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domingo, 24 de agosto de 2014

Guerra e relação entre os sexos

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“Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com paus e pedras” Albert Einstein.



Causas da Primeira Guerra Mundial

* Partilha da África e Ásia (insatisfação da Itália e Alemanha que ficaram com territórios pequenos e desvalorizados).

* Concorrência econômica entre as potências europeias e corrida armamentista

Nacionalismos (pan-germanismo e pan-eslavismo) e rivalidades.


Início da Guerra 
- Estopim (começo): assassinato do príncipe do Império Austro-Hungaro Francisco Ferdinando
- A guerra espalha-se pela Europa e por outras nações do mundo
- Formação de Alianças: Entente (Inglaterra, França e Rússia) x Aliança (Itália, Alemanha e Império Austro-Húngaro)
- Brasil participa ao lado da Tríplice Entente, enviando enfermeiros e medicamentos
- Guerra de Trincheiras


Novas Tecnologias de Guerra 

- A participação das Mulheres como operárias na indústria de armamentos


- Uso de aviões, submarinos e tanques de guerra. O Fim da Guerra 

- 1917: entrada dos EUA e derrota da Tríplice Aliança (Alemanha e Império Austro-Húngaro)

- O Tratado de Versalhes: imposições aos derrotados
- Resultado da Guerra: 10 milhões de mortos / cidades destruídas / Campos arrasados 

A MULHER E A GUERRA

Hoje em dia, quando estudamos história das grandes guerras,  é  inquestionável a importância do papel da mulher em tempos de guerras e revoluções.  Apesar de a marinha e o exército contarem com o trabalho feminino desde 1900, atuando principalmente como enfermeiras, foi apenas durante a primeira guerra que as mulheres começaram a ser consideradas de fato como força de trabalho. Considerando a falta de contingente, a marinha passou por cima de toda a burocracia que proibia o alistamento de mulheres e nessa ocasião, cerca de 13 mil mulheres foram incorporadas. Cerca de 30 mil mulheres participaram da guerra mesmo antes de terem direito a voto. Na segunda guerra a participação da mulher foi expandida e ainda mais marcante e se deu em muitos setores.  Mas o papel mais marcante da mulher durante as grandes guerras foi de fato o trabalho como operárias nas indústrias bélicas e também na organização social.

O que ocorreu foi que em tempos de guerra a escassez é um fato. Com a ida de quase todos os homens para a guerra, a força de trabalho dos países se extingue e com as fábricas vazias e a economia indo ao colapso absoluto, gente passando fome, não é hora de ficar inventando história de diferenças sexuais. A única maneira de resolver a situação era convencer as mulheres a largarem seus afazeres domésticos e a educação das crianças e irem para o trabalho.




O feminismo foi responsável por várias mudanças nas sociedades ocidentais como:
·  O direito ao voto (para as mulheres).
· Crescimento das oportunidades de trabalho para mulheres e salários mais próximos aos dos homens, muito longe ainda de oportunidades e promoções equiparadas.
·  Direito ao divórcio.
· Controle sobre o próprio corpo em questões de saúde, inclusive quanto ao uso de preservativos e ao aborto.

A guerra realmente mudou a maneira de pensar em relação aos homens e mulheres na sociedade? É preciso ir fundo em questões especificas e até mesmo simbólicas nesse período pós guerra, ainda mais quando o assunto envolve gênero e nacionalismo. Após o armistício de 1918, a guerra européia mudou a realidade, de um lado os americanos triunfantes, de outro, uma Europa despedaçada, com países desmembrados a nova realidade, dentre eles a Áustria e Alemanha e países vencedores porem traumatizados como foi o caso da França, Inglaterra e Itália.



Milhares de pessoas pereceram nesse primeiro grande conflito mundial de nossa era, outros tantos na mesma proporção foram realocados a nova sociedade civil, para as mulheres acusadas de aduladoras aos partidários gritavam por direitos emancipatorios cuja promessa foi um futuro promissor, ou no mínimo o discurso de que nessa nova etapa elas teriam voz na reconstrução, afinal eram tempos de mudanças.


Essas mesmas mulheres que lutavam por serem ouvidas eram tidas como oportunistas e incapazes de realizar suas tarefas de casa, o fim desse conflito, serviu somente para reforçar ainda mais a posição patriarcal e familiar, concentrada no núcleo familiar. Por causa disso, a desmobilização feminina foi fatal para o movimento feminista, pois ele começou a enfraquecer principalmente para as mulheres que haviam trabalhado na guerra, sendo as primeiras a serem demitidas.


A França foi a mais cruel, mesmo as mulheres gritando por serem ouvidas, nunca foram devidamente ouvidas, na Alemanha e Grã Bretanha, foram criados a curto prazo um mercado de trabalho diferenciado com o intuito de restaurar as famílias tradicionais sustentadas pelo pai e a mãe trabalhando em casa em seus afazeres domésticos, as mulheres nada receberiam por isso. Na Inglaterra, os homens percebem a jogada do governo e agem em proveito de si próprios, recebendo subsídios e vivendo à custa do Estado.

Até mesmo as funções antes tidas como femininas agora são ocupadas por ex combatentes mutilados e pelo exercito de reserva que lutou na guerra; o trabalho agora era apostar numa retomada entre os homens voltados da guerra e a reunificação das famílias, confirmando o papel e identidade masculino abalados por quatro anos de guerra e por outro lado tendo que apagar justamente esse episodio, sendo seu objetivo agora restaurar ou tentar pelo menos o antigo mundo, seu desejo agora era voltar a seus lares da mesma forma que haviam deixado antes da guerra.

Mesmo sem intenção, a idéia que se tinha era de uma conspiração dos homens contra as mulheres, na busca desesperada de uma nova virilidade de dominação em relação às mulheres e as crianças. A nova mulher dona de casa é representada bem mais na Inglaterra pela figura da rainha do que nos Estados Unidos, na figura da domestica consumidora e erotizada; por sua vez os americanos e canadenses criam o dia das mães, posteriormente a França também adota a data como dia das mães.

A verdade era de que a guerra pouco ou nada fez para diminuir as divisões sexuais, pelo contrario, o trabalho feminino era sempre criticado pelos homens. A partir do século XIX, o trabalho feminino diminui por parecer servil demais, na Grã Bretanha o desemprego aumenta no período das duas guerras, mas as condições das domesticas melhoram, os trabalhos antes feitos exclusivamente por mulheres vai diminuindo dando lugar a operaria de metalurgia e indústria elétrica apesar de toda a oposição sindical masculina, agora sim há uma divisão de trabalho criado “graças” a guerra, mesmo sendo trabalhos repetitivos e não qualificados.

Outro detalhe apontado pelo autor foi à criação de trabalho da “terceira idade” como a presença da mulher em bancos, comércio, serviços públicos e serviços liberais, antes de exclusividade masculina. Na França antigas reividicações foram ouvidas, as mulheres tiveram acesso a ações mais igualitárias, com o ingresso de estudantes em escolas comerciais e de engenharia junto às universidades e a partir de 1924 o ensino secundário foi equiparado aos homens e mulheres.

Ocorre mudanças também nos lares, as filhas desses casais tem seus pensamentos voltados para a modernidade, não se parecendo mais com suas mães, o novo modelo de mulher agora é independente, isso só foi possível por causa da guerra. Mesmo em países conservadores da época como o caso da França, com sua política rigorosa de controle de natalidade, por exemplo, somente em 1938 é que as mulheres casadas puderam votar, sendo que na Alemanha e na Grã Bretanha, isso já era praticado como principio de igualdade entre os sexos pelo código civil e penal.

Com o direito das viúvas receberem pensões de seus maridos, novamente a guerra promoveu novos direitos sociais protetores das famílias, concedendo as mulheres o direito de cidadania e chefes de suas famílias, reforçando o sistema de proteção social. Esses movimentos tiraram a mulher da reclusão e deu lhes liberdade juntamente com novas responsabilidades, com isso o “espartilho, as roupas compridas e apertadas bem como os chapéus incômodos” foram abolidos frente à nova realidade que agora admitia roupas mais suaves e agradáveis.  

Isso fez elas pensarem em seus corpos com outra perspectiva, assim poderiam praticar esportes, dançar os ritmos vindos da América, sair sozinhas e até mesmo explorar sua sexualidade e decidir o rumo de suas vidas. Essa libertação trouxe a tona à homossexualidade feminina, antes condenada e agora poderia ser vivida sem culpa como um desafio a hegemonia masculina.

A guerra separou em definitivo os sexos, ocasionando até mesmo o ódio e a incompreensão, isso serviu para instaurar uma nova consciência cultural, iniciou-se uma síntese instaurada durante muito tempo em uma linha divisória entre o masculino e feminino, ressuscitando antigos mitos viris: os homens eram feitos para conquistar e combater, as mulheres para dar a luz e cuidar dos filhos, assim a dicotomia cultural triunfaria sobre o pensamento social e político.

Essa cultura era associada a épocas antes de 1914 onde as mulheres deveriam ser do lar e os homens aos trabalhos qualificados. Haviam as mulheres burguesas que trabalhariam o pensamento de fortalecimento individual com o desejo de integração, pois assim, elas teriam a consciência de sua força, deixando de lado a idéia principal de que ela era exclusiva da família, com isso diminuiria sua culpa e a tornaria mais livre.

Para Richard Evans, 1920 foi o fim da era feminista, pois o sufrágio era sinônimo e causa do declínio desse movimento, o feminismo anterior a 1914 visava a igualdade entre os sexos, no período das duas guerras, ocorreu uma cisão das minorias radicais que lutavam por liberdade sexual e igualdade profissional. O movimento feminista reclamava as diferenças complementares dos sexos como a moral e a maternidade, exigindo assim, proteção especifica para essas trabalhadoras.



Em suma, o contra senso de se opor a década de 20 à década de 30 é afirmar que o gênero na guerra, teve um caráter conservador entre os sexos, visto que o século XX nasceu sob guerras, antes tarde do que nunca reconhecer a verdadeira modificação das relações entre o masculino e feminino.



Minhas homenagens a essas guerreiras, sendo assim, eis alguns exemplos históricos:














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