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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A arte mesopotâmica

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“A riqueza de uma nação se mede pela riqueza do povo e não pela riqueza dos príncipes”. Adam Smith

A Arte Mesopotâmica

Se o atual Iraque seguisse o mínimo da política sem os miseráveis dos fanáticos do grupo Taliban, em relação do que foi o antigo povo formador dessa grande nação, com certeza seria um dos países mais prósperos do mundo na atualidade, mas para entendermos como é esse povo, temos que compreender como funcionava a cultura da água, pois ela era muito mais valiosa do que tesouros, com certeza quem a fizesse, teria a sapiência para resolver todos os outros problemas. O homem mesopotâmico é antes de tudo um elemento que fez parte do contexto de habitat e não de um povo, consequentemente sua arte se desenvolveu em cima dos ditames físicos, com uma maravilhosa mistura de povos, estilos, cultura e jeito de ser e viver, isso se deu graças às necessidades dele se estabelecer em um lugar, e como não sobreviveria sem água, nada mais correto que esse lugar ser as margens dos rios, no caso: Tigre e Eufrates.

A região tem como descrições físicas hostis de dia e mais ainda à noite; é pobre e deficiente de minérios, mas rico em técnicas desenvolvidas, justamente por ser assim, sazonais que o homem soube muito bem como utilizar isso a seu favor. Utilizou todo o material disponível e possível de se trabalhar, mesmo quando seu trabalho era prejudicado por não ter uma matéria prima de qualidade, mas ele teve competência para fazer que sua arte fosse conservada. Como desenvolveram técnicas para a cultura de alimentos e plantios, tinham certa tranqüilidade na produção de comida e subsistência por causa do trabalho feito com as cheias dos rios. Embora fosse uma nação que “funcionasse” com prosperidade, eles apresentavam certos problemas de entendimento por serem rígidos demais, e se comparados com outros povos, apresentavam o mesmo ou quase igual eficiência como povo próspero.

Foi uma região que sofreu todos os tipos de ataques e batalhas que se possa imaginar, por ser vista como um “oásis” no meio de uma terra infértil e isolada de tudo; os invasores advinham de todos os locais, desde a Suméria até a Caldéia, como toda nação que invade a outra, ela deixa sua herança, cultura, hábitos de ser e agir. Os Sumérios o fizeram do século XXXV ao século XXX a C e o local escolhido foi o delta dos rios, se destacavam por serem amigáveis e dotados de grandes empreendimentos pela administração e seu campo de abrangimento foram à agricultura, a indústria e o comércio; suas características físicas eram de um homem rude e feio, porém sua beleza se fez presente na escrita e consequentemente nas leis, no processo de produzir adobes e tijolos com o arco, enfim, era um povo culto, fizeram bibliotecas, escolas e cidades-estado, no campo artístico as esculturas merecem um destaque especial com as famosas gudéias.

Os Acádios eram a mistura de dois povos, os assírios e os babilônicos, um era guerreiro e o outro era excelente comerciante, dominaram a região por 500 anos e no seu reinado o soberano confeccionou o código de leis, criaram a arquitetura de grandes templos, a economia avançou e com isso, enriqueceu as cidades embelezando-as com diversas formas e estilos; além da arquitetura militar representada por construções fortemente protegidas. Em uma nova investida, os Assírios tomam o local no século XX a C, sua política externa era conhecida por sua brutalidade para com os inimigos, e pela sua intolerância, registros escritos da época demonstram o temor dos povos adjacentes ao terror assírio; os governantes assírios caracterizaram-se também pelo tratamento despendido aos povos conquistados.

A pintura e a escultura desse povo embora guerreiro também tivesse sua contribuição para o embelezamento da região. Cada tesouro encontrado revelava suas particularidades e seu contexto histórico, suas idéias, seu meio de viver e feitos. Essas revoluções para a época foram impresionantes, mesmo depois de quase 3000 anos atrás eram um povo organizado a ponto de estudarem, viver em sociedade, usarem a escrita e utilizarem o meio tecnológico que revolucionou a história: a roda em várias frentes, além de dominar outros idiomas. Quem dava vida as artes da Mesopotâmia eram ilustres desconhecidos, pois em suas obras o artesão se assemelhava ao egipcío, quase nunca aparecia no sentido de deixar seu registro pessoal, o feito maior deles foi talvez no livro de Hamurabi onde citam o mestre construtor e uns ínfâmes ajudantes; o artesão assumia quase que um papel de ajudante de fazers ao soberano do que de artista propriamente dito, sua arte era destinada aos soberanos e sua posterioridade.

Não seria diferente dizer que a religião foi o fator central de espiritualidade deste povo, acreditavam em várias divindades, porém cada uma nas suas identidades e gênero, ao contrário dos egipcíos, não acredita na vida pós-morte, a religião assumia um sentido quase que mercantil usufruiam dela para obter lucro; sua crença se baseava em a vários entes, a espinha dorsal religiosa era o judaísmo, islamismo e o cristianismo. A herança mesopotâmica da escrita começa em placas de argilana com escrita pictográfica, precursora da cuneiforme, os registros mostram desenhos acompanhados de símbolos que representavam números, todos voltados para a administração e contabilidade, mais tarde esses símbolos teriam um carater fonético.

São responsáveis por introduzir o canto religioso (que séculos depois viria a se tornar os cantos gregorianos), a poesia, instrumentos musicais e a astonomia. Sua arte foi esplendorosa com traços e linhas inovadoras combinadas proporcionariam as mais belas formas arquitetônicas, se especializaram em construir templos e palácios, pois a mão de obra era farta; por não possuírem colunas, suas paredes eram enormes justamente para poder proporcionar um sustentação forte, iniciavam as construções em andares superiores (ovaladas, quadradas ou redondas), era um povo que primava por detalhes de forma harmônica nas construções e no seu universo habitual, suas casas eram razoavelmente simples, os palácios representavam o poder sua riqueza, suas estátuas colossais, geralmente de animais e seres humanos, a area externa era retangular cheio de salas todas voltadas para o pátio central onde assumiam um carater de moradia e de fortaleza militar em caso de guerra.

Seus santuários no futuro seriam as sinagogas judáicas, as igrejas católicas e as mesquitas islãmicas, oriundos dessas idéias o homem se fez valer de sua fé na morada de seus deuses e que eles precisariam de uma morada na terra; todo o povo era unido pela religião local e em torno disso é que a sociedade se desenvolvia. O Zigurat era a máxima dessa representatividade, se assemelhavam as pirâmides por serem edificadas em camadas em dimensões crescentes e no alto ficaria o santuário; ao redor desta construção eram construidas salas que corresponderiam ao restante das do templo, possúia uma mesa para oferendas; sua arte funerária foi pouco ou quase nada desenvolvida.

A região do Tigre e do Eufrates eram pobres em minerais, quase não havia matéria prima para as construções, partindo dessa premissa, os povos desenvolveram técnicas para poder usufruir com que eles mais tinham de abundante no local: argila; os tijolos eram produzidos e o sol se encarregava de seca-lo, por isso as paredes eram grossas e não demonstrarem fragilidade, afinal as colunas tinham um papel meramente decorativo, mas nem por isso deixaram de ser uma arte perene, existem construções que perduram até hoje. Todo centro político das cidades consistiam em um patio central, com o templo sagrado e nele constavam algumas janelas com uma arquiterua simples, mas com sutís sinais de embelezamente e suas entradas obedeciam ao padrão de portões.

A escultura assumia um papel naturalista, onde a estátua substituiria a pessoa pelo nome dela, e o escultor faria apenas o papel de serviçal responsável por confeccionar o artefato, o estilo em que eram esculpidas as estatuas revela-nos uma postura de poder visual em todo seu significado, nunca em tornos de fraqueza e fragilidade, e sim de robustez e poderío, porém o que mais chama a atenção para esse tipo de arte é a sua perfeição, afinal o material era raro e a beleza em que foram feitas demostram perspicácia e técnicas singulares. Até apresentavam um cunho religioso, mas a idolatria era aos soberanos e a figuras protetoras Representavam sua espiritualidade através do estilo da frontalidade caracterizado pela simetria corporal de qualquer face da obra, e pelo estilo geométrico onde os braços estavam quase sempre juntos ao corpo. Outro aspecto da escultura mesopotâmica foi o cânone de carater expressivo e desproporcional, olhos grandes, cabelos divididos simetricamente igual com vestes que aparentavam rigídez.

O realismo era usado para representar os animais, sua arte é praticamente homogenea, pois a relevâcia é dada a produção artistica e não simplesmente da arte pela arte. O campo mistíco prevalece sobre o natural, a arte era representada pelo que ela era e não pelo que aparentava, pois era voltada para a razão e para a totalidade intelectual. As obras classificavam-se pelo desbaste das pedras, por esculpir com saliência, criar arte nas paredesd e rochas, além das construções, o cotidiano era representado maravilhosamente bem nessas obras ao ar livre e em edificios ou templos; as estrela já faziam parte de seu contexto e eram adoradas por eles.

A pintura era reluzente e opaca, respeitava as curvas das obras e das partes representadas, ilustravam também todo cotidiano do povo mesopotâmico, sua arte era feita para decorar a ponto do próprio Heródoto elogiar tais magnificênsas; as cores mais usadas variavam do azul, verde, amarelo, vermelho, branco e preto. Outras obras foram desenvolvidas por eles; Nós somos eternamente agradecidos por isso, a cerâmica representa bem esse legado, pois foram desenvolvidas técnicas nunca vistas antes, além de uma infiniade de outros objetos para o uso diário. Já manuseavam metais e pedras preciosos, vidro e o esmalte.

Rei Nabucosonossor
O fato é que somos frutos dessa genialidade e seremos eternamente gratos pelos que somos e pelo que temos graças a eles, dizer que a arte mesopotâmica e a Mesopotâmia são o berço da civilização não seria exagero, vemos isso através da política de Hamurabi e outros administradores como Nabucodonossor, pela maneira como controlavam sua religião, a política e a economia nos templos, palácios e paralelamente com os negócios onde introduziram a contabilidade por causa das riquezas, nos presentearam ainda com outras ciências astronomicas, matemáticas, médicas, nos deram a musicalidade, o exótico, misterioso e os mitos que perduram até hoje e com certeza se perpetuarão por muito tempo.

Um povo se julga pelo passado que produziu, a arte mesopotâmica é a prova disso, pois saiu do “barro” literalmente e se fez presente pela intelectualidade do homem, esse sim uma obra de arte que de tão perfeita, peca por pensar ser infálivel ao confundir religião, poder e principalmente por se achar a verdadeira obra de arte.

Para se reconhecer a arte mesopotâmica deve-se antes de qualquer coisa analisar-se o denominador que foi escolhido: um denominador geográfico e não étnico, ligado a uma região e não a um povo. O que entendemos por arte do Oriente Próximo é o resultado da criação das culturas que se sucederam naqueles territórios, a partir do momento em que as comunidades humanas desenvolveram uma vida absolutamente sedentária, em conseqüência da exploração da agricultura mais conhecida como revolução neolítica. A Mesopotâmia está situada em uma faixa de terra na Ásia Ocidental, num vale entre os rios Tigre e Eufrates. Possui um clima seco e árido, estremado, com rigorosos invernos e ardentes verões. Seu terreno é árido na maior parte. É uma planície de aluvião. A areia tudo recobria. Existe ausência de materiais necessários ao desenvolvimento da arte como: madeira de lei e pedra, prejudicando, inclusive, a perenidade de sua arte.  

Por outro lado possuíam abundância de calcário nas margens dos rios. Apesar dessa terra árida na Mesopotâmia existia fartura de cereais, de frutas, em decorrência das técnicas de irrigação e drenagem que utilizavam. A falta de materiais aguçou a sua criatividade. Segundo Hauser o grande problema da arte mesopotâmica, consiste no fato de  possuírem uma economia baseada predominantemente, no comércio e na indústria, na finança e no crédito. Possuía um caráter mais rigorosamente disciplinado, menos variável e dinâmico do que a arte do Egito, um país com raízes muito mais profundas na agricultura e na economia natural. A história desse povo onde a engenhosidade técnica, a especialização industrial e a iniciativa comercial encontraram ambiente  para crescer e se expandir  foi uma sucessão de guerras, massacres, de dominações diferentes.

Sucederam nos domínios dessa civilização: Sumérios, Acádios, Amoritas, Cassitas, Assírios e Caldeus.
Sumérios – Entre 3.000 e 3.500  a.C. estabelecem-se no vale fértil. De origem desconhecida eram pacíficos e empreendedores, grandes administradores e dedicaram-se a agricultura, a indústria e ao comércio. Fisicamente eram: baixos, atarracados, com barba e cabelos raspados.
Criaram: a escrita cuneiforme; elaboraram leis, construíram casas de tijolos secos ao sol aplicando o processo do arco; fundaram bibliotecas, escolas e cidades-estados. Construíram muitas esculturas, é dessa época as famosas “Gudéia”.

Acádios (Assírios e Babilônios)  -  entre  2.000  e  2500    a.C. conquistaram a Mesopotâmia.  Eram semitas. Foram guerreiros e conquistadores. Ampliaram a região. Criaram o código de Hammurabi, e foram responsáveis por grandes edificações. Desenvolveram a economia, permitindo o embelezamento da cidade com templos, palácios e arquitetura militar. No final do segundo milênio a.C. os Assírios conseguiram apoderar-se progressivamente do  poder e lançaram os fundamentos dum império que prosperou com o governo de soberanos poderosos como: Assurnazirpal, Assurbanipal, Sargão II. A arquitetura, pintura e escultura exaltam as suas grandezas e façanhas. O valor excitante e inestimável de todos os tesouros encontrados pelos exploradores na Mesopotâmia, não esta em suas preciosidades e sim no conhecimento sem-par que esses achados nos trazem. 

Cada fragmento desvenda para nós uma parte da história humana que estava perdida, falam-nos das primeiras cidades construídas, dos primeiros homens civilizados, seus pensamentos e feitos. Esses exploradores trouxeram à luz cidades (Suméria, Babilônia, Assíria, e muitas outras), tesouros, objetos de arte (estátuas de Gudéa, touros alados).Tem-se notícia do homem nessa região desde 7 a 8 mil anos a.C. Foi o primeiro povo sobre a face da terra a  viver em cidades, estudar os astros, usar o arco e o veículo a rodas, a escrever poesia épica e a compilar um código de leis.  Os Ubaidianos (4 mil a.C.), foi o primeiro povo sobre cuja identidade étnica e conquistas culturais existem provas lingüisticas.

Artista: o artista é um simples artesão, um anônimo, que não pensa em transmitir o seu nome e ainda menos em caracterizar a sua obra. Ignoram-se praticamente todos os nomes de artistas babilônios e, não se fazia nenhuma distinção, quer terminologicamente, quer na prática – entre arte e ofício manual O Código de Hamurabi menciona o mestre-construtor e o escultor, junto com o ferreiro e o sapateiro. Os artistas têm lamentáveis preocupações. Adula seu senhor, decora-lhe as vestes, cuida com esmero de suas armas, lustra-lhe a cabeleira, mostra-o impassível e forte no combate, maior do que aqueles que o acompanham, dominando sem esforço  a fera furiosa que ele mata. 

Enfim, o artista era um instrumento do poder, transmitindo através da sua arte aquilo que os reis e a nobreza, queriam mostrar. Porém ele ia um pouco além dos egípcios, ele sempre acrescentava alguma coisa de si. O conceito da arte pela arte não existia na antiga Mesopotâmia, onde a produção artística nasceu e se desenvolveu a serviço da sociedade, ou melhor, daqueles que a governavam, logo a arte passa a ser a expressão do poder, porém, em todo o Oriente Antigo ela é inspirada pela religião.  

Religião: eram politeístas. Não acreditavam em recompensas após a morte. Visavam apenas obter, através da religião, dádivas materiais e imediatas. Acreditavam em gênios, demônios, heróis, adivinhações e magia. Possuíam três religiões: judaísmo, islamismo e cristianismo.
           
Escrita / cultura: os registros sumerianos alcançam provavelmente o verdadeiro princípio da escrita. Mais de mil plaquetas de argila encontradas na Mesopotâmia têm inscrições no sistema pictográfico, precursor da escrita cuneiforme, datado de aproximadamente, 3100 a.C. Os primeiros pictográficos eram desenhos de objetos, muitas vezes acompanhados de símbolos que representavam números (numerais e as somas tornam evidente que se tratava de assentamentos administrativos de gado, cereais e outros bens). Mais tarde os pictográficos vieram a corresponder não só objetos desenhados, bem como fonemas. Udubba era uma escola mesopotâmica, onde se preparava os escribas. Ai florescia: o erudito, o teólogo, o lingüista, o poeta. 

Em 1850 foi exumada em Nínive a biblioteca de Assurbanipal, fundada no séc.VII a .C., possuía placas de argila em número superior a 25.000 escritos em textos bilíngües: sumeriano e acádico, contendo obras religiosas e literárias, formulas mágicas, cartas, dados sobre astronomia, medicina e lexicografia. A História era simplesmente descurada do currículo escolar. A Literatura recebia dos escribas  carinhosa  atenção. A idade de ouro da literatura sumeriana findou com a destruição  de Ur, no séc. XXI a.C. Porém, fez nascer a lamentação,  melancólica forma de poesia, que foi mais tarde adotada pelos Hebreus, A maior parte da literatura mesopotâmica tem a forma poética e era cantada ou recitada com o acompanhamento de instrumentos musicais como a harpa, a lira, o tambor e o pandeiro. Foi na Caldéia que nasceu a astronomia

Arquitetura: na arte mesopotâmica os elementos arquitetônicos e escultóricos se combinam e alcançam os mesmos objetivos. A atividade fundamental desse povo foi a construção dos templos em honra aos deuses e imponentes palácios como uma prova da sua importância – a arte se põe, claramente, a serviço da propaganda política. Falta a coluna, ou pelo menos não existe a coluna com a função de sustentação, apenas ornamental. As paredes são articuladas com saliências e concavidades que dão um certo sentido de movimento. A tipologia dos edifícios, ou seja, o conjunto dos modelos (casa, templo, palácio, etc.), constitui um paralelo adequado ao da escultura – em outras palavras, existe uma equivalência de valores entre escultura e arquitetura (é o chamado equilíbrio arquitetural). As ruínas encontradas eram muito fragmentadas por isso é difícil especular acerca da aparência dos edifícios monumentais ou domésticos, mas, é de importância técnica saber-se que os Sumerianos  empregavam o arco e a abobada muitos séculos antes de 3000 a.C.
           
Tipos de arquitetura:
Casa doméstica: eram simples,
Palácio: é a expressão do poder real. Era um vasto conjunto de legendária grandeza e luxo, porém teve origem bem modesta. Os mais antigos são os de Eridu e Kish, ambos de 2700 a .C. Entre os elementos mais importantes desse palácio-fortaleza, destacam-se as estátuas colossais de touros alados e leões, de pedra, com cabeça de homem, que montavam guarda, protegendo o reino. Esses touros eram talhados, muitas vezes, em blocos inteiros de alabastro, com 3 a 5m de altura. Eram considerados gênios protetores, e faziam parte do conjunto dos  palácios. O palácio tinha forma   retangular,   com   um   pátio    interior,  em  torno  do  qual   são dispostas  salas, todas  elas  abrindo  para  esse pátio. A comunicação com o exterior é assegurada por uma porta que se abre para a rua. Esses palácios eram construídos tanto para fins militares como domésticos:

Templo: os templos e santuários dessa civilização são precursores da Sinagoga, da Igreja, da Catedral, da Mesquita. Ali nasceu a idéia de que o homem tem um dever sagrado de construir um lar para o deus. A atividade fundamental dos povos mesopotâmicos foi a construção dos templos em honra aos deuses. Fica claro em documentos encontrado que no âmbito da cidade-estado, que em cada centro tem seu deus, cada deus tem um soberano que o representa sobre a terra. E esse soberano deveria erigir um templo para o culto, e com isso assegurar a sobrevivência da região.O templo era o centro  intelectual de toda a comunidade. Fortalecia a unidade da aldeia.

Templo de Eridu
O primeiro templo deve datar de 5000 a 4000 a .C.,  foi construído em ERIDU, tinha forma retangular, era de adobe, com 4 a 5m de comprimento, possuindo um altar rústico e uma mesa de oferendas;  O segundo, Templo do Norte, tinha forma de “U”, data de 3500 a .C., era sem teto e consistia de uma só peça. Quando o homem começou a ter atividades mais complexas, o templo expandiu-se para acolhe-los, porque ele era o centro da vida comunal.

Os últimos, o ZIGURAT ou torre templar, surgiu nos últimos dois milênios (período neo-sumério 2120 a .C. – 2004 a .C.),  era uma torre de tijolos com uma certa afinidade com a pirâmide de degraus, (formado pôr uma série de terraços sobrepostos, de dimensões decrescentes para  o alto com um pequeno santuário no cume ), sendo o mais importante – o Etemenanki, em Babilônia – pode ter sido a bíblica “Torre de Babel”. Seus andares eram pintados de: vermelho, branco, azul, marrom, preto, ouro, e prata. Os templos podiam ter a forma: quadrada, retangular , circular ou elíptica.

Características: um templo de planta centrada, com um pátio interior, em torno do qual se congregam todas as salas, era um local sagrado assinalado pelo altar no lado mais estreito e pela mesa de oferendas na parede em frente; a base do templo é de terraços sobrepostos e em decrescendo, tomando a forma de uma pirâmide.

A arquitetura funerária, tão especial noutras regiões e em outros povos circunvizinhos, apresenta um desenvolvimento bastante menor na Mesopotâmia. Alguns hipogeus na cidade de Ur merecem atenção. Os túmulos possuem câmaras subterrâneas abobadadas, de tijolos. Essa escassez vem em parte demonstrar a pouca fé que depositavam numa vida após a morte

Materiais: eram muito pobres, não havia minério e quase não havia pedra ou madeira para as construções; possuíam em abundância argila das margens dos rios. Desde a pré-história as construções eram feitas com tijolos de argila, modelados e secos ao sol, a falta de pedra ocasionou a inexistência de colunas sustentadoras (as poucas que existia tinham a função de decoração – eram adoçadas), bem como a necessidade de paredes bem espessas; os tijolos e ladrilhos eram tão bem executados que muitos resistiram a mais de 5000 anos.

A estrutura física de uma cidade: uma cidade-estado possui estrutura monumental: um Pátio(s) central com todas as dependências em volta; templo religioso ou área sagrada; paredes compactas e bem espessas (podendo ter até 4m de largura como o muro do palácio de Ugarit- séc. XV a XIII a.C.); número limitado de janelas; colunas decorativas ou adoçadas; as paredes são construídas com saliências e reentrâncias; a luz e obtida por meio de abertura no sófito e por clarabóias e as portas de entrada têm dimensões monumentais.

Escultura: a tendência ao naturalismo triunfou plenamente em suas esculturas de volume redondo, segundo o arqueólogo Henry Frankfort, “Uma vez escolhido, o ideal formal passou a dominante: através de todas as mudanças de estilo, a escultura egípcia é quadrada e a mesopotâmica é redonda”. Talvez seja na estatuária que se reconheça com maior evidência o mundo mesopotâmico: pelas suas características, pela sua maneira de se traduzir em arte; e, é na temática que, sobretudo residem as suas maiores possibilidades de reconhecimento. A estátua substituía a pessoa, individualizava-a através da inscrição do nome; esse nome é sempre da pessoa retratada (o modelo), mais o da pessoa que a retrata (o escultor). 

Tal como no Egito, sem dúvida, os corpos esculpidos são eretos, com planos rígidos fixando-se em figuras retangulares, cujos membros, sempre largos, não se destacam do corpo e, as mãos sempre permanecem juntas e apertadas, percebendo-se com clareza que estão fortemente apertadas. A acomodação aos modelos existentes, o conservadorismo, caracterizam toda a produção artística, que se revela pública e não privada, coletiva e não individual, com uma finalidade específica e não independente. É espantoso que em uma região tão desprovida de pedra tenha conseguido desenvolver um estilo tão perfeito, com uma técnica tão ousada, onde se encontrou nas mais simples estátuas votivas, consciente ou inconsciente, a perfeição na técnica.

Temas:
Religiosos – deuses (rituais e narrativos);
Reis e altos funcionários – os protagonistas venerados, daquele mundo de poder e fé de que a arte dimana e da qual é a expressão;
Figuras protetoras (touros alados)

Características: estabelecido o princípio de que a imagem deve ser reconhecida, segue-se a partir daí o de que ela se deseja conferir uma espiritualidade e uma dignidade particulares; a espiritualidade e a dignidade investirão toda a imagem, dela constituindo um sinal fundamental. A elas estão ligadas as leis do frontalidade e do geometricismo, fundamentais para se compreender a escultura mesopotâmica: a Frontalidade consiste em conceber a figura como que dividida idealmente pôr uma linha vertical, que parte do centro da testa e desce até à divisão das pernas, separando-as em partes idênticas, simétricas em todos os seus componentes, como se refletida no espelho; o Geometricismo, ou seja, a disposição da figura humana dentro de um esquema geométrico. Conforme Sebatino Moscati, na Mesopotâmia, esse esquema é representado pelo cilindro e pelo cone, em suma por sólidos curvilíneos, daí os braços estarem sempre presos ao corpo; tendência a idealização, convenção, estereótipos; ausência de perspectiva; figuras arredondadas e de dimensões pequenas.

Cânone: o cânone da arte mesopotâmica humilhava mais do que valorizava, estava a serviço da técnica e não da estética, sua figura humana tinha como traços faciais: rosto expressivo e desproporcional ( a caracterização do personagem é feita, sobretudo no rosto); olhos grandes e redondos, demonstrando agudeza e perspicácia ( o globo ocular com concha, as pupilas com lápis-lazúli); os cabelos divididos em partes iguais por uma risca; alternância de posições; vestes pesadas, o nu é sempre evitado; cabelos e barbas estilizadas ou calvos e lábios firmemente cerrados.

Só os animais eram retratados com algum realismo, apesar dos vários componentes a arte mesopotâmica era homogênea, tal homogeneidade dependia, acima de tudo, das intenções que determinam a sua arte, as quais são práticas, não estéticas e inspiradas pela religiosidade. O conceito de arte pela arte não existia, a produção artística nasceu e se desenvolveu a serviço da sociedade, ou seja, daquele que a governa.  

Relevo: o sobrenatural prevalece sobre o natural. É uma arte “cerebral” (são retratados como são e não como aparecem – o pensamento prevalece sobre a razão). Para eles uma arte total e não parcial –intelectual. O corpo é retratado no seu tamanho real  E tem o tamanho correspondente a  importância; o relevo sobre pedra teve um desenvolvimento muito vasto. Ele concretiza as funções narrativas que faltam nas estátuas de corpo inteiro. Existe ausência de perspectiva

Tipos:
Auto-relevo  (desbasta toda a pedra, deixando a figura saliente)
Baixo-relevo (consistia em esculpir as figuras com ligeira saliência)
Relevo Rupestre (sobre rochas) e Parietal (sobre a parede dos edifícios)– representa a celebração de acontecimentos históricos, cenas de caça e a guerra, bem comemotivos religiosos e rituais. Suas origens são bem antigas, desde o 1º milênio.

Esses relevos eram apresentados em:
Estelas – já aparece na época Suméria, com a função comemorativa e celebrativa que lhe ficarão próprias. A presença de símbolos é uma constante, assim como a técnica narrativa – “cena culminante” – (reúne num só episódio todo o acontecimento.

Placas – são lajes de pedra, furadas no centro (são cenas únicas ou às vezes dois episódios. Geralmente representa um banquete, no qual se faz a evocação a um deus), as placas eram furadas e cumpriam função religiosa.



Selos e amuletos – é uma arte menor, eram entalhadas em pedra dura, serviam como documentos de identificação feitos para serem impressos como uma assinatura sobre argila fresca; possuíam  forma cônica (os mais antigos), depois cilíndrico


Obeliscos – apesar de inspirado no egípcio, sua utilização é autônoma (ano 1000 – Obelisco Branco  de Assurnasipal II, sua narrativa é contínua e,  o Obelisco Negro de Salmanassar III, a linha narrativa acontece por episódio).

Material: quase todo o material utilizado na escultura era adquirido em outras regiões, os principais materiais eram o alabastro, bronze, calcita, ouro, marfim, mármore e calcário. 


Pintura: a pintura mesopotâmica é policromática e polimatérica, obedece estreitamente aos cânones do relevo, pelo que os temas são análogos: cenas de audiência, massacres de inimigos, temas religiosos, etc. A pintura merece um discurso breve, é monumental sobre as paredes dos palácios ( onde podem-se ver cenas de audiência do soberano, perante a qual se apresentam dignitários e soldados vitoriosos com os despojos de guerra e prisioneiros, cenas de caça, etc), assim como a pintura sobre vasos, estão ligadas às artes ditas “menores”. 

Nos dias de seu apogeu, a opulência e o poderio da Babilônia eram inigualados na Mesopotâmia. Impressionavam de tal modo os seus esplendores arquitetônicos  - templos soberbos, torres altaneiras e muralhas decoradas com tijolos esmaltados – que o historiador grego, Heródoto, escreveu no séc. V  a .C. “Em magnificência, não há outra cidade que se lhe aproxime”. Existia realismo ao pintar um animal e,  convencionalismo ao pintar o homem.

Tipos: Parietais; sigilografia (selos); cerâmica vitrificada, substituiu a falta do mármore)

Cores: conheciam uma relativa variedade de cores, em decorr6encia da escassez de materiais nobres como: o azul, verde, ocre, amarelo, vermelho, branco e preto. As cenas são pintadas com algumas tonalidades igualmente convencionais, aplicadas em camadas uniformes.

Artes menores: nas artes menores não havia tanto apego à convenção, e a fantasia na criação era mais solta, havia duas artes menores sendo especialmente significativas pelo apuro de suas peças, são: a arte da incrustação, na qual pedacinhos de conchas e pedras coloridas são encravadas em betume, uma técnica empregada principalmente no adorno de objetos feitos para o lar ou para uso pessoal, como: pequenas caixas, tabuleiros de jogos, instrumentos musicais.

A gravação de selos cilíndricos em pedra -  eram obras miúdas em que se inscrevia o símbolo individual ou a assinatura do seu dono. Circulava por todo o mundo antigo como uma espécie de marca identificadora , colocadas em documentos e outras coisas de valor. O selo cilíndrico foi usado  constantemente, por mais de três mil anos, e é encontrado em todas as escavações arqueológicas. Era um registro dos hábitos e atividades tanto de reis como de pessoas comuns, ao tempo em que assinala a evolução da arte e da técnica.

Todas as artes eram altamente desenvolvidas, desde a fabricação de selos, à arquitetura, à escultura, repousavam nos amplos alicerces dos que exerceram com mestria os ofícios práticos.

Eles puderam criar coisas de grande beleza porque antes aprenderam a  fabricação de coisas mais modestas, porém de grande utilidade, como: instrumentos técnicos, instrumentos agrícolas (semeadora, arado, picaretas, etc.), martelos, formões, serras e puas, armas, arreios, sacas, odres, tapetes, tecidos. Desenvolveram a química dos metais, sobretudo o cobre e o bronze. Moldavam com perfeição de detalhes, utilizando: “cera perdida”, em que a matriz original era moldada em cera, depois revestida de argila; derretia-se então a cera que, ao escorregar, deixava o seu desenho na superfície da argila. 

Os artífices sabiam trabalhar o ouro, a preta e as pedras preciosas, possuíam o lapidário – profissional que fazia contas, braceletes e brincos, utilizando pérolas e pedras preciosas, provavelmente descobriram o processo de fabricar o esmalte e o vidro. Desde 2500 a.C. eles aprenderam a fazer o vidro e, por volta de 1700 a.C. um artesão de iniciativa deixou por escrito a formula.


Por volta de 3500  a. C. os oleiros começaram a utilizar o torno em seu trabalho ao sistema de produção em massa; desde 3000 a C. já modelavam tijolos em forma de cunha para a construção de cisternas e de arcadas ainda rústicas.



REFERÊNCIAS

EZQUERRA, Sabatino. Como reconhecer a Arte Mesopotâmica, Martins Fontes, SP, 1985.
FAURE, Élie. A Arte Antiga. Martins Fontes, SP, 1990.MOSCATI, Sabatino. A Arte Mesopotâmica.  Coleção “Çomo Reconhecer a Arte”, Martins Fontes, SP, 1985.
KRAMER, S. N. Mesopotâmia – Berço da Civilização. José Olímpio, RJ, 1969.
UPJOHN, E. M. e WINGERT, P. S. e MAHLER, J. G. história Mundial da Arte. Difel, SP, 1975.