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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Gênero e educação: a mulher em foco.

"O trabalho qualificado implica de certo modo um elemento de capital pois a educação e a formação exigem recursos." Jan Tinbergen

Militância Feminina – fala do encontro que se realizou em Nova Iorque e foi o 1º encontro dos direitos das mulheres na cidade de Sêneca Falls, foi o marco inicial do feminismo no ocidente. Foi um desfecho do encontro ocorrido em Londres em 1840, contra a escravidão na qual elas haviam sido impedidas de participar, e seus lugares foram às galerias, os poços homens simpatizantes com o movimento se juntaram a elas, somente observavam.
                                           
A presença das americanas foi forte contra a escravatura e foi o 1º esforço para libertar as mulheres da sua dependência, resultando uma declaração de sentimentos e resoluções, baseada na independência americana. Foi considerado o 1º movimento a ser levado a sério. Correspondeu ao processo crescente de seu trabalho paulatino no espaço público.                                                                                   

Em 1792 Mary Wollstonecraft publicou Reinvidicações dos Direitos da Mulher, a brasileira Nísia Floresta traduziu para o português, foi uma forte defensora dos direitos no Brasil na época da monarquia, morou na Europa e militou por lá nas causas feministas. O trabalho feminino é tão importante no contexto como o masculino e sua inclusão nos direitos civis.


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O movimento foi em todo continente europeu e partes do russo, na cidade de São Petersburgo em Moscou e o foco foi à discussão da prostituição feminina. Dostoyevsky comentou a falta de oportunidade das mulheres em ler seus poemas em publico. Suas conquistas não se restringiam as polêmicas literárias, mas na possibilidade de estudar em universidades e isso aconteceu, se alastrando para alguns países da Europa Central com russas com russas fugidas por causa de perseguições étnicas.




Michelle Perot dizia que uma mulher pode escrever qualquer artigo em seu quarto e este se transformará em um artigo de jornal.






Virgínia Wolf escreveu pela militância em 1929 e falava da aprovação do voto na Inglaterra e expressava sua indignação dizendo que era desequilibrada e irreal. Para Joan Scott isso eram fórmulas que as mulheres atingiriam futuramente.





Em 1920 Arnold Bennett publicou algumas coleções e meses depois isso seria capa da revista New Statesman, onde Desmond MacCarthy assumiria o apelido de falcão afável e dizia que as mulheres eram inferiores aos homens, Virgínia retrucou dizendo que seu olhar era parcial e que o século XVII em diante, as mulheres eram as mais notáveis de todos os tempos, chamando-o de ave de rapina, este por sua vez responde que os homens têm capacidade superior e isto fica claro na história e no campo intelectual, algumas delas são inteligentes, mas não todas.                                                                       
A Luta Pelo Sufrágio Universal ­­- Foi a principal causa do século XVIII e ficou marcado como a luta do povo por conquistas contra os privilégios da nobreza. O movimento abraçou outros causas além dos seus ideais e no parlamento francês dizia-se que o voto das mulheres ajudaria os partidos conservadores, por isso que as mulheres não participariam lado a lado com eles. A posição da igreja era somente pelo seu espírito.
                                                                                                                                 
O campo educacional era mais propenso à abertura para as mulheres estudarem e as faculdades de medicina e direito foram às pioneiras nisso. Nos estados Unidos começaram votar em 1896 e terminaram com todas votando em 1910, no Brasil isso aconteceu em 1934, um ano depois as índias também passariam a votar.




As transformações Invisíveis – O século passado ficou conhecido pelo medo das mulheres aos homens, por ser difundida a idéia de a mulher ser o 2º sexo, porém o século seguinte XIX ficaria conhecido como o século do feminismo, com movimentos coletivos, abrangendo todas as esferas sem se deixar afetar pela história; as mulheres começaram mudar o quadro social ocupando cargos mais relevantes com o passar do tempo, saíram de seus lares para ir em direção as organizações administrativas, porém todas as profissões deveria ser r consentidas pelo marido. 

Primeiramente predominavam as mulheres de famílias aristocráticas empobrecidas e depois as descendentes dos artesãos por causa do movimento do êxodo rural; em 1860 pela necessidade de professores ao engrandecimento da economia as mulheres se tornaram disponíveis, suas posições declinaram no final do século por causa da sociedade capitalista, no campo as coisas eram diferentes, a ponto de alguns homens assumirem os afazeres domésticos, na cidade o trabalho fabril restringiu as mulheres a donas de casa, mas no contexto elas adquiriram mais direitos do que anteriormente.                               

Dragões da Virtude e rainhas do Lar – As mulheres passariam a ser uma força nunca vista antes,tudo regidos por um código de condutas da época, principalmente na Europa, onde era comandada na Inglaterra pela mão de rainha Vitória e ficou conhecido como período vitoriano, por causa de seu conservadorismo burguês, ético e puritano. A industrialização ajudou as mulheres fora de suas casas, ela não era estigmatizada por demonstrar interesse pela economia nacional, e não só pela doméstica. A mão de obra masculina era grande devido ao êxodo do campo, isso ajudou a manter no estilo vitoriano nos lares.

A época vitoriana valorizava a família, o entrosamento masculino e feminino não atrapalhavam as relações familiares. Haverá confrontos no sentido da mulher de carne e osso com os modelos  que se construíram em torno do novo feminismo. 

                                                                                             
Este modelo advinha das hierarquias masculinas, onde a mulher era o modelo idealizado pelo homem. Por isso a mulher não passava de objeto. Em torno de 1850 a mulher passa ser configurada como uma figura essencial ao lar; mas isso não deixa de acompanhar seus movimentos por mais direitos. A mulher passa a disputar mais direitos com o marido, a ponto de no dia do pagamento as ruas se transformavam em campos de batalha. 


As mulheres passam a ter o controle sobre todas as classes européias e até no Brasil, caracterizando um novo tipo de comportamento. Com todas essas transformações a mulher passa a ter um novo papel no séc. XXI, saindo das trincheiras do lar e sai para os novos rumos conseguidos por suas batalhas.
 


Anatomia e Destino.

Esse tipo de opinião expressa o quanto preconceituoso Freud era com as mulheres ao se referir a mulher como analista, a psicanálise não ajuda efetivamente a mulher por seus direitos, ao afirmar que ela é destinada naturalmente para ser mãe. Isso era notado por causa das diferenças que as mulhes sofriam em todas as décadas dos séculos XIX e XX pelo ocidente.  


Michelet dizia que só as massas teriam o poder de mobilizar a história, fato comprovado pela RF. Somente a união dos sexos garantiu essa vitória; ele afirmava que justamente essa diferença era  aquela que dava forças para se conseguir poder de transformação, ao comparar a mulher com a natureza, o homem oscila entre o natural e o selvagem, e isso a mulher não era.   
                                                        
Até os pensadores antigos destacavam as diferenças do homem e a mulher como um fato da natureza que deveria obedecer  a um fim qualquer. Spinoza não mencionava a mulher nos movimentos da RF por que dizia que seria uma desrazão em se o fizesse, ele legitimaria a sua não incorporação no espaço publico da política. apesar de todo esse vigor burguês, o séc.XIX apresentava ares de mudanças.                           
        
 
O homem nesse contexto é associado à civilização e a mulher a natureza, por causa da bipolaridade, mesmo assim a mulher começa a se destacar por ocupar novos cargos públicos, mesmo sendo estereotipada pelo homem preconceituoso. As mulheres não eram bem vistas na RF por causa da imagem passada por Maria Antonieta como uma devassa, mas inerente a sua figura, a feminilidade sempre esteve em alta e talvez ela fosse criticada. Isso era visto como um uma afronta e sinal de pecaminosidade. 


As Correntes Historiográficas e as Mulheres na História. A afirmação de Simone Beauvoir de que ninguém nasce mulher estabelece um antagonismo aos legados fatalistas, pelas diferenças entre homens e mulheres continuarem a ser usadas como respostas construídas historicamente por uma mente machista.
 


O positivismo demonstra sinais de  ser a favor do movimento feminino na relação da história com as mulheres e sua contribuição para neutralizar as desigualdades. No séc.XIX a Antropologia colocou em primeiro plano a sexualidade. Apesar de não ter dado grandes destaques a mulher na historiografia, Block e Febrve falaz que a história é um entrelaçamento de fatos que contribuem para a construção cotidiana.
 
Tudo segue um pensamento linear de tempo e espaço, tempo e dinheiro constituindo estruturas persistentes e tão repetitivas, mas se relacionado à mulher, o tempo e espaço se anulam, retardando sua independência. a participação da mulher se da num alargamento de mentalidade comuns aos dois sexos, e isso favorece a mulher em propiciar sua entrada na incorporação como sujeito histórico.                            
 
No séc.XIX, na década de 70 as mulheres socialistas iniciam as movimentações feministas em grupos mais organizados. O manifesto comunista de Marx já mencionava essas diferenças entre homens e mulheres resultado por um antagonismo de classes. Os burgueses acusavam as mulheres de prostitutas.
 
Não tem como falar em utopia sem falar em classe social, e nesse ínterim, o espaço da mulher era diminuído, outro fator importante foi de que as mulheres socialistas eram contra o capitalismo  e só isso traria a libertação para elas, esse tipo de pensamento atrapalhou  elas no estudo sobre movimento operário e sua herança tradicionalista. Eram abordados também temas como o trabalho infantil para o processo de acumulação de capital; outro fato pesquisado foi o de que o trabalho não ajudava nos laços afetivos dos gêneros, acentuando ainda mais as diferenças e piorando o relacionamento por causa da escassez do trabalho.

A indústria têxtil da época era quem demarcava os padrões trabalhistas e era nesse circulo trabalhista que as coisas aconteciam, a desculpa era usada pelo fato de as mulheres serem mais aptas por causa de seus afazeres domésticos terem mais habilidades para trabalhar, porém não recebiam o salário adequadamente.   
     
 
Joan Scott
Foucault faz um discurso desafiando o discurso masculino e questiona as categorias feministas que correspondem à ênfase recaída sobre a reação de ação coletiva. O importante é eleger o sujeito anônimo aos grandes personagens como uma "renovação do desconhecido” A emergência dos estudos sobre as mulheres como sujeitos históricos e o movimento feminista Joan Scott alerta para não se estabelecer os fatos de forma linear, mas pelo que esse processo tem de acrescentar a despolitização.



Simone Beauvoir no livro O Segundo Sexo dizia que as mulheres não tinham história, portem sabe-se que no decorrer da história elas com seus movimentos feministas revolucionaram o saber histórico. As grandes conquistas femininas estão ligadas aos grandes congêneres masculinos e isso lhe dava excepcional idade, as críticas dizem que a história errou em alguns casos comparando os gêneros as estruturas e apontava insustentabilidade na multiplicidade nos sujeitos.

As historiadoras eram acusadas de se basearem em circunstancias parciais, colocando o conhecimento a um rótulo, isso por que era o homem branco que fazia essa realidade, excluindo parte da humanidade. As mulheres questionavam esse comportamento. Isso era fundamental para o trabalho delas e só aumentava sua participação na sociedade, criando uma identidade coletiva para elas.  




Betty Friedman
A crise do Movimento feminista e a historiadas mulheres, Betty Friedman dizia que os direitos conquistados separadamente dos homens não resultou nos ideais imaginados e na sua respectiva felicidade. O feminismo passava por momentos de mudança e quando comparado a sua natureza era primada pela sua razão, esse insucesso nas mudanças competia também cós as crises políticas, religião e família. Sua dinâmica revelava as diferenças que ocorriam dentro dos movimentos ideológicos, se confrontando com o dilema das diferenças.


Nos anos 90 essas diferenças foram acirradas com o fim do homem ser considerado universal e os direitos agora passavam a ser disputados por igual, variando a capacidade de cada um, revelando outro ângulo histórico e essas diferenças não se davam somente no campo do gênero, mas sim na raça, cor e classe. Nas eleições as mulheres começavam colocar isso em questão questionando os grandes feitos masculinos nas sociedades pré-industriais.  Igualmente questionavam o papel da mulher na história social, impedindo-as de fazerem parte de um grupo homogêneo.

A fase dos relativismos as lutas feministas são vistas com "menos” unilateralidade sobre os dominados; assumindo a criatividade dispersa a opressão que neles incide. A desconstrução desse discurso considera a pratica não reativos ao comportamento das mulheres. A resistência aliada ao discurso marxista é lenta e restrita a certos espaços; a história social mais uma vez é mencionada como responsável por re-introduzir a estrutura uma hierarquia de poderes.

Ann Oakley
 A categoria gênero - Freud diz que os "gêneros" são enganadores, e essa diferença varia de autor, a sexualidade é a diferença entre ambos. A evolução depende de seu crescimento e dos outros. Essas definições foram importantes para a indústria; Lacan diz que a sexualidade é oposição ao gênero e não se restringem ao macho e a fêmea. Ann Oakley reconstrói esse conceito.  



                                                                                                             
As diferenças entre os sexos seriam uma remodelação da sociedade e extensão de seu corpo.  Essa categoria de gênero separa o homem da mulher, a atenção estava agora voltada para os detalhes, os conteúdos que revelavam aspectos básicos a subjetividade dos questionamentos, esclarecendo a história feminina e contra pondo-se a masculinidade. Em países capitalistas, essas diferenças políticas  estão no administrativo, pois se ela é capaz de administrar sua casa, pode igualmente fazer isso na sociedade. A religião é uma das responsáveis pelo atraso das mulheres no ingresso ao trabalho social.

Duby
Algumas considerações sobre a historiografia das mulheres no Brasil, Duby e Perrot falam do progresso da mulher e seu desenvolvimento no país, mesmo sendo um país latino; As mulheres índias passam pelo processo de colonização, desorganizando-as no seu papel autóctone, as africanas trazidas a força em nosso país foram uma das maiores diásporas que se tem notícia, a presença européia na América ibérica levou a elaboração de vários modelos de comportamento, inclusive na reprodução anglo-saxônica. 
As mulheres brancas sugerem uma univocidade distante da realidade; os estudos dessas identidades levaram a mulher a estudar as diferentes identidades em relação ao masculino pela sua desigualdade. A colonização enfatizou as diferenças  culturais e étnicas da escravidão no Brasil. Na década de 80 o espaço feminino aumentou sua participação no mercado de trabalho e espaços urbanos, tudo isso contra pondo-se a imagem criada pela igreja e seu pecado por causa da sexualidade.

História das mulheres: fontes, Temas e Abordagens.
A consolidação desses documentos sobre as mulheres consolidou uma revolução de documentos para pesquisas. A inserção da mulher na história cultural, social e da Nova História apresentam resultados promissores, ultrapassando as barreiras dos espaços e do público contra pondo a imagem criada de dona do lar; a educação destaca-se por ser de maioria feminina, pelo menos no Brasil, pelo fato de serem ótimas "professoras da casa" elas se destacaram pelo ensino e pela forma como o faziam aos alunos, e isso aumentou significativamente sua participação no mercado trabalhista, resgatando suas vozes caladas e saindo do anonimato.
                                                                                                                                          
A mulher na procura por estudos de si mesma, se supera na condição feminina para a situação de mulher, que sempre aparecia no singular, essa ênfase recairia na historiografia da mulher brasileira, como no resto do mundo, tudo o que se relacionava com sexo era visto pelo público masculino como um estorvo, e isso só acirrou a vontade empírica pelo conhecimento de novas práticas.
                                                           
Berta Lotas
Biografias ou depoimentos biográficos como fonte e como produção historiográficaAs mulheres passam a se destacar por agora ocupar cargos entes exclusivos aos homens, os homens eram diferentes, mas não desiguais; a luta feminista se deu também pelo movimento operário. Berta Lotas foi uma das primeiras personagens brasileiras a se destacar no âmbito feminino. A luta das ativistas tinha que ser vista com cautela, pois suas vidas particulares poderia ser expostas, fato que aconteceu com a "Rosa de Luxemburgo" ao fazer parte do partido social democrata alemão e como partidária foi acusada de utilizar a "máquina partidária” para interesses pessoais.

As mulheres na América latina na década de 70 se destacaram pelos movimentos contra os movimentos ditatoriais militares. Eram mães, militantes e particularmente no Brasil, estavam engajadas na luta de reconstruir os heróis brasileiros. Esses movimentos eram criados para mostrar a indignação pelo tratamento dado a elas nesse tempo desde a colonização de maneira injusta e estariam dispostas a transgredir as normas impostas pelos homens de seu tempo.





Chica da Silva
Carlota Joaquina, Chica da Silva eram exemplos de mulheres que acima de tudo eram mães e nem por isso deixaram de ser figuras femininas. As fontes para estudar as mulheres são inesgotáveis e podem ser encontradas numa gama de documentos espalhados por vários estabelecimentos e documentos como: cartas, diários, registros, jornais. As mulheres começaram a trocar correspondências e isso passou a ser um instrumento de informação para elas no terreno dos jogos políticos. Os homens faziam à mesma coisa, mas era diferente, isso ajudou nas pesquisas delas.

                                                                                                                                       
Cônego José Inácio Roquete



O Código do Bom Tom do Cônego José Inácio Roquete era destinado às moças e senhoras, era uma espécie de manual. Com o processo de correspondências desenvolvido por elas, atingiram notoriedade na imprensa e do público. A troca de informações era fortalecia pela nova infra- estrutura dos transportes e conseqüentemente surgiu a necessidade novas agências de correios, com o aumento de novos estabelecimentos, elas desenvolveram o ofício de secretariado até chegar as grandes empresas.




D. Maria Bárbara
No Brasi1 as correspondências são trocadas entre D. Maria Bárbara e seu marido em Portugal Luís Paulino dÓliveira após a Revolução do Porto. As noticias falavam da Guerra da Independência Baiana, falava das rotinas, da família e das instabilidades entre tropas portuguesas e brasileiras. As mulheres mesmo estando longe dos maridos desempenhavam suas funções longe dos maridos nas fazendas.



Outra grande fonte usada foi o diário na Europa, por serem mais íntimos do que as cartas e por terem anotações filosóficas. Na América do Norte predominava o protestantismo e na Europa o catolicismo, a confissão estava ligada diretamente com sacerdote enquanto que na outra se recorria à pessoa interposta, era obrigada a correr ao papel.


Todas elas agora utilizavam o diário para se expressarem e fazerem suas reclamações. As americanas se destacavam pelo conteúdo erótico de seus diários; as russas também faziam uso diário para exporem suas políticas. No Brasil esse movimento foi retardado por causa da religião e dos laços familiares e se limitavam a registros de contabilidade, nascimento e morte dos filhos.   



O diário era considerado um registro de si mesma, como foi constatado com a filha de Benjamin Constant onde ela falava em uma continuação do cotidiano relatando os fatos ocorridos no cotidiano doméstico com o registro de parentes, doenças, a vida cultural de seus parentes próximos.


Helena Morley fala da relação de proximidade das pessoas e o peso que o diário tem sobre as pessoas por causa de sua vivacidade do Brasil da época. No Censo Geral do Império de 1872, dois terços das mulheres eram analfabetas; Maria Isabel de Lacerda Werneck descreva os fatos cariocas em 1887 como o batizado de escravos, entrada e saída de mercadorias, assim como suas preocupações do cotidiano. A relevância não estava nos registros e sim na reconstituição do mundo oitocentista da época, suas anotações eram importantes também, porém serviam para várias coisas.  
                                                                                   
Código de Conduta ou manuais de etiqueta, o modelo adotado na época era baseado na era vitoriana praticamente no mundo ocidental adotado como difusão do antigo regime, a intenção era enquadrar e reprimir o corpo e o comportamento entre as pessoas em todas as áreas de abrangência das pessoas da época, ou seja, enquadrar os transgressores.
                                                                                                                   


O Código de Bom Tom corria o risco de ser exagerado e desproporcional por abordar uma realidade embora beirasse a ficção; nas páginas são abortados exemplos de comportamento e condutas de ética há ambos os sexos aos que não estavam se comportando adequadamente. Nesta lista destacavam se as levianas, moderadas, sisudas, recatadas e outras. O autor do livro dizia que preferia ver as pessoas em casa aos passatempos mundanos. 
                                                                                                            
Michelle Perrot dizia que sexo das pessoas influenciava na da disponibilidade de sentar a mesa; o prato dos homens era forte na base de carne vermelha, enquanto que o das mulheres era leve a base de frutos e carnes brancas, tudo para indicar a posição social de cada um. Tudo isso norteava a sociedade e seu comportamento no circulo social O Carapuceiro foi um jornal que destacava isso sobre costumes conservadores ridículos ao sexo feminino, como a moda.

Richard Freiherr 
Os médicos começaram a discutir o porquê dos suicídios femininos e a sua mobilização a esse comportamento sexual, que mais atrapalhava do que ajudava. O Dr. Richard Freiherr traçou um perfil entre o homem e a mulher em relação ao comportamento sexual e concluiu que o homem pelo seu impulso sexual é mais imperativo que a mulher, a partir de certa idade. As mulheres são naturalmente mais dóceis, percebe-se certo preconceito da parte do doutor, dizendo que isso é um fenômeno fisiológico, passiva de somente fazer filhos.





Clélia Duel Mosher
A Dra. Clélia Duel Mosher baseou-se nos estudos a partir da higiene pessoal, questionando-as sobre suas emoções e sua vida sexual em 1892; ela concluiu que o resultado não condizia com  a realidade, pois boa parte delas tinha  conhecimento  universitário; ela considerava o sexo como algo espiritualmente como algo superior.




Esse tipo de questionamento começa chamar a atenção das mulheres no mundo todo a ponto da campanha começar a abolir as amas secas, no Brasil quem se encarrega dessa campanha foi Maria Clementina Pereira da Cunha, começando sua campanha pelas classes dominantes e depois as massas populares, e seu discurso falava do basta que as mulheres devam  dar a essa inferiorizarão. As características do nosso passado se explicavam  pelo passado escravista de nosso país e pela separação sofridas das mulheres ; esse contra-senso  porém  foi único e isso possibilitou um estudo singular.
Erário Mineral produziu estudos até a metade do séc. XIX onde o sujeito eram as doenças femininas, levando em consideração sua natureza feminina. Luís Gomes Ferreira era médico na época dos grandes descobrimentos e pela experiência acumulada em suas viagens conheceu muitos hábitos e costumes das mulheres pelo mundo afora e por fim se estabeleceu em Minas Gerais; lançou um trabalho sobre a mulher altamente preconceituoso pela ignorância contextual da época. 


Maria Odila Leite Dias falava da obstinência da mulher em relação a sua vida airada baseada na predominância branca das mulheres e o grande número de homens, ele tinha certa preocupação com a quantia de abortos que se realizava na região, Luís Gomes falava do perigo da ignorância delas, a ponto de pensar que a gravidez era uma doença. A igreja fazia vista grossa para o aborto, pois só considerava como vida somente depois de oitenta dias. 


FONTES OFICIAIS
Eram aquelas que advinham do governo, ou seja , da igreja e dizia que as mulheres se restringiam ao campo privado, não respeitando-a e dando o devido respeito a sua pessoa; muitos estudos foram feitos a esse respeito criticando o tratamento dado a elas, pois mesmo em casa elas desempenhavam um papel social e político a ponto de se organizarem e trabalharem nos primeiros projetos do poder público pela sua competência contribuindo imensamente para suas carreiras profissionais futuras. 
FONTES CIVÍS E ECLESIÁSTICAS
Grande parte dos registros de casamento, certidão de nascimento, óbitos eram de posse da igreja, a América Portuguesa foi comandada pela força da cruz e da espada através do Padroado Régio, por esse documento a igreja tinha o controle da população, através das confissões, do medo e da tortura, a igreja se auto proclamava responsável pelo espírito das pessoas a apurava todo tipo de irregularidade em relação ao comportamento e da fé, conseqüentemente as mulheres muitas vezes apareciam como as grandes vilãs da vida corriqueira e precisavam ter o máximo de cuidado para não caírem à luz dos interrogatórios.  
TESTAMENTOS
No Brasil acontece um fato incomum, pois elas em razão da descendência ibérica tinha direito a parte da herança, fato que nos outros países só se conseguiu isso muito tempo depois; isso teria ajudado elas junto com outro elemento um incomum, a herança adquirida pelas viúvas através do dote; o pecúlio foi outro fator que ajudou-as a concretizarem suas fortunas
Sheila de Castro Faria falava das negras forras em Campos, auxiliada por Eduardo França Paiva e sei trabalho pontuava como elas se reduziam etnicamente pelas condições apresentadas no cativeiro pelo trabalho por causa do gênero; com o testamento elas foram reconhecidas como fonte oficial, uma vez que a fonte oficial exigia que a abertura do inventário não fosse obrigatória quando morressem pessoas sem direito.



Referencia:
GONÇALVES, Andréa Lisli Gonçalves. Gênero e Educação. Ed. Autêntica, Belo Horizonte. 2006, PP 11 -141.


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