica da Bahia (1816–1832), Faculdade de Medicina da Bahia (1832–1891), Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia (1891–1901), Faculdade de Medicina da Bahia (1901–1946), Faculdade de Medicina da Universidade da Bahia (1946–1965), Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (1965–2008) e finalmente a Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia (2008–presente)
Para entendermos todo o contexto de criação da Fameb, é necessário que nos façamos as seguintes perguntas:
O que significou a primeira escola de medicina na capital?
O que foi a escola de medicina da Bahia?
Quais os elementos que constituíram a escola na capital?
Porque foi criada a escola de medicina da Bahia?
Qual era o propósito da Fameb?
Como a escola de medicina da Bahia surgiu?
qual eram o contexto e finalidade da Fameb?
Essas são questões politicas que devem ser analisadas sob concepções ideologicas baseado no marxismo.
Contexto histórico
Após abrir os portos do Brasil às nações amigas de Portugal, o imperador D. João VI dá iníco ao ato solene da implantação do serviço médico no Brasil pelo Dr José Correia Picanço o pedido da implantação da primeira faculdade de medicina. Em 18 de fevereiro de 1808, o documento que mandou criar a Escola de Cirurgia da Bahia, no antigo Hospital Real Militar da Cidade do Salvador, que ocupava o prédio do Colégio dos Jesuítas, construído em 1553, no Terreiro de Jesus. Situada entre igrejas, conventos e casarões coloniais, o Brasil viu nascer sua ciência médica e conheceu grandes nomes - professores, cientistas e alunos além de concentrar grande parte de seu interesse na atuação profissional, social e política dos doutores da Faculdade. Em 1º de abril de 1813 a Escola se transformou em Academia Médico-Cirúgica, em 03 de outubro de 1832 ganhou o nome de Faculdade de Medicina, que guarda até hoje.
EUROPA SITIADA: Como colônia de Portugal, o Brasil permaneceu mais de 300 anos sem autorização para oferecer cursos superiores, só em 18 de fevereiro de 1808, D. João, deu inicio ao fim do bloqueio educacional que impedia o desenvolvimento da nação; o pouco tempo que D. João VI e a família real permaneceram na Bahia, um mês e dois dias, foi o suficiente para que se registrassem alguns fatos de relevância nacional. No início do século XIX estando a metrópole portuguesa ocupada pelas tropas napoleônicas, encontrava-se impedida de despachar os cirurgiões examinados e aprovados pela Junta do Protomedicato e os físicos diplomados em Coimbra, a solução então, foi a criação das escolas de cirurgia que formassem profissionais (cirurgiões) no Brasil.
A JURIS PRUDÊNCIA DA FACULDADE: A Escola de Cirurgia da Bahia foi criada a pedido de José Corrêa Picanço, pernambucano, cirurgião da Real Câmara, lente jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, nesta época, a referida Escola ficou sediada no Hospital Real Militar da Bahia, em Salvador, localizado no antigo prédio do Colégio dos Jesuítas, no Largo Terreiro de Jesus, depois Praça 15 de novembro.
A PRESENÇA JESUÍTICA: Até o século XVIII era comum a instalação de boticas e hospitais nos colégios da Companhia de Jesus, quando então os jesuítas foram expulsos das colônias portuguesas pelo Marquês de Pombal, em 1759; a partir do século XVIII, depois de os jesuítas terem sido expulsos da colônia, o aprendizado para obter licença geralmente se dava nos hospitais da Misericórdia ou nos hospitais militares, em contraste com as demais colônias espanholas e inglesas nas Américas, que possuíam universidades desde o século XVI, desde o século XVI, a medicina no Brasil colonial vinha sendo praticada e estudada pelos jesuítas no próprio Colégio dos Jesuítas. Entre os anos de 1654 e 1681, houve várias tentativas por parte dos religiosos e das autoridades locais de transformar o Colégio da Bahia em universidade. Embora este propósito tenha sido negado pela Coroa portuguesa, os jesuítas acabaram por fazer do Colégio dos Jesuítas da Bahia uma casa de estudos gerais comparável à Universidade de Évora, em Portugal. O ensino médico brasileiro em seu início, no entanto, funcionou de forma bastante precária, a Bahia era ainda mais precário que no Rio de Janeiro, pois recebia menos recursos. Inicialmente foram ministradas apenas duas cadeiras básicas: cirurgia especulativa e prática, o curso devia ter duração de quatro anos, ao termino do curso, os alunos deveriam pedir uma certidão à Escola, essa mesma não incluiria a cadeira de obstetrícia como estava previsto na decisão régia.
A SANTA CASA DE MISERICÓRDIA: De posse do certificado, o aluno era submetido ao exame e caso fosse aprovado, os documentos eram encaminhados a Lisboa, que expedia o diploma mediante o pagamento dos custos, devido à deficiência do ensino ministrado pela instituição, muitos dos seus alunos depois de graduados, entre 1808 e 1816, buscavam uma complementação para seus estudos em cursos em outros países europeus; o ensino clínico, que desde 1816 era ministrado no hospital da Santa Casa de Misericóridia da Bahia, sofreu melhorias significativas sob o ponto de vista material a partir das novas instalações do Hospital Santa Isabel, no entanto, as dificuldades de relacionamento entre a Congregação da Escola baiana e a Santa Casa prejudicavam aquele ensino.
O CONTEXTO DAS GUERRAS: A atuação da Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia destacou-se também no período da revolta de Canudos (1896-1897), esse movimento místico ocorreu no sertão baiano, sendo chefiado pelo beato Antônio Conselheiro, que se dizia enviado por Deus e pregava a volta da monarquia recentemente extinta; nesta ocasião, foram utilizados pela primeira vez no Brasil os sistemas de radioscopia e radiografia para localizar os projéteis de armas de fogo em ferimentos de guerra e proceder ao tratamento cirúrgico, os professores da faculdade realizaram, pela primeira vez no mundo, uma radiografia para investigação de um ferimento por arma de fogo, a vítima havia sido baleada no conflito de Canudos.
A MODERNIDADE DOS APARELHOS: O aparelho X havia sido trazido por Alfredo Thomé de Britto, professor de clínica propedêutica na época em viagem à Europa, em suas viagens, trouxe aparelhos que possibilitaram a aplicação clínica dos raios Roenthgen (nome do físico alemão que os descobriu), e que ficariam conhecidos posteriormente como raios X.
HIÓCRATES, O PATRONO DA MEDICINA: Coube ainda aos sergipanos a entronização da escultura de Hipócrates na fachada da escola de medicina. A faculdade sempre esteve a frente de seu tempo, além de ser a primeira faculdade do país, foi em sua sacada que foi acesa pela primeira luz elétrica em Salvador, no dia 2 de julho de 1844.
O CORPO DISCENTE: Em relação aos estudantes, como mencionado inicialmente, a matrícula do curso passou a exigir que eles soubessem ler e escrever, o que ficaria implícito nos primeiros oito anos, era possível um analfabeto fazer o curso médico; foram introduzidas outras exigências: conhecer línguas estrangeiras, em especial francês e inglês e os que sabiam latim e geometria podiam ir direto para o 2° ano.
A ESCOLA DE MEDICINA CARIOCA: A criação das Faculdades de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro, significou a oficialização pelo Reino de Portugal do ensino superior no Brasil, juntamente com a abertura dos Portos e “a libertação da indústria”, esses três feitos concorreram para “dar aos Brasileiros o conhecimento de sua soberania e dar a uma nação o reconhecimento de sua nacionalidade”.
O CONTEXTO BÉLICO: Os salões da faculdade serviram de palco para acirradas discussões, agitados debates e até mesmo lutas armadas, que marcaram decisivamente os rumos tomados pelo contexto social e político nacional como na Guerra do Paraguai, na Guerra de Canudos e na Segunda Guerra Mundial.
A INDEPENDÊNCIA: Com a independência do Brasil do Reino de Portugal, a influência francesa se acentuou, os estudantes brasileiros ao invés de irem para a Universidade de Coimbra começaram a se deslocar cada vez mais para a França em busca de formação cultural e científica.
AS EPIDEMIAS: Aa época das epidemias de febre amarela (1850) e de cólera-morbo (1855) que atingiram a Bahia, outras doenças como beribéri, neurose por desvios uterinos, peste bubônica, febre amarela, tuberculose e problemas dos esgotos na Bahia entre outros eram tratados pela Fameb.
A GUERRA DO PARAGUAI: A mais sangrenta guerra no continente americano contou com os acadêmicos e lentes da Fameb na Guerra do Paraguai que durou de 1864 a 1870, sendo considerado o conflito mais sangrento no continente sul-americano, morreram aproximadamente 130 mil pessoas dos quatro países envolvidos (Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai); o Brasil enterrou nos campos de batalha um total de 614 mil contos de réis, equivalente a onze anos do orçamento imperial, resultando num déficit público que se arrastaria pelos vinte anos seguintes. Para entender o que realmente aconteceu nesta guerra da bacia do Prata, é preciso entender o papel dos estudantes de medicina como sujeitos na história da faculdade:
A GUERRA DE SECESSÃO: A participação dos acadêmicos e professores na Guerra do Paraguai contou com esses personagens muito antes desse episodio, esse envolvimento ocorreu com a FMB juntamente nessa luta com a guerra civil nos EUA, as duas maiores guerras no continente americano, e nelas se destacaria o papel fundamental da faculdade, através de seus professores, mas, sobretudo, dos estudantes. Em uma outra luta que foi o combate à epidemia do cólera morbo na Bahia eles também se fizeram presentes, nas décadas de 60 e 70 do século XX, ganhou espaço a interpretação de que a causa da Guerra do Paraguai foi o imperialismo inglês, que teria utilizado o Segundo Império do Brasil e as Repúblicas da Argentina e do Uruguai para destruir um modelo de desenvolvimento autônomo do Paraguai.
O DITADOR PARAGUAIO: Era o início desse sangrento conflito, que mobilizou tropas de todas as regiões do Império, o Brasil a Argentina e o Uruguai, já unificado sob o comando colorado, formaram a Tríplice Aliança contra o Paraguai de Solano López, os estudiosos dividem a guerra em quatro etapas:
1ª – A ofensiva paraguaia: começou em novembro de 1864, com a apreensão do vapor brasileiro em Assunção, em dezembro, ocorreu a invasão de Mato Grosso, depois, em janeiro de 1865, a invasão na província de Corrientes, Argentina, onde Solano López esperava ser apoiado pelos dissidentes argentinos (o que não ocorreu) e, por fim, a invasão do Rio Grande do Sul (São Borja e Uruguaiana), em junho de 1865;
2ª – A reação dos aliados: começou em maio de 1865 com a formação da Tríplice Aliança, em junho, deu-se a Batalha de Riachuelo, quando a esquadra brasileira derrotou a paraguaia, começou então a invasão do Paraguai.
3ª – O comando de Caxias no final de 1866: a tentativa de retomada do Mato Grosso em maio-junho de 1867 resultou numa derrota do exército brasileiro. Em dezembro de 1868, ocorreu a “dezembrada”, uma sucessão de vitórias de Caxias, em janeiro de 1869, Caxias entrou em Assunção, mas em março, doente, retirou-se da guerra, já praticamente ganha.
4ª – O comando do Conde d’Eu, em março de 1869: ocorreu a batalha de Acosta Ñu ou a Batalha de Campo Grande, com o exército paraguaio, já com jovens e até crianças, a luta de guerrilhas continuou até a morte de Solano López em Cerro Corá, em março de 1870; em relação aos vencedores, o Brasil e a Argentina saíram da guerra endividados aos bancos ingleses, com milhares de soldados mortos e outros milhares de feridos e sem grandes conquistas territoriais.
AS BAIXAS URUGUAIAS: O Uruguai não contraiu dívidas, mas perdeu mais de mil homens e não teve nenhum ganho territorial, por fim, em relação ao vencido, estudos contemporâneos feitos nos EUA e Alemanha calculam que o Paraguai perdeu 70% da população na guerra, não só nas batalhas, mas também de doenças e fome, a nação foi destroçada, perdeu mais da metade da população masculina adulta, calculada em torno de 90 mil mortos.
O REVIDE IMPERIAL: O ataque ao território brasileiro sem prévia declaração de guerra gerou indignação e forte sentimento de patriotismo, o recrutamento que era difícil, passou a ser intenso depois da invasão às províncias de Mato Grosso e do Rio Grande do Sul, um decreto imperial de 7 de janeiro de 1865 criou o Corpo de Voluntários da Pátria, que, junto com o Exército de linha e a Guarda Nacional, formaram uma poderosa força nacional.
O SERVIÇO DO VOLUNTARIADO: A pequena mais significativa colaboração foi a dos professores e estudantes da Fameb entre os “voluntários da pátria”. Conforme registro da Memória histórica de 1865, ávidos de prestar socorros de sua profissão aos nossos irmãos, que defendem no sul do Império nossa integridade e honra nacionais”, partiram para a guerra dezesseis acadêmicos de Medicina, há também o registro dessa participação: “Partida de médicos para o exército”.
AS MUDANÇAS DO CORPO FÍSICO DA FACULDADE: A Escola de Cirurgia funcionava de modo muito precário no seu inicio, com menos de oito anos a escola já necessitava de sua primeira reforma, como registrado na carta régia de 29 de dezembro de 1815, nessa reforma, o sistema de ensino médico mudou, aumentando o curso de quatro para cinco anos de duração e de três para cinco cadeiras, o primeiro período da Escola de Cirurgia (1808-1815) foi tão crítico para os acadêmicos de medicina que alguns deles tornaram a se matricular em 1816, quando começou a funcionar o Colégio Médico-cirúrgico.
A ANATOMIA PRESENTE: O segundo período do ensino médico na Bahia, que se inicia em 1816 após a reforma de dezembro de 1815, termina com a reforma de 1832, é o período do Colégio (ou Academia) Médico-cirúrgico(a) que passou a contar com a dissecção de cadáveres, prática essencial para o método anatomopatológico, graças ao empréstimo dos instrumentos pelo Hospital Real Militar, em maio de 1816.
MUDANÇA DA CAPITAL: Desde 1763, quando se deu a transferência da sede da capital da colônia da cidade de Salvador para a do Rio de Janeiro, a Bahia perdera aquele prestígio; na época, a cidade contava cerca de 50 mil habitantes e havia deixado de ser a capital da colônia há 45 anos...
CIÊNCIAS X RELIGIÃO: O ensino superior no Brasil durante o Império, que se resumia à medicina e direito, neste sentido, o regulamento complementar dos estatutos das faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia, não admitia-se teses, cujas proposições contivessem princípios ofensivos à moral e à religião; no século XIX, as correntes especulativa e filosófica e o positivismo competiriam pelo mesmo espaço, quando começou a haver uma preocupação maior com o ensino prático.
Um dos tesouros mais preciosos de Salvador, ao lado dos arquivos da Igreja, é o conjunto de atas da congregação da faculdade, trata-se de um testemunho da história do Brasil.
A Fameb sempre teve posição de liderança na oposição aos poderes autoritários, no século 19, foi a primeira instituição do Brasil a elaborar documentos contra o sistema escravocrata, seus professores estiveram entre os primeiros republicanos da Bahia e alguns foram perseguidos por causa disso. sempre atuou contra as mais variadas formas de regimes opressores.
AS LIGAS ACADÊMICAS: No século XIX, surgiram às primeiras Ligas Acadêmicas e os primeiros Grupos Associativos do Movimento Estudantil, propulsores dos embates em prol do fim da escravidão, da defesa do ideário republicano e da recuperação do Estado de Direito, sempre que as liberdades democráticas fossem usurpadas.
DIFUSÃO DOS CONHECIMENTOS MEDICINAIS: Entre os séculos XVI e início do XIX, os agentes de cura no Brasil eram os físicos, cirurgiões, barbeiros e boticários, com base nos conhecimentos médicos europeus e adquirindo conhecimentos indígenas sobre as plantas e sua utilização terapêutica, os jesuítas haviam se tornado verdadeiros enfermeiros e médicos da colônia, os físicos eram formados pelas universidades européias, principalmente ibéricas, sendo em menor número que os cirurgiões, esses por sua vez, na metrópole ou na colônia, aprendiam seu ofício na prática, tendo como mestre um cirurgião já habilitado.
O CORPO DOS DOCENTES: Para garantirem o direito de exercer apenas a cirurgia, prestavam exames diante das autoridades sanitárias competentes, quando obtinham a "carta de examinação". No Brasil, a autoridade sanitária era exercida pelos delegados ou comissários do físico-mor ou cirurgião-mor do Reino de Portugal (Adolfo Bezerra de Menezes), a maioria dos estudantes, depois de se diplomarem físicos, geralmente preferiam se estabelecer na Europa ao invés de enfrentar a realidade colonial, no Brasil; quando vinham para a colônia, concentravam-se nas cidades e vilas maiores, ficando o interior totalmente desprovido desses profissionais.
Isto possibilitava àqueles cirurgiões-barbeiros ou mesmo aos chamados barbeiros e curandeiros em geral, o exercício de toda a medicina, no entanto, ao cirurgião-barbeiro era permitido oficialmente a cirurgia, além de tratar de feridas e amputaduras.
Ao barbeiro, a aplicação de ventosas, sarjaduras e sanguessugas, corte de cabelo ou barba e extração de dentes.
Ao sangrador e algebrista, o tratamento de fraturas, luxações e torceduras bem como cuidar dos membros deslocados.
A parteira ou aparadeira tinham como responsabilidade o atendimento aos partos normais.
Aos boticários, a preparação e comércio de medicamentos, antes da instalação da Fameb, a medicina era exercida por pessoas com pouco conhecimento em anatomia e fisiologia, era a chamada medicina prática, a maioria das cirurgias eram feitas nas casas dos pacientes.
Por causa da precariedade dos instrumentos cirúrgicos e pelo fato das intervenções seram nos hospital, morria um em cada quatro pacientes" cabia as parteiras e barbeiros exercer a chamada medicina prática. "Era comum que o especialista abrisse uma veia do paciente para que através da incisão se extraísse a doença do corpo", o método era mais debilitante do que recuperador.
Com o cirurgião, trabalhava um auxiliar adolescente que aprendia tudo com seu mestre para se tornar seu substituto, os poucos formados na colônia tinham cursado medicina na Europa. Na maioria dos casos, as pessoas confiavam muito mais nos curandeiros, no período colonial era muito comum a utilização de plantas e simpatias para tratar dos doentes.
A LUTA NOS MOVIMENTOS REPRESSORES: Na época da independência, entre setembro de 1822 e março de 1824, a então Academia Médico-Cirúrgico da Bahia permaneceu fechada devido à sua ocupação pelos lusos, quando alguns de seus membros se envolveram na guerra de independência, entre novembro de 1837 e março de 1838, a instituição novamente teve seu funcionamento suspenso em decorrência do movimento de caráter separatista e republicano, que ficou conhecido pelo nome de Sabinada.
A origem desse nome deveu-se ao lente Francisco Sabino Alves da Rocha Vieira, um dos principais articuladores do movimento, desempenhava as funções de preparador de anatomia e tesoureiro da então Faculdade de Medicina da Bahia. Além de Sabino, participaram do movimento os lentes de física e de medicina legal, Sabino foi o único preso e condenado.
OS CÉREBRES: Os professores e acadêmicos prestaram assistência sistemática às vítimas destacaram-se lentes como Antônio José Alves (pai do poeta Castro Alves) entre outros, e mais de 40 alunos dos quarto, quinto e sexto anos participaram da assistência aos soldados feridos e doentes, sendo muitos destes professores e acadêmicos condecorados com a Ordem de Cristo ou da Rosa. Muitos testes e estudos deram início às pesquisas tropicalistas, médico-legais, psiquiátricas e antropológicas, determinando a expansão da cultura médica nacional e procedimentos avançados no tratamento de doenças típicas do país. Vultos do século XIX e século XX como Manuel Vitorino, Afrânio Peixoto, Nina Rodrigues, Oscar Freire, Alfredo Brito, Juliano Moreira, Martagão Gesteira, Prado Valadares, Pirajá da Silva e Gonçalo Muniz fizeram parte deste seleto corpo universitário e posteriormente de seu corpo administrativo. Outras grandes personalidades dos séculos passado da medicina brasileira passaram pelos velhos bancos escolares da Faculdade da Bahia, dentre os mais notórios estão Arthur Ramos, antropólogo alagoano, Oscar Freire, Nise da Silveira. No século XX foi eleito professor honorário da Faculdade de Medicina da Bahia Carlos Ribeiro Justiniano Chagas, discípulo de Oswaldo Gonçalves Cruz, Carlos Chagas tornara-se conhecido pela descoberta da doença produzida pelo trypanosoma cruzi, a qual foi designada em sua homenagem de Doença de Chagas.
A VITÓRIA FEMININA: A presença dessas mulheres como sujeitos na história dessa instituição abriu caminhos para as novas tendências pelo qual o país estava passando, isso se fez definitivamente presente com a permissão dada às mulheres para se diplomarem e através das ultimas reformas instituídas em 1887, formou-se na Faculdade de Medicina da Bahia a primeira mulher médica no Brasil, Rita Lobato Velho Lopes sendo filha dos pampas gaúchos, era natural do Rio Grande do Sul e defendeu sua tese intitulada "Paralelos entre os métodos preconizados na Operação Cesariana". A preseça das mulheres na Fameb, no caso de Rita Lobato, foi mais uma vitória sobre uma época machista e a faculdade incorporava justamente esse espírito empreendedor e inovador para a sua época a exemplo de que estava acompanhando a modernidade do Brasil e da Bahia.
A Gazeta Médica da Bahiafoi criada em Salvador no ano de 1866, sendo considerado um importante órgão divulgador da produção científica relacionada à patologia tropical no Brasil, durante seus primeiros 50 anos, a Gazeta Médica da Bahia publicou trabalhos sobre essas doenças; já no segundo ano de circulação, esse periódico publicou o "Código de Ética Médica", adotado pela Associação Médica Americana que deveria servir de norma aos integrantes da classe médica. Alegando que esse Código seria uma forma de combater o charlatanismo e corrigir os abusos que vinham sendo cometidos no exercício da profissão, seus redatores denunciavam a prática da venda de diplomas de doutor em medicina. A primeira delas já fez queixas da falta de apoio e de verbas necessárias por parte do Governo Imperial. Os estatutos de difícil adaptação já que eram os mesmos da Faculdade de Paris e falavam do não comparecimento freqüente de lentes, assim eram chamados, porque de fato não faziam muito mais que ler os livros franceses para os alunos. A faculdade apresenta várias peculiaridades, como as atas da congregação que revelam fatos pitorescos, um deles relata a tentativa de um diretor de proibir que os alunos levassem escravos para a faculdade, porque, enquanto os senhores estavam em aula, eles faziam barulho, foi vetado por unanimidade com a justificativa de que ele não tinha o direito de disciplinar propriedades particulares.
MEMÓRIA: Era conhecida como um Lugar de memória da medicina, do saber médico e do prestígio social dos médicos na sociedade brasileira, na sua arquitetura atual, resultado da reconstrução feita após o incêndio de 1905, com seus templos clássicos e inumeráveis colunas dóricas e jônicas com suas absides das igrejas cristãs na rotunda, onde se instalaria o anfiteatro.
O TEMPO: O descaso para com a ciência no Brasil se manifestou em muitos acontecimentos trágicos, desde incendios, até desmoronamentos do teto. Nestes tipos de aciendentes somado ao descaso do governo, muito se perdeu materialmente e historicamente, desde o material incendiado ou destruido, até os os volumes destruidos por traças, mas o principal agente destruidor desses arquivos foi o despreocupação do quem deveria zelar por eles, no caso o governo.
Base Econômica
- Crescimento da população da Bahia de 1900 a 1930; - Artigos da grande lavoura voltado par ao mercado interno, permanecia o algodão, café, fumo, o cacau e o algodão, sendo que o açúcar cedia importância para os outros. O cacau foi o que mais desenvolveu. - No século XVIII a Bahia exportava açúcar, fumo, algodão, ouro, sola, aguardente e farinha de mandioca. - Dificuldades financeiras decorrente da estrutura social e economia; ainda predominava na Bahia o trabalho escravo. - Uma série de crises na economia baiana se instalou devido a crise de 1873: declínio na produção de açúcar, bem como da exportação do café e do algodão.
CONSIDERAÇÕES
A Fameb representou desde a sua criação, um grande passo para o país e isso foi posto em prática desde os primordios difíceis e complicados até os dias de hoje onde serve de modelo para várias outras faculdades de medicina. É um orgulho para o Brasil e principalmente para a Bahia ter essa escola tão competente que tanto nos ensimou e curou para nos tornármos melhores cidadãos brasileiros.
Referência
GOMES, Laurentino. 1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. 2ª reimpressão. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007.
OLIVEIRA ES. Memória histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBA, 1992.
ARAGÃO, Gonçalo Muniz Sodré de. Memória histórica da Faculdade de Medicina da Bahia relativa ao ano de 1924. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1940. (IGHB)
SILVA, Alberto. Raízes históricas da Universidade da Bahia. Salvador: Universidade da Bahia/ ed. Livraria Progresso. 1956.
TEIXEIRA, Rodolfo. Memória histórica da faculdade de medicina do Tereiro de Jesus (1943 - 1945)/ Rodolfo Teixeira; capa de Diógenes Rebouças. 2. ed. Salvador: EDUFBA, 1999.